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Exposição pop-up

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Uma exibição pop-up é um evento de arte temporário, menos formal do que uma galeria ou museu, mas mais formal do que a exibição artística privada do trabalho. A ideia começou em 2007 na cidade de Nova Iorque, onde o espaço para exibição de trabalhos artísticos é muito limitado.[1] Embora a ideia tenha se originado em Nova Iorque, exibições pop-up ocorrem em todo o mundo. Um exemplo recente é o Dismaland de Banksy, que funcionou de agosto a setembro de 2015.[2]

O surgimento das exibições pop-ups proporcionou novas formas de alcançar a audiência e de apresentar ideias com criatividade e de um modo mais econômico. São exibições eficientes, de fácil localização e economicamente conveniente para os museus executarem.[3]

Ainda que essas exibições possam atrair muitas pessoas, esse não foi seu intuito inicial. Os primeiros pop-ups visavam envolver a comunidade e promover o museu. O conceito inicial consistia em uma exibição temporária para que as pessoas visitassem e participassem trazendo algum objeto sobre o tema para compartilhar. Os participantes etiquetavam seus objetos e os deixavam expostos durante a exibição. Ao final da mesma, os objetos retornavam para seus donos.

As exibições eram montadas em lugares pouco comuns, como lavanderias, e tinha o objetivo de unir a comunidade por meio de histórias, de arte e de objetos.[4]

As exibições pop-up geralmente permitem uma experiência mais envolvente para o visitante. Ao contrário da maioria dos museus tradicionais, algumas exibições pop-up incentivam o espectador a interagir com a obra de arte. Com essa interação, a exposição possibilita uma “curadoria pública”, em que a obra de arte às vezes depende da interação do usuário. Muitos pop-ups também têm como objetivo abrir conversas e discussões sobre questões sociais relevantes.[carece de fontes?]

As exposições pop-up permitem que o artista interaja com os espectadores de diferentes regiões do mundo e dá aos telespectadores a oportunidade de se envolver com a arte pessoalmente. As exposições pop-up são benéficas para o artista divulgar sua arte pelo mundo.

Nota-se, portanto, que as exposições pop-up podem acontecer a qualquer hora, em qualquer lugar e com qualquer comunidade. Baseado nesta ideia, o Museu de Arte e História de Santa Cruz (Santa Cruz Museum), localizado em Santa Cruz, na Califórnia, criou um kit gratuito e disponível na internet, que convida o público a compartilhar histórias pessoais por meio da exposição de seus objetos, contendo dicas e conselhos para a produção.[5]

A reunião de pessoas para conversarem sobre seus objetos significativos, pode propiciar o envolvimento de umas com as outras, a ponto de criar relações íntimas e profundas. Nas exibições pop-up, a audiência está diretamente envolvida, de modo que o direcionamento é dado pela participação das pessoas. Este nível de participação facilita o desenvolvimento de parcerias mais profundas com determinadas comunidades.[6]

Muito se questiona sobre as exposições pop-up serem consideradas uma forma de museu ou não. No entanto, estudiosos da área afirmam que aquelas geram discussões e reflexões sobre o que é exposto, ainda, se mostram mais convidativas e acessíveis a pessoas que não são frequentadoras de museus tradicionais. Dessa forma, leva-se a arte ao público, ao invés do contrário acontecer, sendo assim, como existe essa movimentação, pode-se ser considerado uma forma de museu.[7]

A essência de um pop-up museum está em sua natureza transitória. Eles surgem, brilham por um breve momento e depois desaparecem, deixando para trás memórias e experiências que muitas vezes desafiam as expectativas dos visitantes. Sua natureza efêmera os torna intrigantes e emocionantes, como uma caixa de surpresas que nunca se sabe o que se encontrará.

Essas exibições se destacam pela sua criatividade e inovação. Elas oferecem uma plataforma para artistas emergentes, designers e curadores experimentarem novas ideias e conceitos, sem os compromissos de longo prazo associados aos museus convencionais. Isso leva a exposições e instalações que podem ser ousadas e provocativas.

No entanto, assim como rapidamente surgem, os pop-up museums também desaparecem, deixando para trás apenas memórias e talvez algumas fotografias. É essa fugacidade que os torna tão especiais. Eles nos lembram que a arte e a cultura são fluidas e dinâmicas, sempre mudando e se adaptando ao mundo ao nosso redor. Eles nos desafiam a explorar novas ideias e perspectivas, antes que desapareçam no vento da mudança.

No Brasil um exemplo notável de exibição pop-up é o "Museu Itinerante da Fotografia", que viaja por diferentes cidades brasileiras, levando exposições fotográficas de alta qualidade para públicos que podem não ter acesso a museus tradicionais. Essa iniciativa ajuda a democratizar o acesso à arte e à cultura, além de promover a apreciação da fotografia como forma de expressão artística.

Além disso, alguns eventos culturais, como festivais de música e arte de rua, estão incorporando elementos de pop-up museums em sua programação. Eles podem incluir instalações temporárias de arte, performances ao vivo e workshops interativos, transformando temporariamente espaços urbanos em galerias de arte improvisadas.

Com igual fluidez, a arquitetura pop-up não se limita a ser apenas uma moda momentânea, mas se transforma em um movimento que lembra a história e tradições da construção rápida e versátil, reinterpretando-as de maneira inventiva e tecnológica para o mundo contemporâneo. Sua origem remonta a estruturas temporárias presentes historicamente em festivais, feiras e eventos diversos. É interessante observar como este conceito de arquitetura pop-up evoluiu para incorporar a interatividade e, dessa forma, a arquitetura pop-up não apenas expande fronteiras ganhando visitantes, mas também enriquece a experiência cultural, ao se integrar de forma criativa ao cenário dos museus.[8]

Tecnologia e Interatividade Pop-up[editar | editar código-fonte]

O uso de tecnologias como realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) tem transformado ainda mais as exposições pop-up em experiências altamente interativas. Exposições como a ‘Rain Room’, que usa sensores de movimento para criar uma simulação de chuva sem molhar os visitantes, são exemplos de como a tecnologia pode aprimorar a experiência do visitante.

Rain Room[editar | editar código-fonte]

O "Rain Room" é uma instalação interativa desenvolvida pelo coletivo de arte multimídia Random International. Situada inicialmente no The Curve, no Barbican Centre - Londres, a instalação rapidamente se tornou uma das maiores atrações culturais da cidade. Longas filas de visitantes se formaram, com esperas de até três horas, para experimentar a sensação única de caminhar na chuva sem se molhar.[9]

O que se tem é: Basicamente usando de um sistema avançado de sensores e mapeamento 3D, ainda um sofisticado jogo de luzes, a instalação despeja cerca de mil litros de água por minuto do teto, criando uma chuva contínua. No entanto, os sensores detectam a presença dos visitantes, permitindo que se movam pelo espaço sem serem atingidos pelas gotas d'água, proporcionando uma experiência quase milagrosa. Segundo o jornal "The Independent", a instalação faz a pessoa "se sentir um Deus".

Desenvolver a "Rain Room" foi um processo complexo que levou cerca de três anos, envolvendo a colaboração com especialistas em comportamento humano para criar uma obra holística e interativa. A água utilizada é completamente reciclada, alinhando-se com os princípios de sustentabilidade ecológica. A popularidade da "Rain Room" ilustra o potencial das exposições pop-up para integrar tecnologia e arte, oferecendo experiências inovadoras e inesquecíveis ao público.

Outro lugar diverso que o trabalho educativo com museus chegou, foi a prisão.  Diversas iniciativas desenvolveram formalmente trabalhos com os privados de liberdade, com o intuito de tornar a prisão um ambiente de patrimônio e memórias, democratizando o museu, cujo destaque a memórias não oficiais, permitiu o exercício dos direitos humanos e direitos culturais de sujeitos de direito que são privados de liberdade, no qual, frequentemente são marginalizados pela história oficial e cultural oficial como são a maioria dos museus. Nesse sentido, o projeto utiliza como metodologia a museologia participativa, valoriza e destaca experiências, conhecimentos e interesses das comunidades, com o objetivo de que os cidadãos intervenham na construção do discurso. Assim, essa iniciativa do trabalho com museus em prisões, proporcionou a quebra de alguns preconceitos em torno às pessoas presas e colaborou com o processo de reintegração delas.[10]

Referências

  1. Hilary Du Cros; Lee Jolliffe (30 de maio de 2014). The Arts and Events. [S.l.]: Routledge. pp. 40–43. ISBN 978-1-135-04141-0 
  2. Jobson, Christopher (20 de agosto de 2015). «Welcome to Dismaland: A First Look at Banksy's New Art Exhibition Housed Inside a Dystopian Theme Park». Colossal. Christopher Jobson. Consultado em 6 de setembro de 2015 
  3. Kwandras, Mary (2019). «Pop-Up Museums: An Exhibit Utilizing Pop-Up Practices». Consultado em 18 de junho de 2024 
  4. Kwandras, Mary (1 de maio de 2019). «Pop-Up Museums: An Exhibit Utilizing Pop-Up Practices». Museum Studies Projects. Consultado em 13 de junho de 2024 
  5. «The Pop-Up Museum». MAH (em inglês). Consultado em 10 de junho de 2024 
  6. Alexandre, Rosana Ferreira; Novaes, Luiza; Reis, Andrea (3 de maio de 2019). «Reflexões sobre design e iniciativas participativas no contexto museal». Design e Tecnologia (17): 80–86. ISSN 2178-1974. doi:10.23972/det2019iss17pp80-86. Consultado em 10 de junho de 2024 
  7. Richardson, Jim (20 de novembro de 2023). «What we can learn from Pop-Up Museums? Best practice and ideas from Instagram friendly experiences». MuseumNext (em inglês). Consultado em 14 de junho de 2024 
  8. Baldwin, Eric. «Arquitetura pop-up: construindo novas experiências em pequena escala». Consultado em 12 de junho de 2024 
  9. «Instalação em Londres cria a ilusão de andar na chuva sem se molhar». O Globo. 29 de dezembro de 2012. Consultado em 23 de junho de 2024 
  10. Ramírez Corredor, Yvonne Rocío (15 de março de 2022). «En los Montes de María el museo resiste: aproximaciones a la relación entre Arqueología, comunidad y patrimonio arqueológico desde el Museo Comunitario San Jacinto, Bolívar, Colombia». Memorias: 174–206. ISSN 1794-8886. doi:10.14482/memor.27.7614. Consultado em 19 de junho de 2024