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Fazenda Engenho d'Água (Ilhabela)

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Fazenda Engenho d'Água
Fazenda Engenho d'Água (Ilhabela)
Tipo quinta
Geografia
Coordenadas 23° 47' 36.024" S 45° 21' 48.168" O
Mapa
Localização Ilhabela - Brasil
Patrimônio bem tombado pelo CONDEPHAAT, Património de Influência Portuguesa (base de dados), bem tombado pelo IPHAN

Fazenda Engenho D'Água é, atualmente, o Parque Municipal Fazenda Engenho D’Água. Trata-se de uma propriedade rural histórica do final do século XVIII ou início do XIX, localizada no município de Ilhabela, no estado de São Paulo.[1]

A Fazenda Engenho d’Água tem sua origem estimada em fins do século XVIII ou início do XIX[2][3][4], época em que a produção açucareira no litoral norte ganha expressão. Originalmente, foi uma fazenda de cana de açúcar com engenho d’água. Como muitos outros engenhos em Ilhabela, passou a produzir cachaça, até esta se tornar a principal atividade de produção.

Depois de outros proprietários, em 1939 o imóvel, bastante degradado, foi comprado por Maria Leonor de Souza Dias da Silva Gontier e seu marido Bernard Gontier.

Logo voltaram a plantar cana de açúcar na propriedade e ter nova produção de cachaça, que durou até a década de 1970.

Na década de 1960, teve um polêmico projeto de abrigar um campo de aviação e de loteamento de uma grande área da fazenda pelo seu proprietário na década de 1980.

Em 2015, a Prefeitura Municipal de Ilhabela adquiriu o imóvel, contendo a casa sede, o engenho d’água, aqueduto e pequena represa; um alambique, cinco tonéis de madeira amendoim com capacidade de 20.000 litros cada, e outras construções existentes, desde a antiga escola dos filhos dos trabalhadores da fazenda (em frente à avenida) até as baias dos cavalos mais ao fundo do terreno, além de algumas tralhas da fazenda e dois veículos.

Em setembro de 2021, a fazenda foi aberta ao público com uma exposição permanente com 24 painéis contando a história da Fazenda e dos Engenhos, e que contou com o lançamento do livro "A Fazenda Engenho d'Água e os Engenhos de Ilhabela", do arqueólogo e historiador Plácido Cali.[5]

Vista da fachada principal do edifícil, em que se destaca o alpendre que encara a praia.
Vista lateral do edifício, mostrando outro ângulo das águas do telhado e parte da praia.

O edifício principal abrigava tanto as atividades industriais quanto a de moradia dos proprietários. O pavimento superior da casa possui um alpendre de frente para a praia, acessível por escada lateral, que dá acesso ao pavimento superior da casa e possibilitava, também, a fiscalização dos trabalhos na fazenda.

O partido e a organização arquitetônica também eram lusitanos e inéditos no Brasil, mas respeitando a antiga imposição colonial, que exigia um alpendre, onde ocorria a intermediação entre o público e o privado.

Conforme já demostraram Lemos & Mori [3]em todos esses engenhos do litoral norte, paredes mestras, embasamentos e colunas de pedra entaipada. Paredes divisórias e dos puxados, de taipa de mão” (p. 138)

Ainda segundo os mesmos autores, “sua restauração deu-se por volta de 1947, sendo o projeto do arquiteto Oswaldo Bratke que, com a anuência do IPHAN, no alpendre, manteve o assoalhado original agora apoiado em estrutura de concreto”.

Sua construção baseia-se em alicerces, colunas e algumas paredes do térreo em alvenaria de pedra e cal; e paredes internas e as externas do piso superior em pau a pique (taipa de mão). O telhado possui diversas águas, com longos beirais, e telhas capa e canal.[5]

Tombada pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: Processo 0347-T-45. Livro Belas Artes: Nº inscr. 402, vol. 1, f. 078, 22/10/1951. Livro Histórico: Nº inscr. 290, vol. 1, f. 049, 22/10/1951.

Tombada pelo Condephaat - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico: Processo 348/73. Resolução de Tombamento: Ex-Officio em 04/06/1979. Livro do Tombo Histórico: Nº inscr. 120, p. 20, 03/07/1979.

Registrada no Inventário do Patrimônio Edificado e Ambiental de Ilhabela, da Secretaria Municipal de Cultura de Ilhabela em março de 2021.[2]

A Fazenda Engenho d'Água foi aberta em definitivo em setembro de 2021 com exposição permanente e monitoria de guias. A visitação é gratuita e o local é mantido e gerido pela Secretaria Municipal de Ilhabela.

A Fazenda Engenho d'Água recebeu a exposição de fotos antigas do arquipélago de Ilhabela (décadas de 1940 e 1950) em 2016.[6]

Em 2020 recebeu a exposição de Joan Miró, pintor, gravador, escultor e ceramista, um dos artistas reconhecidos do Surrealismo, do Cubismo e do Fauvismo. Suas obras são marcadas pela espontaneidade e imaginário ilimitado. A Fazenda Engenho d'Água sediou a exposição por cento e vinte dias, exibindo vinte e duas litografias originais de Miró.[7][8][9]

Em setembro de 2021 recebeu a exposição permanente com 24 painéis elaborados pelo arqueólogo e historiador Plácido Cali, contando a história da fazenda e dos engenhos de Ilhabela.

Referências

  1. Bela (13 de março de 2015). «Fazenda Engenho D'Água é o novo Parque de Ilhabela». Ilhabela Guia de Viagem e Hospedagem. Consultado em 23 de abril de 2021 
  2. a b CALI, Plácido (2021). Inventário do Patrimônio Edificado e Ambiental de Ilhabela. São José dos Campos: Gestão Arqueológica Consultoria 
  3. a b LEMOS, Carlos (2008). Patrimônio: 70 anos em São Paulo. São Paulo: IPHAN 
  4. LEMOS, Carlos (1999). Casa Paulista: História das Moradias Anteriores ao Ecletismo trazido pelo Café. São Paulo: Edusp 
  5. a b CALI, Plácido (2021). A Fazenda Engenho d’Água e os Engenhos de Ilhabela. Ilhabela: Secretaria Municipal de Cultura. pp. 4–9 
  6. Norte, Sistema Costa. «Fazenda Engenho D'Água recebe exposição de fotos antigas do arquipélago de Ilhabela». Sistema Costa Norte (em inglês). Consultado em 3 de maio de 2021 
  7. «Em Ilhabela exposição de Joan Miró segue aberta para visitação na Fazenda Engenho D'Água». 11 de março de 2020. Consultado em 3 de maio de 2021 
  8. «Exposição Joan Miró - Um Gênio no Engenho em Ilhabela». Ilhabela Guia de Viagem e Hospedagem. Consultado em 3 de maio de 2021 
  9. «Ilhabela recebe exposição com uma coleção de obras originais do espanhol Joan Miró – SISEM SP». www.sisemsp.org.br. Consultado em 3 de maio de 2021