Fábio Silva (político)
Fábio Silva | |
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Nascimento | Rio de Janeiro |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | político |
Fabio Francisco Silva (Rio de Janeiro, 19 de maio de 1976) é um comunicador e político brasileiro, filiado ao partido União Brasil.[1] Deputado estadual do Rio de janeiro no sexto mandato.
Fabio Silva é apresentador, diretor e sócio na rádio Melodia.[2]
Biografia e carreira
[editar | editar código-fonte]Fabio Silva começou sua carreira profissional como office boy aos 15 anos de idade. Trabalhou como como radialista ao lado do pai Francisco Silva.[carece de fonte melhor] Formou-se em direito pela Universidade Veiga de Almeida.[1] e pós-graduado em Administração pela FGV
É apresentador de dois programas na Rádio Melodia, da qual também é diretor e sócio.[3]
Carreira política
[editar | editar código-fonte]Fabio Silva é autor de diversas leis em benefício das igrejas, do consumidor, em apoio às justiças sociais, à segurança e à saúde. Foi presidente da Comissão de Saúde da Alerj e da Comissão de Proposições e Normas Internas da Casa. Atualmente, é suplente da Comissão de Defesa da Mulher e preside a Comissão de Defesa do Consumidor, onde vem contribuindo em muito para solucionar os problemas dos consumidores junto às empresas.[4]
Elegeu-se deputado estadual no Rio de Janeiro.[quando?]
Em fevereiro de 2003, foi eleito terceiro vice-presidente da Mesa da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.[5]
Na segunda instância, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) negou o recurso do Ministério Público Eleitoral, em abril de 2007, determinando que o MPE tinha perdido o prazo para pedir a cassação.[6] O Tribunal negaria também recursos contra outros deputados fluminenses acusados, incluindo Wilson Cabral (PSB-RJ), Alcebíades Sabino (PSC-RJ) e Domingos Brazão (PMDB-RJ).[7]
Durante a campanha nas eleições de 2010, Fábio lançou um "santinho" eleitoral no formato e aparência de um cartão de crédito. Feito de plástico e com o nome de "Votocard Gold", o santinho pedia votos para a reeleição de Fábio e do governador Sérgio Cabral, além de endossar Eduardo Cunha para deputado federal, Jorge Picciani para senador e Dilma Rousseff para presidente. Abaixo dos nomes no verso, estava a frase: "Esta é a ordem de votação. Use o seu crédito e cobre depois o resultado"; na frente, a inscrição dizia: "O limite do seu cartão será do tamanho do país que você quer".[8] O MPE abriu investigação para averiguar possível crime eleitoral na suposta insinuação de vantagem financeira pelo voto naqueles candidatos.[9]
Em 2013, trocou o Partido Social Democrático (PSD) para o partido do governador Sérgio Cabral, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que alcançou assim a maior bancada da ALERJ.[10]
Em 2014, apresentou um projeto de lei que criava o "Dia do Orgulho Heterossexual". Na justificativa da proposta, argumentou: "Num momento em que se discute muito o direito de minorias, não podemos deixar pessoas comuns desguarnecidas, discriminadas, apenas por terem orgulho de serem heterossexuais".[11]
Outra proposta sua dava prioridade a instituições religiosas na tramitação de processos administrativos ou judiciais. Segundo Fábio, as igrejas e templos já realizam muitos trabalhos sociais e funcionam assim como um braço do Estado; no plenário, disse também o projeto é "laico e está aberto a emendas". O projeto de lei foi aprovado em primeiro turno, com 41 votos favoráveis, em junho de 2017.[12] Em entrevista à Folha após a aprovação, Fábio defendeu o projeto: "Ele trata inclusive da questão da intolerância religiosa, pois em muitos municípios processos administrativos acabam sendo engavetados por serem de determinadas denominações".[13]
Em abril de 2015, foi um dos parlamentares a votar a favor da nomeação de Domingos Brazão para o Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCU-RJ).[14]
Na Operação Lava Jato, a delação premiada do lobista Fernando Baiano apontou Altair Alves Pinto como o o intermediário da propina destinada a Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados. Altair era funcionário parlamentar de Fábio desde 2003.[15] Em entrevista ao O Globo, quando perguntando sobre as denúncias, respondeu que não responderia pelos atos de um assessor: "Uma coisa é denúncia. Outra coisa são os fatos comprovados, não é verdade? Vamos esperar os fatos acontecerem. Cada um responde pelos seus. Eu não respondo nem pelos atos dos meus familiares. Jamais vou responder pelos atos de um assessor."[16]
Em 2016, o deputado Fábio Silva se candidatou a prefeito do município de Seropédica. A Folha de S.Paulo noticiou que, com a queda de Cunha, Fábio não teve apoio financeiro do PMDB-RJ.[17]
O principal opositor de Fábio era o ex-prefeito Anabal Barbosa, do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Durante um comício a favor de Anabal, Carlos Lupi, presidente do PDT, atacou diretamente Fábio por sua relação com Cunha: "Anabal, não se incomode com gente pequena e rasteira. Essa gente que estava lá em Brasília, puxando o saco do presidente da Câmara, que foi cassado por corrupção, não tem moral para falar do Anabal."[17]
Anabal foi eleito com 84,53% dos votos. Em segundo lugar, Fábio recebeu 4 416 votos (15,47% do total).[18]
Foi um dos 41 deputados a votar a favor da privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), em fevereiro de 2017.[19]
Em novembro de 2017, a Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato, prendeu os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, acusados de integrar esquema criminoso corrupto. Levada à ALERJ, Fábio votou pela revogação da prisão, que foi aprovada por 39 votos (19 contra, uma abstenção).[20]
Nas eleições de 2018, o jornal O Globo divulgou que Cunha estava zangado com Fábio. O deputado não havia apoiado a campanha de Danielle Cunha, filha de Cunha, e sim a de Sóstenes Cavalcante (DEM), deputado federal ligado ao pastor Silas Malafaia.[21] Da cadeia, Cunha escreveu uma carta a correligionários, na qual escreve: "Apesar da ingratidão, oro a Deus para que continue abençoando Fábio Silva, filho de Francisco Silva, e que ele possa se reeleger deputado estadual." Cunha também diz que, se vivo, o pai de Fábio não concordaria com a atitude do filho.[22]
O deputado apresentou um projeto garantindo aos policiais que capturarem um criminoso procurado o direito de receber a recompensa oferecida pelo Disque Denúncia.[23] O governador Wilson Witzel sancionou o projeto, transformando-o em lei, em março de 2019.[24] Outro projeto seu do mesmo ano permitiria os diretores de escolas públicas cederem-nas para encontros religiosos.[25]
Quando a ALERJ decidiu aceitar o pedido de impeachment de Witzel, Fábio comentou sobre a má relação do governador com o legislativo: "Havia um muro de Berlim entre o Palácio [das Laranjeiras, residência do governador fluminense] e a Casa".[26]
Na eleições de 2022, foi reeleito com 62 845 votos, pelo partido União Brasil.[27]
Em fevereiro de 2024, votou a favor da manutenção do mandato da deputada Lucinha, que havia sido afastada do cargo pelo Tribunal de Justiça do estado, acusada de possuir ligações com milicianos.[28]
Cassação
[editar | editar código-fonte]Em fevereiro de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) cassou o mandato de Fábio por "abuso de poder religioso" nas eleições de 2022. O Ministério Público Eleitoral o acusou de realizar festivais gospel com intuito eleitoral, “assemelhados a showmícios". Fábio participou de eventos do "Culto da Melodia" em Campo Grande e Itaguaí, onde teria feito discurso politico no púlpito e distribuído material de campanha.[3]
Na sua decisão, o desembargador Henrique Carlos Figueira apontou que ficou tipificado o abuso de poder com "o desvirtuamento de santuário e apropriação como espaço privado de autoridade e influência eleitoral".[3] Fábio foi declarado inelegível até 2030. Cabe recurso da condenação.[3]
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Fábio Silva é evangélico, ligado à Igreja Batista.[13]
Referências
- ↑ a b ALERJ. «Fábio Silva»
- ↑ Poder360 (2 de fevereiro de 2024). «TRE-RJ cassa deputado estadual por abuso de poder religioso». www.poder360.com.br. Consultado em 6 de junho de 2024
- ↑ a b c d Luis Felipe Azevedo (1 de fevereiro de 2024). «Deputado que já propôs 'Dia do Orgulho Hétero' no Rio tem o mandato cassado por abuso de poder religioso». O Globo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ «Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro». www.alerj.rj.gov.br. Consultado em 25 de outubro de 2024
- ↑ «Jorge Picciani é o novo presidente da Mesa Diretora da Alerj». Folha de S.Paulo. 2 de fevereiro de 2003. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ «TRE-RJ nega recurso contra deputado Fábio Silva». Folha de S.Paulo. 10 de abril de 2007. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ «TRE-RJ rejeita recursos contra mais três deputados estaduais». Folha de S.Paulo. 13 de abril de 2007. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Italo Nogueira (21 de setembro de 2010). «Simulação de cartão de crédito pede votos para Dilma e Cabral». Folha de S.Paulo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ «Ministério Público do Rio vai investigar santinho idêntico a cartão de crédito». Folha de S.Paulo. 21 de setembro de 2010. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Marco Antônio Martins; Diana Brito; Paulo Maurício Costa (5 de outubro de 2013). «Troca-troca dá a Cabral maior bancada na Assembleia». Folha de S.Paulo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Carina Bacelar (15 de junho de 2017). «Autor de projeto na Alerj que favorece igrejas coleciona polêmicas». O Globo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Carina Bacelar (13 de junho de 2017). «Alerj aprova em primeiro turno Projeto de Lei que estabelece prioridade para igrejas em processos». O Globo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ a b Nicola Pamplona (13 de junho de 2017). «Projeto dá benefício a igreja em fila da Justiça no Rio». Folha de S.Paulo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Pedro Zuazo (29 de abril de 2015). «Conselheiro vapt-vupt: veja quem votou em Brazão para o TCE». Jornal Extra. Consultado em 8 de dezembro de 2016
- ↑ Cássio Bruno (21 de outubro de 2015). «Suspeito de ser elo da propina a Cunha está sumido». O Globo. Consultado em 20 de dezembro de 2016
- ↑ Cássio Bruno (21 de outubro de 2015). «Parlamentar nomeou suspeito de elo da propina a Cunha». O Globo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ a b Italo Nogueira; Lucas Vetorazzo (30 de setembro de 2016). «Candidatos ligados a Cunha têm dificuldades em municípios do Rio». Folha de S.Paulo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ «Anabal (PDT) é eleito prefeito de Seropédica, RJ, no primeiro turno». G1 Rio. 2 de outubro de 2016. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Jornal Extra (20 de fevereiro de 2017). «Privatização da CEDAE aprovada na ALERJ». Consultado em 20 de fevereiro de 2017
- ↑ G1 (17 de novembro de 2017). «ALERJ revoga prisões de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi». Consultado em 17 de novembro de 2017
- ↑ Juliana Castro; Marco Grillo; Thiago Prado (18 de setembro de 2018). «MDB do Rio prioriza herdeiros de políticos presos na distribuição do fundo eleitoral». O Globo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Marcelo Osakabe (24 set 2018). «Da cadeia, Cunha divulga carta pedindo voto à filha». Terra. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Pedro Zuazo (30 de março de 2019). «Lei que prevê recompensa a policiais do Rio gera polêmica». Extra Online. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Pedro Figueiredo (29 de março de 2019). «Lei permite que policiais tenham direito à recompensa do Disque-Denúncia». G1. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ «Deputado propõe que estacionamentos de escolas sejam usados por igrejas». O Dia. 5 de agosto de 2019. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Ana Luiza Albuquerque; Catia Seabra (10 de junho de 2020). «Assembleia Legislativa do Rio decide abrir processo de impeachment contra Witzel». Folha de S.Paulo. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ «Confira quem foram os deputados estaduais eleitos pelo Rio de Janeiro nas eleições». Extra Online. 3 de outubro de 2022. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ Nascimento, Rafael (8 de fevereiro de 2024). «Alerj decide manter Lucinha no cargo». G1. Consultado em 4 de abril de 2024