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Enéade

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Uma enéade era na mitologia egípcia um agrupamento de nove divindades, geralmente ligadas entre si por laços familiares.[1][2][3] A palavra enéade é de origem grega;[4] em egípcio usa-se a palavra Pesedjete.

Conhecem-se várias enéades, sendo a mais importante a da cidade de Heliópolis,[3] cidade do Baixo Egito.

De acordo com o mito elaborado pelos sacerdotes da cidade, no princípio existia apenas as águas de Nun, das quais emergiu a colina primordial. Nesta colina encontrava-se um deus que se tinha gerado a si próprio, Atum. Através do sémen produzido pelo acto de masturbação do deus, nasceram outras divindades, Chu (o ar) e Téfnis (a umidade). Esta casal procriara e dele surgem Geb (a terra) e Nut (o céu). Estes últimos geram quatro filhos: Osíris, Ísis, Seti e Néftis. Completando, assim, os nove principais deuses da mitologia egípcia.

Embora pareça estranho, nem todas as enéades egípcias eram constituídas por nove deuses.[1][2][3] Por exemplo, a Enéade de Abidos era composta por sete deuses e a de Tebas por quinze. A razão para tal encontra-se na perda do sentido etimológico inicial de enéade como um grupo de nove deuses; o conceito passou a ser um mero agrupamento de divindades.[1][2]

Existiu igualmente uma "Pequena Enéade de Heliópolis" composta pelos deuses Tote, Anúbis, Maat e Quenúbis.

Referências

  1. a b c Murdock, D. M.; S, Acharya (2008). Christ in Egypt: The Horus-Jesus Connection (em inglês). Ashland: Stellar House Publishing. p. 276 
  2. a b c Wiedemann, Alfred (2012). Religion of the Ancient Egyptians (em inglês). Chelmsford: Courier Corporation. p. 83 
  3. a b c Dunand, Françoise; Zivie-Coche, Christiane (2004). Gods and Men in Egypt: 3000 BCE to 395 CE (em inglês). Ithaca: Cornell University Press. p. 344 
  4. Stevenson, Angus (2010). Oxford Dictionary of English (em inglês). Oxford: OUP. p. 582