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Eurytrema pancreaticum

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Eurytrema pancreaticum
Taxocaixa sem imagem
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Platyhelminthes
Classe: Trematoda
Ordem: Plagiorchiida
Família: Dicrocoeliidae
Gênero: Eurytrema
Espécie: Eurytrema pancreaticum
Jason, 1889

Eurytrema pancreaticum é um verme plano da classe Trematoda, subclasse Digenea. Afeta moluscos e bovinos, mas não causa mal à saúde de seres humanos, direta nem indiretamente.[1][2]

O verme foi descrito como Distomum pancreaticum por Jansen, em 1889, e posteriormente movido para o gênero Eurytrema por Looss, em 1907.[3]

Tem como hospedeiro intermediário o molusco Bradybaena similaris. O desenvolvimento do verme dentro do molusco leva seis meses, variando de acordo com a época de infecção. Após este período os esporocistos de segunda geração migram para o pneumóstoma.[2]

Tem como hospedeiro definitivo mamíferos, incluindo o boi.[4][5] Se aloja no fígado do hospedeiro.[5] Não há possibilidade de migração para as glândulas mamárias da vaca.[1]

O verme já foi encontrado em diversos lugares do mundo, como Europa, Madagascar, Ásia e América do Sul.[5] No entanto, não ocorre atualmente no Brasil.[1]

No estágio larval, E. pancreaticum é parasitado pelo hiperparasita Nosema eurytremae (um microsporídio).[6]

Apesar de informações divulgadas em redes sociais, não há evidências científicas de que este verme possa causar doenças em pessoas. Produtores de conteúdo afirmaram sem provas que o leite produzido por vacas infectadas poderia causar câncer ou diabetes em humanos. A agência Reuters consultou o Instituto Nacional de Câncer (Inca), um oncologista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), uma mastologista e uma nutricionista, e um professor de parasitologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e todos confirmaram não haver relação entre o verme, o consumo de leite, e as doenças mencionadas.[1]

Referências

  1. a b c d «Checagem de fatos: Não há evidências de que leite possa causar câncer e diabetes tipo 1». Reuters. 7 de novembro de 2023 
  2. a b Paschoal, Solange Viana (10 de abril de 1991). «Eurytrema coelomaticum (Giard et Billet, 1892) Looss, 1907 em Bradybaena similaris (Ferussac, 1821) - Rota de migração e consequências do parasitismo sob os enfoques biológico e histológico». Consultado em 12 de setembro de 2024 
  3. «Eurytrema pancreaticum (Jansen, 1889) Looss, 1907 | COL». Catalogue of Life. Consultado em 12 de setembro de 2024 
  4. Shakarbaev, U. A.; Akramova, F. D.; Azimov, D. A. (24 de dezembro de 2020). «The taxonomic survey of the fauna of cercariae (Platyhelminthes, Trematoda) in the mollusks of Uzbekistan | Zoodiversity» (em inglês). Consultado em 12 de setembro de 2024 
  5. a b c Arabuli, Lela; Murvanidze, Lali; Faltynkova, Anna; Mumladze, Levan (8 de janeiro de 2024). «Checklist of digeneans (Platyhelminthes, Trematoda, Digenea) of Georgia». Biodiversity Data Journal (em inglês): e110201. ISSN 1314-2828. PMC PMC10833000Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 38304140 Verifique |pmid= (ajuda). doi:10.3897/BDJ.12.e110201. Consultado em 12 de setembro de 2024 
  6. Toguebaye, Bhen Sikina; Quilichini, Yann; Diagne, Papa Mbagnick; Marchand, Bernard (2014). «Ultrastructure and development of Nosema podocotyloidis n. sp. (Microsporidia), a hyperparasite of Podocotyloides magnatestis (Trematoda), a parasite of Parapristipoma octolineatum (Teleostei)». Parasite (em inglês). 44 páginas. ISSN 1776-1042. doi:10.1051/parasite/2014044. Consultado em 12 de setembro de 2024