Expedição de Cabinda
Expedição de Cabinda | |||
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Data | 23 de setembro de 1723 – 25 de setembro de 1723 | ||
Local | Cabinda | ||
Desfecho | Vitória portuguesa | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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A Expedição de Cabinda foi uma ação militar realizada por Portugal, partindo do Brasil, contra posições inglesas estabelecidas em Cabinda. Foi o único conflito registrado entre lusitanos e ingleses durante o reinado do rei D. João V de Portugal.
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Em 1722, com o apoio do rei de Angoio, ingleses estabeleceram um entreposto na localidade de Cabinda, com o objetivo de substituir a presença portuguesa na região. Historicamente, a costa ocidental africana era um centro de interesses de comerciantes e contrabandistas, especialmente em relação ao comércio de escravos, com os portugueses sendo pioneiros nessa atuação, devido ao seu também pioneirismo nas Grandes navegações.
O governo colonial de Angola, então, relatou por carta ao rei D. João V de Portugal sobre a situação. Diante disso, o monarca levou a situação ao Conselho Ultramarino, para discutir sobre as medidas cabíveis para a situação.
Expedição
[editar | editar código-fonte]O Conselho Ultramarino decidiu realizar uma expedição com o objetivo de expulsar os ingleses, que deveria partir do território brasileiro. O governador-geral do Brasil, Vasco Fernandes César de Meneses, é convocado para mobilizar tropas para serem utilizadas na expedição, além de disponibilizar embarcações da armada do Brasil para a atuação naval da expedição.
A 16[1] ou 17[2] de Maio de 1723, partiram do Rio Tejo as naus Nossa Senhora da Madre de Deus, de 60 peças e a Nossa Senhora da Atalaia, de 52 peças, junto a 16 navios mercantes com destino à Baía. A frota era comandada pelo capitão de mar e guerra José de Semedo Maia, acompanhado pelo experiente comandante paraense Estêvão José de Almeida.[1] Após chegar a Nossa Senhora da Atalaia foi enviada para a Angola com a missão de destruir um forte construído pelos ingleses. Semedo chegou a Luanda no dia 12 de setembro, e rumou ao norte no dia 6 de outubro, em busca de reconhecer a área ocupada pelos ingleses.[1]
Após duas semanas, a embarcação constatou que as posições inglesas constavam com: um forte recém construído armado com 30 peças de artilharia; duas corvetas (sloop-of-war) com menos de 18 peças de artilharia cada uma e uma embarcação de mercadorias. Assim carregando os termos das ordens de D. João V, a Nossa Senhora de Atalaia, comandada por Estêvão José de Almeida, exigiu a entrega do forte inglês.
Com a recusa dos ingleses, o comandante paraense abriu fogo, inicialmente, contra as duas embarcações inglesas, o que forçou as tripulações a abandonarem os navios e fugirem para o forte. Após isso, a embarcação lusitana e o forte inglês protagonizaram dois dias de intenso fogo, até a rendição inglesa. Em troca da rendição, os ingleses solicitaram as embarcações capturadas pelos luso-brasileiros, que foram utilizadas para retornarem a Europa.
Assim, após tomar posse da fortificação (mantida pelos portugueses desde então), Portugal reafirmou sua posição na costa ocidental africana e no comércio do atlântico sul, enquanto nenhum protesto inglês foi enviado a D. João V.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c «Angola e Congo: quatrocentos annos depois historia antiga e moderna, Volume 1». A.J. Valente. Consultado em 3 de Outubro de 2021
- ↑ Saturnino Monteiro, Armando da Silva (1996). Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa - Volume VII (1669-1807). Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora. p. 126. ISBN 972-562-331-2
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- C. R. Boxer. A Idade de Ouro do Brasil:Dores de crescimento de uma sociedade colonial.
- SILVA, Francisco Xavier da, 1709-1781
Elogio funebre, e historico do muito alto, poderoso, augusto, pio, e fidelissimo Rey de Portugal Elogio funebre, e historico do muito alto, poderoso, augusto, pio, e fidelissimo Rey de Portugal, e Senhor D. Joaõ V... / por Francisco Xavier da Sylva.... - Lisboa : na Regia Officina Sylviana, e da Academia Real, 1750.