Felipe Quispe
Felipe Quispe | |
---|---|
Felipe Quispe en una entrevista desde La Paz, noviembre de 2019 | |
Nascimento | 22 de agosto de 1942 Achacachi |
Morte | 19 de janeiro de 2021 (78 anos) El Alto |
Cidadania | Bolívia |
Alma mater | |
Ocupação | político, sindicalista |
Empregador(a) | Public University of El Alto |
Causa da morte | COVID-19 |
Felipe Quispe Huanca (Ajllata Grande, Omasuyos, 22 de agosto de 1943 - El Alto, La Paz, 19 de janeiro de 2021), chamado el Mallku (em aimará, 'o condor' ou 'autoridade originária', título que designa os chefes de tribos), foi um ativista indígena e político boliviano, da etnia aimará. Líder do Movimento Indígena Pachakuti (MIP), fundado em 2000, e líder sindical, foi secretário-geral da Confederación Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Bolivia (CSUTCB).
Biografia
[editar | editar código-fonte]Em 1984, foi um dos principais organizadores do Exército Guerrilheiro Tupac Katari, que promoveu uma insurreição indígena contra o governo central boliviano, nos anos 1990. Quispe acabou preso, em 19 de agosto de 1992, por seu envolvimento no movimento, e passou cinco anos na prisão.
Quispe é um adversário ferrenho do neoliberal consenso de Washington e é também, assim como Evo Morales e o líder indígena Sixto Jumpiri, fortemente contra os planos norte-americanos de erradicação da coca, entendidos como um atentado contra um elemento essencial da cultura aimará-quíchua.[1] Quispe também esteve profundamente envolvido na guerra do gás boliviano, em 2003. Os Estados Unidos acusaram-no de terrorista e narcotraficante, acusações aparentemente sem fundamento.
Felipe Quispe apresentou sua candidatura nas eleições presidenciais bolivianas de 2002, mas só obteve 5,6% dos votos (embora tivesse conseguido 17% no reduto aimará de El Alto e 29,8% no departamento de La Paz),[2] ficando atrás de Gonzalo Sánchez de Lozada e de Evo Morales - este último também pertencente à etnia aimará, como o próprio Quispe.
Pouco depois, Quispe será eleito deputado, mas renuncia ao seu mandato em junho de 2004, pretendendo com esse gesto denunciar a corrupção no legislativo boliviano.[2]
Candidata-se novamente, nas eleições presidenciais de dezembro de 2005. Distingue-se particularmente de Evo Morales por uma posição nacionalista indianista.[3] Sua orientação autonomista, ou mesmo secessionista, defende o estabelecimento de uma república indígena - que poderia vir a ser chamada « Collasuyu » - e situar-se-ia nas terras altas do oeste da Bolívia, de maioria aimará. O pleito de 2005 resulta na vitória de Evo Morales, líder do MAS, ficando Quispe em quinto lugar, com apenas 2,16% de sufrágios a seu favor.
Felipe Quispe fez oposição ao governo de Evo.[4][5]
Morte
[editar | editar código-fonte]Felipe morreu em 19 de janeiro de 2021, aos 78 anos, por complicações da COVID-19.[6]
Referências
- ↑ Vídeo: Cenários bolivianos (3) – Movimentos Sociais Indígenas e Identidade Arquivado em 2012-07-07 na Archive.today.
- ↑ a b Bolivie: vers l’anarchie segmentaire ? L'"ethnicisation" de la vie politique, por Jean-Pierre Lavaud. Hérodote 4/2006 (n° 123), p. 62-81.
- ↑ Del indigenismo al indianismo: el caso de Bolivia Arquivado em 20 de agosto de 2011, no Wayback Machine., por Jean-Pierre Lavaud. Aportes críticos, novembro de 1992.
- ↑ "Evo Morales quiere la presidencia; nosotros, nuestra autonomía": Felipe Quispe, por Nancy Escobar Cardoso. La Cronica de Hoy, 10 de junho de 2005.
- ↑ El radical Felipe Quispe da 90 días para que Evo cumpla sus promesas. La Cronica de Hoy, 28 de janeiro de 2006.
- ↑ «Fallece Felipe Quispe, el "Mallku"». El País Tarija (em espanhol). Consultado em 21 de janeiro de 2021
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- El Mallku: Autonomía Indígena y la Coca[ligação inativa]. Entrevista com Felipe Quispe, por Luis Gómez e Al Giordano. Narco News, 15 de janeiro de 2002.
- En defensa de la vida y la democracia, por Felipe Quispe Huanca. Narco News, 12 de fevereiro de 2003.