Fernando Correia da Silva
Fernando Correia da Silva | |
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Nascimento | 1931 Lisboa |
Morte | 2014 |
Cidadania | Portugal |
Ocupação | escritor |
Fernando Correia da Silva (Lisboa, 1931 – 2014), foi um escritor português, militante de esquerda, fundador e mantenedor enquanto vivo do sítio literário "Vidas Lusófonas", autor de várias obras de poesia e prosa, havendo feito ainda resistência ao regime ditatorial de Salazar que levou-o ao exílio no Brasil.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Começou a atuação política já na década de 1940, na campanha oposicionista ao Estado Novo de Norton de Matos; sofre, então, a perseguição da polícia política do regime - o PIDE - sendo detido em Caxias quando militante da ala juvenil do MUD; publica em 1950 o seu primeiro livro de poesia e, junto a Alexandre O'Neill, funda o jornal poético e político "A Pomba", clandestino.[1]
Sai do país e, junto a Agostinho Neto, Marcelino dos Santos e Vasco Cabral, emite declaração a favor da independência das colónias de África; volta a Portugal onde a perseguição do regime o força a abandonar a faculdade de economia, exilando-se então no Brasil, onde se instala em São Paulo.[1]
Na capital paulista atua no jornalismo junto à Folha de S.Paulo, onde idealiza e dirige o suplemento infantil "Folhinha", de larga duração; participa da fundação do periódico "Portugal Democrático" e junto a autores como os brasileiros Maria Bonomi, Guilherme Figueiredo, Cecília Meireles, e portugueses como Jorge de Sena, Casais Monteiro, Sidónio Muralha e Fernando Lemos funda a editora de livros infantis "Giroflé".[1]
Com a instalação no país da ditadura militar, em 1964, Correia da Silva muda-se para o Nordeste, trabalhando numa fábrica da cidade de Fortaleza, onde testemunha a situação contrastante da riqueza e da miséria; volta a São Paulo onde estuda técnicas industriais até que, com a Revolução dos Cravos de abril de 1974, volta finalmente a Portugal onde participou de movimentos cooperativistas de produção.[1]
Era avô do cineasta João Salaviza.[1]
Assinou obras com o pseudónimo de Fernando Mata-Cães.[2]
Principais obras
[editar | editar código-fonte]Organizou a edição de várias coletâneas de contos de autores diversos, tais como "Contos Africanos" e "Novelas Portuguesas", este último editado no Brasil em 1963.[3] Dentre as obras do autor estão:
- Mata-Cães (1986)
- Querença (1996)
- Maresia(1998)
- Lianor (2000)
- O Sindicato dos Burros (infantil, ilustrado por Maurício Veneza)
- A Cor dos Homens
Referências
- ↑ a b c d e «Morreu o escritor Fernando Correia da Silva». Esquerda. 18 de Julho de 2014. Consultado em 3 de março de 2019. Cópia arquivada em 4 de março de 2019
- ↑ Adriano da Guerra Andrade (1999). Dicionário de Pseudónimos e Iniciais de Escritores Portugueses. [S.l.]: Biblioteca Nacional Portugal. 99 páginas. ISBN 9789725652626. Consultado em 3 de março de 2019
- ↑ «Escritores e Livros». Correio da Manhã (21552). 9 de julho de 1963. Consultado em 3 de março de 2019.
Disponível na Biblioteca Nacional do Brasil.