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Espaço Força e Luz

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O Espaço Força e Luz é um centro cultural de Porto Alegre com a missão e o objetivo de realizar e apoiar ações culturais, educativas, de defesa e preservação do patrimônio histórico e artístico, promovendo a democratização do acesso à cultura. Além de abrigar os acervos do Museu da Eletricidade do Rio Grande do Sul (MERGS) e do Memorial Erico Verissimo (MEV), o Espaço também é local de realização de exposições, desempenhando papel importante na difusão e aproximação de artistas da cena artística local. A educação é um dos pilares braços do centro cultural e como parte de suas ações educativas, conta com oficinas, cursos, apresentações culturais e mediações para todos os tipos de públicos.

A Fundação Força e Luz, por sua vez, foi criada com o propósito de difundir e preservar o patrimônio artístico e histórico-cultural por meio da produção de atividades socioculturais e administração dos acervos anteriormente abrigados pelo Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV). Este espaço inclui não apenas o edifício em si, que foi tombado como patrimônio pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAE), mas também o Museu da Eletricidade do Rio Grande do Sul e o Memorial Erico Verissimo, que homenageia o renomado escritor gaúcho.

Em 2021, o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) certificou essas três instituições (o próprio Espaço Força e Luz, o MERGS e o MEV) por sua contribuição para o desenvolvimento e monitoramento da Política Nacional dos Museus, reconhecendo assim sua relevância na promoção da cultura e preservação do patrimônio brasileiro.

Através da difusão de seu acervo, o público tem acesso a uma rica coleção de objetos, documentos e fotografias que contam a história da eletricidade no Rio Grande do Sul (MERGS); além de manuscritos originais das primeiras edições dos livros de Erico Verissimo, cartas pessoais e exemplares traduzidos e editorados pelo escritor durante seu tempo na Editora Globo (MEV). A inclusão de obras de arte em telas, esculturas e gravuras doadas por artistas que expuseram seus trabalhos ao longo dos anos na instituição (Espaço Força e Luz) também enriquece ainda mais o acervo, oferecendo uma visão abrangente da riqueza cultural e histórica da região.

A disponibilidade do acervo também de forma on-line, através da plataforma Tainacan, permite que um público mais amplo tenha a oportunidade de explorar e aprender com esses recursos valiosos, contribuindo para a preservação e disseminação da cultura e do patrimônio histórico.

História[editar | editar código-fonte]

O Espaço Força e Luz está instalado no prédio construído em 1928 pelo engenheiro Adolfo Stern, com o intuito de ampliar as dependências do Club dos Caçadores, localizado na Rua Andrade Neves. O Club noturno, combinação de cabaré e cassino, objetivava ser um local de jogatinas e shows de variedades, tendo como um dos principais fundadores Luiz Alves de Castro (1884-1965), conhecido também como Capitão Lulu. Em 1926, devido ao sucesso do empreendimento, iniciou-se o processo para construção do atual Prédio Força e Luz. Em 1928, a construção do edifício foi concluída, mas a pressão exercida pela opinião pública, contrária ao que qualificava como “templo de libertinagem”, em plena Rua da Praia, impediu o início das atividades do Club dos Caçadores no local. Simultaneamente, a prefeitura de Porto Alegre assinou contrato de concessão com a empresa norte-americana Foreign Light and Power, que exploraria a produção e distribuição de energia elétrica. A empresa estrangeira alugou o edifício por 14 anos e aplicou na fachada a inscrição que permanece até os dias atuais: Força e Luz (Light and Power).

Na década de 1940, a crise na distribuição de energia elétrica no estado levou à estatização das empresas do ramo, incluindo a Foreign Light and Power, resultando na criação da Comissão Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Nesse período, o Capitão Lulu, proprietário do edifício, enfrentou dificuldades devido à proibição dos jogos de azar no Brasil em 1946, o que levou à venda do edifício ao Jockey Club do Rio Grande do Sul. No entanto, o edifício continuou a ser usado pela empresa de energia elétrica estatal.

Em 1961, a CEEE foi transformada em Sociedade de Economia Mista, denominada Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Duas décadas depois, em 1981, a CEEE adquiriu o edifício, mantendo uma agência de atendimento ao público no 1º andar até o final dos anos 80.

A relação do edifício com a museologia começou em 1990, quando o Museu da Eletricidade do Rio Grande do Sul (MERGS) ocupou o terceiro e quarto andares. Em 1998, o museu foi temporariamente realocado para o Centro Administrativo da CEEE devido à deterioração do edifício e ao aumento da demanda por suas atividades.

Em 1992, o processo de tombamento do Edifício Força e Luz foi iniciado, e em 1994, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) emitiu a Portaria nº 10/94 de tombamento, reconhecendo sua importância histórica e cultural.

Em 1996, iniciou-se o processo de restauração do edifício, que foi concluído em 2002, com a inauguração do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV) e o retorno do Museu da Eletricidade ao segundo andar.

Em 2013, o Centro Cultural recebeu o acervo do escritor Erico Verissimo, originando o Memorial Erico Verissimo (MEV), ocupando salas expositivas no terceiro e sexto andares.

Em 2020, o edifício testemunhou o processo de privatização da CEEE. A partir dessa transformação, a Diretoria do Grupo CEEE e a gestão do CCCEV estabeleceram a Fundação Força e Luz, uma instituição privada dissociada da antiga companhia, com o objetivo exclusivo de preservar o patrimônio e promover a cultura. Isso concedeu à nova instituição autonomia financeira e a capacidade de captar recursos, além de uma equipe técnica qualificada.

Referências[editar | editar código-fonte]

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