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Família Pappenheimer

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Ilustração de 1587 mostrando a execução na fogueira de pessoas acusadas de bruxaria

Família Pappenheimer foi uma família julgada e executada por bruxaria na Baviera, Alemanha. Seu julgamento e execução em 1600 são considerados como um dos piores ocorridos na Europa, e o caso, incomumente bem documentado, é tomado como um exemplo das torturas e mortes ocorridas durante a caça às bruxas na Idade Moderna.[1]

Perspectiva geral

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A família era composta pelo pai Paulus, a mãe Anna, os filhos Gumpprecht e Jacob (em certos relatos chamado de Michel), e o caçula Hoel (ou Hansel), de dez anos. Eles pertenciam à classe mais baixa da sociedade germânica, e eram originalmente pedintes da Suábia. Pappenheimer era uma alcunha, sendo o sobrenome verdadeiro Pämb ou Gämperle.

Eles foram entregues por um assaltante detido, e presos no meio da noite. Levados para a cadeia, foram acusados de cumplicidade no roubo e assassinato de uma grávida com a intenção de fabricar velas a partir de seu feto não-batizado. Sob ordem de Maximiliano I, Eleitor da Baviera, eles foram levados a Munique onde, expostos a intensa tortura, acabaram por admitir a autoria de tudo o que foram acusados. A família foi responsabilizada por diversos crimes relacionados à feitiçaria, confessando atos como voar em uma tábua de madeira para encontrar o demônio, fazer sexo com o demônio e assassinato de crianças para produzir um pó demoníaco com suas mãos e pomadas com seus corpos, entre vários outros.[2] Eles acabaram por entregar os nomes de mais de quatrocentos supostos cúmplices; em determinadas ocasiões, a tortura era tão dolorosa que eles mencionaram noventa e nove nomes ao mesmo tempo para que as agressões cessassem.

Os pais e os dois filhos mais velhos foram condenados a serem executados juntos com dois outros homens. Eles foram descarnados seis vezes cada com ferros em brasas, com os seios arrancados de Anna esfregados nos rostos de seus filhos adultos; os ossos dos homens foram quebrados, o pai foi submetido ao empalamento em uma lança e, finalmente, todos foram queimados vivos em uma fogueira. Tudo isso aconteceu na frente de Hoel, o filho mais novo, condenado a testemunhar a execução de sua família; ele fora trazido junto com o xerife, que deveria registrar as reações da criança. Em dezembro de 1600, mais seis pessoas foram queimadas em fogueiras em Munique, dentre elas Hoel.[3]

Referências

  1. Ritual in early modern Europe, pág. 119. Edward Muir. Cambridge University Press. ISBN 9780521841535 (2005)
  2. Women in world history, Volume 2, pág. 76. Sarah S. Hughes, Brady Hughes. M.E. Sharpe. ISBN 9781563243134 (1997)
  3. Magic, mystery, and science: the occult in Western civilization, pág. 177. Dan Burton, David Grandy. Indiana University Press. ISBN 9780253216564 (2004)