Evgeni Zamiatin
Evgeni Zamiatin | |
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Retrato de Evgeni Zamiatin pintado por Boris Kustodiev | |
Nascimento | 1 de janeiro de 1884 Lebedian, Rússia |
Morte | 10 de março de 1937 (53 anos) Paris, França |
Nacionalidade | russo |
Ocupação | Escritor |
Gênero literário | Ficção científica Sátira |
Magnum opus | Nós (1920) |
Evgéni Ivánovitch Zamiátin (Евге́ний Ива́нович Замя́тин por vezes traduzido para português como Eugene Zamiatin ou Eugene Zamiatine ou Ievguêni Zamiátin) (Lebedian, 1 de fevereiro de 1884 - Paris, 10 de março de 1937) foi um escritor russo, famoso pelo seu romance Nós, a história de um futuro distópico que influenciou os romances Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, 1984, de George Orwell e Anthem, de Ayn Rand.
Zamiatin também escreveu vários contos, na forma de contos de fadas, que constituíram uma crítica satírica do regime comunista russo. Um exemplo é uma história na qual o presidente de câmara decide que para fazer toda a gente feliz terá de fazer toda a gente igual. Começa por forçar toda a gente, ele próprio incluído, a viver num grande quartel, depois a rapar os cabelos para ser iguais aos calvos, e finalmente a tornar-se mentalmente deficientes para igualizar os níveis de inteligência com os deficientes mentais.[1]
O pai de Zamiatin era um sacerdote ortodoxo russo e professor e a mãe era musicista. Ele estudou engenharia naval em São Petersburgo de 1902 a 1908, período em que aderiu aos bolcheviques. Foi preso durante a revolução russa de 1905 e exilado, mas regressou a São Petersburgo onde viveu clandestinamente até partir para a Finlândia em 1906 para concluir os estudos.[2]
Depois de concluir o curso e se tornar engenheiro naval, Zamiatin começou a escrever ficção como passatempo. Foi preso e exilado pela segunda vez em 1911, mas foi amnistiado em 1913. Em 1916 foi para Inglaterra supervisionar a construção de quebra-gelos nos estaleiros de Newcastle-upon-Tyne e escreveu mais tarde The Islanders, satirizando o modo de vida inglês.[2]
Ao regressar à Rússia, Zamiatin escreveu Ujezdnoje (Coisas de Província) em 1913, que satiriza a vida numa pequena cidade russa e lhe trouxe alguma fama. No ano seguinte, foi julgado por maltratar os militares na sua história Na Kulichkakh. Continuou a contribuir para vários jornais socialistas. Depois da revolução russa, editou várias revistas, deu palestras sobre a escrita e editou traduções russas de trabalhos de Jack London, O Henry, H. G. Wells e outros.[2][3]
Zamiatin apoiou a Revolução de Outubro, mas tornou-se crítico da censura praticada pelos bolcheviques. Os seus trabalhos foram-se tornando cada vez mais críticos do regime e cada vez mais suprimidos à medida que a década de 1920 ia avançando. Por fim, os seus trabalhos foram banidos e ele foi proibido de publicar, em especial depois da publicação de Nós num jornal de emigrados russos, em 1927.[2]
Morte
[editar | editar código-fonte]Acabou por obter a autorização de Estaline para abandonar a Rússia em 1931, depois de Gorki ter intercedido por ele, e instalou-se em Paris com a sua mulher, onde morreu na pobreza em 1937, devido a um infarto, aos 53 anos.[2]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Biografia de Yevgeny Zamiatin num site de ficção científica
- Biografia num site sobre George Orwell.
- Enciclopédia de Escritores Soviéticos - biografia de Yevgeny Zamiatin
- The Lion texto completo deste conto de Zamiatin. (1935)
- Nós, por Eugene Zamiatin uma crítica de Alexandre Beluco em E-nigma. Acessado em 02 de agosto de 2007.
Referências
- ↑ A Soviet Heretic: Essays by Yevgeny Zamyatin,Edited and translated by Mirra Ginsburg, University of Chicago Press 1970. Page 3
- ↑ a b c d e Hesperus Press (ed.). «Ievguêni Zamiátin». Hesperus Press. Consultado em 3 de maio de 2017
- ↑ Yevgeny Zamyatin: Letter to Stalin. A Soviet Heretic: Essays Chicago & London: The University of Chicago Press, 1970; pg. xii.