Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia | |
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Brasão da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia | |
FFCH-UFBA | |
Lema | Brasilidum Sobolem Traditione Paro (do latim, "Cultivar com tradição o sóbole brasileiro") |
Nomes anteriores | Faculdade de Filosofia da Bahia Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências |
Fundação | 13 de junho de 1941 (83 anos) |
Instituição mãe | Universidade Federal da Bahia |
Tipo de instituição | Unidade universitária |
Localização | Salvador, Bahia, Brasil |
Diretor(a) | Marcelo Moura Mello |
Vice-diretor(a) | Mariana Thorstensen Possas |
Campus | Federação/Ondina |
Mascote | Mocho |
Página oficial | www.ffch.ufba.br |
A Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (FFCH-UFBA) é uma unidade de ensino, pesquisa e extensão universitária sediada nas Unidades de São Lázaro do Campus Federação/Ondina da Universidade Federal da Bahia. A Faculdade dispõe de cursos de graduação e pós-graduação divididos entre sete departamentos: Antropologia, Ciência Política, Estudos de Gênero e Diversidade, Filosofia, História, Museologia e Sociologia.[1]
História
[editar | editar código-fonte]A Faculdade de Filosofia da Bahia foi fundada em 13 de junho de 1941 pela Liga de Educação Cívica na Avenida Joana Angélica, em Salvador. À época, a instituição estava estruturada em 4 seções (Filosofia, Ciências, Letras e Pedagogia) e oferecia 12 cursos de licenciatura e bacharelado. A mesma também era referenciada como "Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências". Abaixo, trecho da ata de fundação da instituição:[2][3]
A Faculdade de Filosofia da Bahia, com sede na Cidade do Salvador, é uma sociedade civil, sem fim lucrativo, organizada para manter um instituto de ensino superior de ciências, letras e filosofia, que terá a mesma denominação da instituição mantenedora.
Em 1946, a Faculdade de Filosofia da Bahia se une à Faculdade de Medicina da Bahia, Faculdade de Direito da Bahia, Escola Politécnica da Bahia e à Faculdade de Ciências Econômicas e, juntas, formam a Universidade da Bahia.[4] Em 1950, ocorre a federalização da universidade, tornando-a Universidade Federal da Bahia, e, no que se sucede, em 1956, o curso de História e Geografia, que até o momento formavam apenas um curso, são separados. Em 1968, no contexto da Ditadura Militar de 1964, acontece a reforma universitária.[3][5]
Reforma Universitária de 1968
[editar | editar código-fonte]Em 1968, o governo militar impõe a reforma universitária e os institutos e faculdades de ciências humanas foram os principais alvos. Na Universidade Federal da Bahia, a reforma se deu pelo Decreto nº 62.241 de 8 de Fevereiro de 1968, sancionado pelo ditador Artur Costa e Silva.[6][7] No que se sucede, com a implantação do Decreto de 1968, em 1970, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências perde os cursos de Matemática, Geografia, Letras e Jornalismo, e passa a ser nomeada com nome atual, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Por sequencia, a mesma é movida para o antigo prédio da Faculdade de Medicina da Bahia, localizado no Terreiro de Jesus, e. por fim, responsabilidade sobre a formação pedagógica na Universidade Federal da Bahia é retirada da Faculdade de Filosofia e transferida para a Faculdade Educação, fundada pela própria Ditadura em 1968.[3][5]
Em 1974, a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas é movida para o Campus Federação/Ondina porém com a criação de uma unidade apartada situada em São Lázaro (região próxima ao bairro da Federação), onde funciona até hoje. A mudança ocorre em definitivo em 1976.[3][5]
Unidades de São Lázaro
[editar | editar código-fonte]As Unidades de São Lázaro, referida erroneamente como Campus de São Lázaro, estão localizadas no Campus Federação/Ondina da UFBA,[8][9] num dos pontos mais altos do bairro da Federação, com vista ao Oceano Atlântico. Durante o século XIX, o local pertencia a João Francisco de Almeida Silva e abrigava a Fazenda Santa Ângela, formada pela Capela São Gonçalo, que já não existe mais, e pelo Casarão do Alto de São Lázaro, também conhecido como Casarão da Estrada de São Lázaro. No início do século XX, João Francisco de Almeida Silva muda-se para Santo Antônio de Jesus e o Casarão passa a abrigar o Noviciado das Ursulinas das Mercês. Em 1950, o Ministério da Educação compra o Casarão para abrigar Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, que funciona até 1974, quando o Instituto é fechado e a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas inicia sua mudança para o local, onde funciona até os dias de hoje.[3][10][11]
Administração
[editar | editar código-fonte]Diretores da FFCH
[editar | editar código-fonte]A FFCH-UFBA teve os seguintes dirigentes:
Ex-alunos e professores notáveis
[editar | editar código-fonte]Professorado
[editar | editar código-fonte]- Antônio Luís Machado Neto: professor de filosofia e sociologia na instituição.
- Carlos Etchevarne: professor de arqueologia na instituição.
- Cid Teixeira: professora de história na instituição.
- Consuelo Pondé de Sena: professora de antropologia e história na instituição.
- Graça Druck: professora de sociologia na instituição.
- João Carlos Salles Pires da Silva, filósofo, professor e reitor da UFBA;[21]
- José Calasans: Professor catedrático de História Moderna e Contemporânea da Faculdade de Filosofia da Bahia. Na UFBA, foi diretor do Departamento Social de Vida Universitária, vice-diretor da Faculdade de Filosofia, professor-adjunto de Antropologia, Chefe do Departamento de História (1968/1984) e diretor da Faculdade de Filosofia (1974/1975).[22][23]
- José Wanderley de Araújo Pinho: professor catedrático de História do Brasil;[24]
- Kátia Mytilineou de Queirós Mattoso: cientista social greco-brasileira e professora de história na instituição.
- Luís Henrique Dias Tavares: historiador, professor emérito da UFBA que integrou o departamento de história da instituição.
- Luís Nicolau Parés: antropólogo espanhol e professor de antropologia na instituição.
- Luiz Mott, ativista LGBT, considerado, pela Revista Wink, um dos gays mais influentes do mundo, professor titular aposentado do Departamento de Antropologia.[25][26][27]
- Nancy Mangabeira Unger: professora de filosofia na instituição.
- Ordep Serra: professor de antropologia na instituição.
- Roberto Albergaria: ingressou em Direito na UFBA, mas concluiu sua graduação em História em São Lázaro e veio a se tornar professor de Antropologia na instituição, além de um conhecido polemista.[28]
Alunado
[editar | editar código-fonte]- Afonso Florence, graduado em história pela UFBA, é deputado federal e secretário estadual da Bahia;
- Antonio Risério, mestre em antropologia pela UFBA, é escritor, gestor cultural e polemista;
- Caetano Veloso, discente graduado em filosofia;[29]
- Carlos Nelson Coutinho, formou-se em filosofia pela instituição. Escritor, tradutor e militante do PCB, ele foi professor emérito da UFRJ.
- Heron José de Santana Gordilho, mestre em ciências sociais;[30]
- Hilton Barros Coelho, historiador e mestre em História Política e Social da Bahia, vereador e deputado estadual da Bahia;[31]
- Josildeth Gomes Consorte, formada em história pela instituição, é uma historiadora especializada em relações raciais e professora emérita pela PUC-SP.
- Luciana da Cruz Brito, formada em história pela instituição, é uma historiadora, professora universitária na UFRB e vencedora do Prêmio Thomas Skidmore de 2018.
- Luiza Bairros, mestre em ciências sociais pela UFBA, foi ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil entre 2011 e 2014;
- Mary Garcia Castro, formou-se em sociologia, tendo concluído o seu mestrado na mesma instituição. Ela é uma socióloga e professora universitária que recebeu o prêmio Bertha Lutz.
- Martha Vasconcellos, cursou Psicologia na época em que o curso integrava a Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia. Ela ficou notória ao se tornar Miss Universo em 1968.
- Rui Costa, ingressou em Ciências Sociais mas formou-se em Economia, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFBA.[32]
- Tiganá Santana, formado em Filosofia na instituição, ele é um cantor, compositor, violonista e poeta, além de professor universitário no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos da UFBA.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Unidades de São Lázaro
- Universidade Federal da Bahia
- Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Departamentos | Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA». www.ffch.ufba.br. Consultado em 28 de julho de 2022
- ↑ «Ata_da_fundacao_da_faculdade_de_filosofia.pdf» (PDF). Ata de Fundação da Faculdade de Filosofia da Bahia. 13 de junho de 1941. Consultado em 28 de julho de 2022
- ↑ a b c d e ALVES, Lívia (2019). A Prática de Ensino no Curso de História da Universidade Federal da Bahia (PDF). Salvador: Universidade Federal da Bahia
- ↑ «Decreto-lei 9155: Cria a Universidade da Bahia e dá outras providências». Consultado em 8 de outubro de 2010
- ↑ a b c «UFBA em Movimento». UFBA em Movimento. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ «Exemplo de uso do termo "ditador" aos mandatários da ditadura». UOL Notícias. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ «Portal da Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ Adesão SiSU UFBA (PDF). Salvador: [s.n.] 2022. pp. 72–78
- ↑ «CAMPUS FEDERAÇÃO/ONDINA - Unidades de São Lázaro». SiSU Simulator. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ «Casarão do Alto de São Lázaro, Faculdade de Filosofia». www.salvador-turismo.com. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ «:: Salvador Cultura Todo Dia ::». www.culturatododia.salvador.ba.gov.br. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ Lando, Janice Cassia (2012). «Práticas, inovações, experimentações e competências pedagógicas das professoras de matemática no Colégio de Aplicação da Universidade da Bahia (1949-1976)» (PDF). Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ «Depois do Quitandinha (1963), o VI Congresso Brasileiro de Arquitetos (1966)». Vitruvius. Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ «Seminário "Relendo Thales de Azevedo" seleciona comunicações na área das Ciências Humanas». ufba.br. Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ «Histórico». cienciassociais.ffch.ufba.br. Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ a b João Carlos Salles (2009). «Tradição e identidade: a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA». Caderno CRH. Scielo. Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ a b c d Conselho Universitário (CONSUNI) da UFBA (5 de julho de 1995). «Ata da Sessão do Conselho Universitário realizada em 05 de julho de 1995». UFBA. Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ «Relatório de Gestão 2004» (PDF). proplan.ufba.br. Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ a b «Consulta Direção FFCH». ffch.ufba.br. Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ «RELATÓRIO DA COMISSÃO ELEITORAL DA CONSULTA À COMUNIDADE ACADÊMICA PARA ESCOLHA DO/A DIRETOR/A E VICE-DIRETOR/A DA FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS» (PDF). ffch.ufba.br. Consultado em 7 de março de 2024
- ↑ «ACADEMO - SISTEMA DE BUSCA DIRECIONADA». academo.ufba.br. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ Calmon, Jorge. «História da Academia». Consultado em 23 de abril de 2010. Arquivado do original em 10 de fevereiro de 2010
- ↑ «JOSÉ CALASANS». II Seminário Nacional de História Social dos Sertões. Consultado em 14 de fevereiro de 2021
- ↑ Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «JOSE WANDERLEY DE ARAUJO PINHO». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ «ACADEMO - SISTEMA DE BUSCA DIRECIONADA». www.academo.ufba.br. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ «Luiz Mott na lista dos 500 gays mais influentes do mundo». Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ «Luiz Roberto de Barros Mott | Ciência e Cultura». Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ Alexandro Mota; Graciela Alvarez; Naiana Ribeiro (4 de julho de 2015). «Encontrado morto em casa, Albergaria tinha quadro de depressão». Correio. Consultado em 29 de abril de 2023. Cópia arquivada em 29 de abril de 2023
- ↑ «Caetano Veloso - personalidades - Estadao.com.br - Acervo». Estadão - Acervo. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ «Corpo Docente do PPGD/UFBA». Universidade Federal da Bahia. S/d. Consultado em 16 de fevereiro de 2019
- ↑ ALBA. «Assembleia Legislativa da Bahia». ALBA. Consultado em 29 de julho de 2022
- ↑ «Rui Costa». PT - Bahia. Consultado em 29 de julho de 2022