Explosão do navio Vicuña
Explosão do navio Vicuña | |
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Navio Vicuña ainda em chamas após a explosão | |
Descrição | |
Localização | Porto de Paranaguá Paraná Paraná |
País | Brasil |
Data | 15 de novembro de 2004 |
Empresa | Sociedade Naviera Ultragas |
Material combustível | Metanol |
Causa | Explosão em tanque de metanol |
Consequências | |
Mortes | 4 |
Feridos | 0 |
Impacto ambiental | Óleo atingiu 170 quilômetros da costa do Paraná, além de atingir quatro unidades de conservação |
Uma forte explosão em um dos tanques do navio chileno BTG Vicuña, atracado no terminal da Cattalini Terminais Marítimos no Porto de Paranaguá (Paraná), ocasionou a morte de quatro tripulantes da embarcação enquanto esta descarregava metanol no terminal no dia 15 de novembro de 2004.[1]
A explosão provocou também o vazamento de cerca de 290 mil litros de óleo diesel marítimo (armazenados no navio) no mar,[2][3] o qual atingiu toda a baía das cidades paranaenses de Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba, causando impacto ambiental e social na região.[4]
É considerado um dos piores desastres ambientais do litoral paranaense, sendo estimado por especialistas como 30 vezes maior do que o vazamento no oleoduto Olapa da Petrobras de 2001, que atingiu a mesma região.[5][6]
Ocorrido[editar | editar código-fonte]
O navio BTG Vicuña, de propriedade da empresa Sociedad Naviera Ultragas, estava descarregando uma carga de 11 mil toneladas de metanol quando a explosão iniciou.[7] Segundo o laudo pericial, o da justiça, um dos tanques originou o acidente durante a operação de descarga. Conclui-se também que haviam graves irregularidades de manutenção no navio e até não-conformidades relacionadas às bombas de descarga.[1]
Após a explosão, o meio da embarcação afundou, enquanto a proa e popa permaneceram queimando fora d'água. Cerca de cem policiais e técnicos ambientais atuaram no rescaldo do incidente, sendo utilizadas também quatro barcaças com canhões de água e espuma para resfriar o que restou do navio.[8] Dezenas de moradores da região tiveram suas casas danificadas pelo impacto do deslocamento de ar após o evento.[7]
Consequências[editar | editar código-fonte]
O vazamento de óleo combustível do navio para o mar, afetou as águas paranaenses ao atingir cerca de 170 quilômetros da costa do estado,[1] além de atingir quatro unidades de conservação: Parque Nacional do Superagui, Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Parque Estadual da Ilha do Mel e Estação Ecológica da Ilha do Mel.[2][3]
Assim, o Ibama e o Instituto Ambiental do Paraná proibiram as atividades de pesca na região por cerca de dois meses, afetando as comunidades de pescadores do entorno, que puderam receber o auxílio de seguro-desemprego do Ministério do Trabalho.[9] Estes mesmos órgãos ambientais também autuaram em R$50 milhões, após laudo pericial, cada uma das empresas responsáveis pela embarcação e pelo terminal portuário: a Sociedad Naviera Ultragas e a Cattalini Terminais Marítimos, respectivamente. Também, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) foi multada no valor de R$1 milhão, uma vez que seu plano de emergência adotado após o evento foi considerado insuficiente.[1][10] A empresa Cattalini conseguiu recurso na justiça e teve redução da multa para o valor de R$5 milhões em 2008, valor que foi convertido na construção do Aquário Marinho de Paranaguá pela empresa, inaugurado dez anos após o acontecimento acidental.[11]
Referências
- ↑ a b c d «G1 > Brasil - NOTÍCIAS - Laudo isenta empresa de culpa por explosão no Paraná». g1.globo.com. 22 de dezembro de 2006. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ a b «Litoral ainda sente acidente com navio Vicuña | Notícias, Paraná». Tribuna do Paraná. 21 de setembro de 2006. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ a b Xaviera Vicente, Marcos; Lessa, Felipe (14 de novembro de 2008). «Efeito Vicuña ainda afeta Paranaguá». Gazeta do Povo. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ Paraná, Assembleia Legislativa do (19 de agosto de 2005). «Explosão No Porto de Paranaguá». Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ Aníbal, Oswaldo Eustáquio, Marcela Campos, Mauri König e Felippe (27 de dezembro de 2014). «A maldição do navio Vicuña no Paraná». Gazeta do Povo. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ Monteiro, Diogo (14 de maio de 2021). «Ibama é isento de responsabilidade na explosão do navio Vicuña em Paranaguá». JB Litoral. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ a b Bregenski, Clewerson (15 de novembro de 2004). «Navio explode e causa pânico em Paranaguá | Notícias, Paraná». Tribuna do Paraná. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ Tortato, Mari (17 de novembro de 2004). «Folha de S.Paulo - Acidente: Navio explode, mata 2 e polui 18 km de mar - 17/11/2004». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ Pimenta, Angela (9 de outubro de 2008). «União cobra prejuízo por explosão de navio no porto de Paranaguá». Exame. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ «Explosão de navio gera multa de R$100 milhões». Folha de Londrina. 20 de julho de 2005. Consultado em 5 de setembro de 2023
- ↑ Freitas, Rosiane Correia de (15 de abril de 2019). «Justiça permite que multa por explosão de navio e danos a Paranaguá encolha 86%». Jornal Plural. Consultado em 5 de setembro de 2023