Fazenda da Tafona
Fazenda da Atafona/Tafona | |
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Tipo | quinta, património histórico |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localização | Cachoeira do Sul - Brasil |
Patrimônio | bem tombado pelo IPHAE |
Fazenda da Atafona, ou Tafona, também chamado de Fazenda São José, é uma propriedade rural histórica do século XIX, localizada no município de Cachoeira do Sul, no estado do Rio Grande do Sul.[1]
Histórico
[editar | editar código-fonte]As terras que hoje formam a Estância São José eram parte da imensa sesmaria de Pereira Fortes e foram concedidas, por testamento e dote, à filha Rosa Joaquina, casada em 1798 em Rio Pardo com o norte-português José Vieira da Cunha
A fazenda surgiu da sesmaria de Pereira Fortes (cujo nome original era João Pereira D'Águeda) e foram concedidas por testamento e dote para sua filha Rosa Joaquina, casada em 1798 com o português José Vieira da Cunha.[2] Sua sede é datada de meados de 1813. Seu nome remete ao engenho de farinha de mandioca localizado ao lado da casa principal, mantido com todos os equipamentos usados na produção.[3][4]
Vários integrantes desta família moraram na casa, como Hilário Pereira Fortes (Barão do Viamão) e José Pereira Goulart (médico).
As terras eram usadas para a criação de gado e atividades agrícolas, incluindo a produção de farinha de mandioca. A atafona, onde era produzida a farinha, consistia em um grande espaço coberto, com um conjunto de instrumentos artesanais movidos por tração animal.[3][4]
Impactado com a abolição da escravatura, as atividades do engenho de farinha foram terminadas em 1895, porém o galpão e máquinas foram mantidos mesmo sem uso.[5]
Em 1916, após passar por diversos herdeiros, de geração em geração, a fazenda foi loteada e Emília Vieira da Cunha ficou com a parte em que a casa e a tafona estão localizadas. Porém com os integrantes da família migrando para morar nos centros urbanos, a residência de mais de trezentos e cinquenta metros quadrados ficou praticamente vazia e com pouco rendimento para conservá-la, ela enfrentou nos cinquentas anos seguintes, um processo de deterioração.[5]
Em 1962, a propriedade é adquirida pela sobrinha de Emília, Gemina Vieira da Cunha Silva, que inicia o processo de recuperação da casa, além de prover uma estrutura à fazenda que permitisse receber turistas, como o restaurante aberto em 1990. Porém ainda não foi aberta a visitação pois necessita de adequações de segurança.[5][6]
Em 2001 é reconhecida oficialmente como museu, a Casa de Memória. Em 2016 foi tombado pelo IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul).[5]
A propriedade pertence atualmente à filha de Gemina, a sexta geração descendente de Pereira Fortes.[6]
Tombamento
[editar | editar código-fonte]Tombado pelo IPHAN, teve sua data de inscrição no Livro Tombo no dia 04 de outubro de 2018. A Fazenda da Tafona possui valores históricos e arquitetônicos autênticos e originais. O tombamento estadual inclui toda a sua edificação e as máquinas originais da antiga atafona.[3][7][8]
Arquitetura
[editar | editar código-fonte]A edificação foi construída em estilo colonial e possui planta em U. Apresenta mobiliário original e uma atafona, um local onde estão as máquina de madeira usada para moer farinha. A primeira ala é da casa principal, no segundo ambiente estão a cozinha e churrasqueira, sendo ligada ao terceiro volume, onde está a atafona. As paredes são de alvenaria de forro e seus pisos são de madeira. As portas apresentam bandeiras envidraçadas e as janelas são de duas folhas ou guilhotina, com postigos internos. A cobertura é de telhas de barro tipo capa-e-canal, galbada e com estrutura em madeira. A atafona tem piso em chão batido e estrutura da cobertura aparente, sem forro.[3]
A construção possui sete dormitórios, sala de visitas, biblioteca, sala de jantar, banheiros e duas cozinhas.[5]
Referências
- ↑ PROCERGS. «Um Grande Destino». Turismo no Rio Grande do Sul. Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ user1. «A Casa-Sede da Fazenda da atafona: organização e evolução de uma vivenda Luso-Brasileira». acasasenhorial.org. Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ a b c d «IPHAE». www.iphae.rs.gov.br. Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ a b ILAM, Fundacion. «Antiga Fazenda São José (da Atafona)». ilamdir.org (em espanhol). Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ a b c d e user1. «A Casa-Sede da Fazenda da atafona: organização e evolução de uma vivenda Luso-Brasileira». acasasenhorial.org. Consultado em 5 de maio de 2021
- ↑ a b Fazenda da Tafona - Especiais TV Campus, consultado em 5 de maio de 2021
- ↑ «Fazenda da Tafona é reconhecida como Patrimônio Histórico do RS». Portal do Estado do Rio Grande do Sul. 19 de novembro de 2016. Consultado em 23 de abril de 2021
- ↑ «Compahc». www.compahc.com.br. Consultado em 23 de abril de 2021