Fórum da Paz
Fórum da Paz | |
---|---|
Fórum da Paz. Ao fundo, Santi Cosma e Damiano (esq.) e o fundo do Templo de Antonino e Faustina (dir.). | |
Uma das paredes laterais do Fórum da Paz incorporada no convento de Santi Cosma e Damiano. Nela estava afixado o "Plano de Mármore". À esquerda está a Basílica de Maxêncio. | |
Tipo | Fórum romano |
Construção | 74–96 |
Promotor(a) | Vespasiano e Domiciano |
Geografia | |
País | Itália |
Cidade | Roma |
Localização | IV Região - Templo da Paz |
Coordenadas | 41° 53′ 33,44″ N, 12° 29′ 15,4″ L |
Fórum da Paz | |
Localização em mapa dinâmico |
Fórum da Paz era um dos fóruns imperiais de Roma, o terceiro em ordem cronológica, localizado ao lado do Fórum de Augusto e separado dele pela rua conhecida como Argileto, que ligava o Fórum Romano ao Esquilino. Logo depois, a via foi redirecionada por causa da construção do Fórum Transitório. Antigamente era conhecido apenas como Templo da Paz (em latim: Templum Pacis), mas hoje o termo serve para o templo e o próprio fórum. Por ter sido construído por ordem de Vespasiano, é também conhecido como Fórum de Vespasiano.
Atualmente seus restos estão em grande medida enterrados sob a Via dei Fori Imperiali.
História
[editar | editar código-fonte]Definido por Plínio como uma das maravilhas do mundo[1], as obras do Fórum da Paz começaram em 74, durante o reinado de Vespasiano, e foram terminadas pelo seu filho Domiciano. O templo em si foi inaugurado em 75, depois do triunfo celebrado pela vitória na Guerra Judaica, e foi dedicado à Pax Augusta do Império Romano, restaurada pela dinastia flaviana depois do caos subsequente à morte de Nero.
Sétimo Severo restaurou o complexo depois que ele foi gravemente danificado em 192. Ao contrário dos demais fóruns, o Fórum da Paz perdeu rapidamente sua função pública e já no século IV o espaço passou a ser ocupado por oficianas, especialmente as que foram desalojadas para a construção da vizinha Basílica de Maxêncio.
Descrição
[editar | editar código-fonte]O Fórum da Paz ocupava um espaço de 135 x 100 metros e era composto por vários edifícios diferentes. Contudo, os restos deles hoje são muito poucos e estão localizados ao lado do Fórum Romano (ruínas da entrada monumental), debaixo da Via dei Fori Imperiali e incorporados na igreja de Santi Cosma e Damiano. Por conta disto, a planta é conhecida graças ao "Plano de Mármore" (Forma Urbis), que ficava justamente neste complexo, afixada em uma parede hoje no exterior de Santi Cosma e Damiano (os furos dos grampos que seguravam as lajes de mármore ainda são visíveis - vide imagem).
Segundo esta planta, o fórum consistia em uma grande praça quadrada disposta como um jardim, com pórticos em três lados (laterais, que tinham também nichos, e o fundo) e o lado frontal decorado por colunas de mármore africano na parede, lembrando um peristilo. O lado oposto à entrada principal era ocupado pelo próprio Templo da Paz, circundado por uma série de recintos (aulas) simétricos que abrigavam uma biblioteca, os espólios do saque de Jerusalém (com o famoso tesouro do Templo de Salomão) e um museu público, com uma riquíssima coleção de obras de arte gregas que Vespasiano ordenou que fosse levada para lá depois que a suntuosa Casa Dourada de Nero foi demolida.
No jardim central, decorado com flores, havia também fontes e uma estátua.
O templo, composto por um pronau hexastilo, um edifício com uma abside no fundo e o altar na praça adiante, estava incorporado no pórtico com o pronau destacado como um corpo avançado (avant-corps). Este elemento e mais a presença de um jardim na praça eram incomuns na arquitetura urbana romana e o Fórum da Paz foi um dos primeiros, se não o primeiro, exemplo de uma obra romana inspirada por elementos helenísticos orientais. O objetivo final era que a praça fosse vista como um elemento do próprio templo, "abraçada" pelo pórtico colunado. Por conta disto é que, antes da época de Constantino, o local era conhecido como "templo" e não como um "fórum".
Planimetria
[editar | editar código-fonte]Planimetria dos fóruns imperiais de Roma |
---|
Referências
- ↑ Plínio, História Natural XXXVI.102
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bandinelli, Ranuccio Bianchi; Torelli, Mario (1976). L'arte dell'antichità classica, Etruria-Roma (em italiano). Torino: Utet
- Fogagnolo, Stefania (2002). De Nuccio,, Marilda; Ungaro, Lucrezia, eds. I marmi colorati della Roma imperiale (catalogo mostra). Scoperta di frammenti di colonne colossali dal Foro della Pace (em italiano). Venezia: [s.n.] p. 136-137
- Fogagnolo, Stefania (2008) [2005-2006]. «Pavimenti marmorei di epoca severiana del Templum Pacis». Musiva & sectilia (em italiano) (2-3): 115-141
- Fogagnolo, Stefania (2006). Meneghini,, Roberto; Santangeli Valenzani, Riccardo, eds. Formae Urbis Romae. Nuovi frammenti di piante marmoree dallo scavo dei Fori imperiali. Lo scavo del Templum Pacis: concordanze e novità rispetto alla Forma Urbis (em italiano). Roma: [s.n.] p. 61-74
- Fogagnolo, Stefania (2007). Atti del XII colloquio dell'Associazione italiana per lo studio e la conservazione del mosaico (convegno Padova e Brescia 2006). Rivestimenti marmorei dal tempio del Foro della Pace (em italiano). Tivoli: [s.n.] p. 267-278
- Meneghini, Roberto; Corsaro, Antonella; Caboni, Beatrice Pinna (2009). Coarelli, Filippo, ed. Divus Vespasianus. Il Bimillenario dei Flavi (catalogo della mostra, Roma, marzo 2009 - gennaio 2010). Il Templum Pacis alla luce dei recenti scavi (em italiano). Milano: [s.n.] p. 190-199
- Noreña, Carlos F. (2004). «Medium and message in Vespasian's Templum Pacis». Memoirs of the American Academy in Rome (em inglês) (48): 25ss
- Tucci, Pier Luigi (2001). L'area del Templum Pacis all'inizio del Seicento: dall'orto della torre dei Conti alla Contea. Archivio della Società romana di storia patria (em italiano) (124): 211-276
- Tucci, Pier Luigi (2009). Coarelli, Filippo, ed. Divus Vespasianus. Il Bimillenario dei Flavi (catalogo della mostra, Roma, marzo 2009 - gennaio 2010). Nuove osservazioni sull'architettura del Templum Pacis (em italiano). Milano: [s.n.] p. 158-167
- Tucci, Pier Luigi (2013). König,, J.; Oikonomopolou,, K.; Woolf, G., eds. Ancient Libraries. Flavian Libraries in Rome (em inglês). Cambridge: [s.n.] p. 277-311