Escopofilia
(Gravura de H. Humphrey, 1796) Nos campos da psicologia e da psiquiatria, os termos escopofilia e escofofilia (em grego clássico: σκοπέω skopeō, "olhar para", "examinar" + φῐλῐ́ᾱ philíā, "a tendência para") descreve o prazer estético derivado de uma pessoa olhar para algo ou para alguém. Em sexualidade humana, o termo "escopofilia" descreve o prazer sexual que uma pessoa obtém ao observar algo erótico, como pornografia,corpo nu,fetiches etc., como substituto da participação real em um relacionamento sexual.[1]
Psicanálise
[editar | editar código-fonte]Sigmund Freud usou o termo 'escopofilia' para descrever, analisar e explicar o conceito de Schaulust, o prazer em olhar,[2] uma curiosidade que ele considerava um instinto parcial inato no processo infantil de formar uma personalidade;[3][4] e que tal instinto de prazer possa ser sublimado, seja na Estética, olhando para objetos de arte, ou transformado em uma neurose obsessiva, "uma curiosidade ardente e atormentadora em ver o corpo feminino", que afligiu o paciente chamado "O homem dos ratos", atendido por Freud.[5] A partir dessa interpretação inicial de Schaulust, surgiu a crença psico-médica de que a inibição do "impulso escópico" pode levar a doenças físicas reais, como distúrbios fisiológicos da percepção visual e da visão.[6] Em contraste com a interpretação de Freud do "impulso escópico", outras teorias psicanalíticas propuseram que as práticas da escopofilia poderiam levar à loucura — insanidade ou transtorno mental — que é a retirada da pessoa escopofílica do mundo concreto da realidade em um mundo abstrato do delírio.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Webster's Third New International Dictionary of the English Language (Unabridged) (1976), p. 2036
- ↑ Lacan, Jacques. The Four Fundamental Concepts of Psycho-Analysis (1994) p. 194.
- ↑ David E. Zimerman (22 de setembro de 2013). Vocabulário Contemporâneo de Psicanálise. [S.l.]: Artmed Editora. pp. 125–. ISBN 978-85-363-1414-3
- ↑ Freud, Sigmund Freud On Sexuality (PFL 7) pp. 109–110.
- ↑ Freud, Sigmund. Case Histories II (PFL 9) pp. 41–42.
- ↑ Freud, Sigmund. On Psychopathology (PFL 10) pp. 112–113.
- ↑ Fenichel, Otto. The Psychoanalytic Theory of Neurosis (1946) p. 177.