Fazenda Santa Rosa
Fazenda Santa Rosa | |
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Informações | |
Localização | Valença, RJ, Brasil |
Inauguração | Século XIX |
Coordenadas | -22.07459713623996, -43.69077403799602 |
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Fazenda Santa Rosa é uma fazenda fundada no século XIX localizada no munícipio de Valença, no interior do estado do Rio de Janeiro.[1][2]
História
[editar | editar código-fonte]A Fazenda Santa Rosa, remete ao Brasil Império e a separação do país por sesmarias.[3] O espaço da fazenda localiza-se no que foi batizada por sesmaria "Santa Rosa da Cachoeira", fundada pelo padre Manoel Gomes Leal.[4][5] Após alguns anos a propriedade foi comprada pelo casal Joaquim Marques da Silva e Faustina Angélica de Moura, um dos primeiros moradores da Vila de Valença, que depois deu origem a cidade de Valença.[1][4]
Com herdeiros, a família estabeleceu-se na sesmaria com pequenas propriedades, dando origem a outras fazendas, expandido o negócio das famílias.[4] A fazenda foi vendida pela família após a morte do patriarca da família para diversos compradores.[4]
Finalmente em 1839, a propriedade foi adquirida por Eleutério Delfim da Silva, importante cafeicultor de seu tempo.[6] Com a chegada de Eleutério a fazenda teve uma expansão de suas terras - por meio de compras de outras sociedades - e um aumento da produção de café em suas terras, e uma diversificação das plantas cultivadas como açúcar, algodão, milho e mandioca.[7] Eleutério também começa a produção de um dos símbolos da propriedade , a aguardente - a popularmente denominada como cachaça.[5][8]
Crise e superação
[editar | editar código-fonte]Apesar dos novos rumos dados por Eleutério na propriedade, o cafeicultor não conseguiu pagar suas dívidas para João Pereira Darrigue de Faro, o visconde do Rio Bonito e teve que saldar suas dívidas passando a propriedade para Faro.[5][9] Logo após a aquisição, Faro vendeu a propriedade para Antônio Vieira Machado - cafeicultor consolidado na região.[9]
Machado foi um hábil cafeicultor, conseguindo resgatar os lucros da fazenda.[5] Com a bonança, Machado investiu na propriedade construindo um solar na fazenda e uma casa sede.[5] Após a morte precoce de Machado, seus herdeiros venderam a propriedade para Domingos Custódio Guimarães, o Visconde do Rio Preto.[5][10]
Após a morte do Visconde, a propriedade passa por diversos proprietários.[11] Porém a propriedade volta a ter relevância com os irmãos italianos Nicolau, Vito e Caetano Pentagna oriundos de Scário, Província de Salerno na Itália, que chegaram ao Brasil no fim do século XIX.[12] Os irmãos conseguiram estabelecer-se no país e colocaram a fazenda sendo operante de maneira exitosa nas mais diversas frentes da tecelagem à produção cafeeira.[5]
Atualidade
[editar | editar código-fonte]Atualmente, a fazenda está intrinsicamente ligada a produção de cachaça.[13] A propriedade também aceita visitantes e faz visitas guiadas.[14]
Cachaça
[editar | editar código-fonte]Segundo o Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense, o documento mais antigo sobre o registro da produção da cachaça na fazenda é um documento de compra e venda entre o vereador João Pereira Darrigue Faro e Antônio Vieira Machado que data ao ano de 1852.[1] Graças ao documento pode-se aferir que existe uma produção da cachaça desde então na propriedade.[1]
Atualmente, a produção possui uma linha de cinco tipos de cachaça de linha considerada premium.[13] A Fazenda destaca-se na produção da bebida alcoólica, ganhando prêmio nacionais e no concurso mundial de Bruxelas, na Bélgica.[13][15][16]
A produção anual do produto a uma média anual de trinta mil litros da bebida, tendo o mercado nacional e a Espanha como principais mercados.[1]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e Junior, José (7 de março de 2021). «Fazenda Santa Rosa - A centenária fazenda de café e de cachaça». Revista Vale do Café. Consultado em 1 de abril de 2021
- ↑ «Valença». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 31 de março de 2021
- ↑ Ferraro Júnior, Luiz Antonio; Bursztyn, Marcel (agosto de 2010). «Das sesmarias à resistência ao cercamento: razões históricas dos Fundos de Pasto». Caderno CRH (59): 385–400. ISSN 0103-4979. doi:10.1590/S0103-49792010000200012. Consultado em 1 de abril de 2021
- ↑ a b c d Gomes, Maneco (25 de março de 2017). «Fazenda Santa Rosa - Mercado Imoiliário». Mercado Imobiliário - Compra, Venda e Locação de Imóveis. Consultado em 1 de abril de 2021
- ↑ a b c d e f g «Fazenda Santa Rosa» (PDF). Instituto Estadual do Patrimônio Cultural. 2008. Consultado em 31 de março de 2021
- ↑ «Fazenda Santa Rosa – Hotel Palmeira Imperial». Palmeira Imperial. Consultado em 1 de abril de 2021
- ↑ Alvarenga, Felipe (2019). «De Terras Indígenas à Princesa da Serra Fluminense: o processo de realização da propriedade cafeeira em Valença (Província do Rio de Janeiro, Século XIX)» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 31 de março de 2021
- ↑ Freitas, Mônica (1988). «História da Revolta da Cachaça» (PDF). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultado em 31 de março de 2021
- ↑ a b Castro, Jefferson Carneiro de (11 de novembro de 2014). «O retrato a óleo sobre tela do Terceiro Barão do Rio Bonito». Portal da Prefeitura de Barra do Piraí. Consultado em 1 de abril de 2021
- ↑ Braga, Francisco (23 de agosto de 2015). «DOMINGOS CUSTÓDIO GUIMARÃES, o Visconde do Rio Preto». São João-del-Rei Blog. Consultado em 31 de março de 2021
- ↑ Hlousek, Petr. «Rum von Fazenda Santa Rosa - Brasilien». Peters Rumetiketten (em alemão). Consultado em 1 de abril de 2021 soft hyphen character character in
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at position 11 (ajuda) - ↑ Acciolli, Nilma (2014). «JOSÉ GONÇALVES DA SILVA À NAÇÃO BRASILEIRA» (PDF). Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Consultado em 31 de março de 2021
- ↑ a b c «Fazenda Santa Rosa». Fazenda Santa Rosa. Consultado em 31 de março de 2021
- ↑ «Fazenda Santa Rosa – Hotel Palmeira Imperial». Hotel Imperial. Consultado em 1 de abril de 2021
- ↑ «Cachaças da região conquistam prêmios no Concurso Mundial de Bruxelas». Jornal A Voz da Serra. 30 de abril de 2018. Consultado em 1 de abril de 2021
- ↑ «Brussels Terror Attacks». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 1 de abril de 2021