Fernando Rosas
Fernando Rosas | |
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Nascimento | 18 de abril de 1946 (78 anos) Lisboa, ![]() |
Alma mater | Universidade de Lisboa |
Ocupação | Historiador, político |
Prémios | Prémio P.E.N. Clube Português de Ensaio (2012) |
Magnum opus | Salazar e o Poder: A Arte de Saber Durar |
Fernando José Mendes Rosas ComL (Lisboa, 18 de abril de 1946) é um historiador, professor e político português.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Percurso academico e profissional
[editar | editar código-fonte]Criado em Lisboa, Fernando Rosas frequentou o Liceu Normal de Pedro Nunes e licenciou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Terminada a licenciatura, tornou-se jurista no Gabinete de Estudos e Planeamento dos Transportes Terrestres, em 1969. Em 1972 porém, depois de cumprir uma pena de prisão em virtude da sua atividade política, é impedido de regressar à função pública.
Em 1982 passou a dedicar-se ao jornalismo, coordenando a página de História do Diário de Notícias e participando na redacção do seu suplemento cultural, até 1992. Desde esse ano passou a ser colunista quinzenal do jornal Público.
Em 1986 concluiu o mestrado em História dos Séculos XIX e XX, pela Universidade Nova de Lisboa.
Convidado para assistente do Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, ai viria a prosseguir uma carreira acadêmica, como investigador e docente, doutorando-se em História Contemporânea, em 1990.
A sua investigação centra-se na história do Estado Novo e do Salazarismo, tendo mais de uma centena de textos publicados nesses domínios.
Ascendeu a professor catedrático da FCSH-UNL em 2003.
Paralelamente, presidiu ao Instituto de História Contemporânea da mesma Faculdade (1990-2013); foi consultor da Fundação Mário Soares; foi diretor da revista História.
É comentador no programa Prova dos Nove da TVI24.
Percurso politico
[editar | editar código-fonte]Filho e neto de republicanos, desde jovem que Fernando Rosas se envolveu na atividade política e, em particular, no ativismo contra a ditadura salazarista.
Em 1960, no Pedro Nunes, participou na fundação da Comissão Pró-Associação dos Liceus (CPA-L). Um ano depois, em 1961, aderiu ao Partido Comunista Português. Em 1962, já estudante de Direito envolve-se nas lutas académicas desse ano - a chamada Crise académica de 1962 - e é eleito vice-presidente da CPA-L. Por causa destas atividades acabaria por ser detido em janeiro de 1965 e condenado a um ano e três meses de prisão correcional.
Em 1968 afasta-se do PCP, continuando, no entanto, empenhado na contestação à ditadura e no ativismo de esquerda - participa na primeira manifestação em Portugal contra a guerra do Vietname, dinamizada por setores que se irão ligar à Esquerda Democrática Estudantil; em 1969 apoia a Comissão Democrática Eleitoral, que, ao lado da CEUD de Mário Soares, de orientação não comunista, formava a Oposição Democrática às eleições legislativas desse ano; em agosto de 1971, é detido pela segunda vez e submetido à tortura do sono, seguindo-se uma nova condenação de 14 meses de prisão correcional; em 1973 dinamiza a campanha de denúncia pública do assassinato de Amílcar Cabral, conseguindo escapar-se a uma nova tentativa de detenção. Desde esse momento até ao 25 de abril de 1974 viveu na clandestinidade.
Entretanto, afastado definitivamente do PCP, participava na fundação do MRPP em 1970.
Após a revolução passou a dirigir o jornal oficial do MRPP, Luta Popular, até 1979.
Apoia as candidaturas presidenciais de Ramalho Eanes, em 1976 e 1980.
Afastado do MRPP no último desses anos, seria a seguir candidato independente a deputado, pelas listas do Partido Socialista Revolucionário (PSR), a partir de 1985.
Já em 1999, através do PSR, Fernando Rosas participou na fundação do Bloco de Esquerda, cuja Comissão Permanente integrou.
Foi eleito deputado à Assembleia da República por esse partido, nas eleições legislativas realizadas em 1999 e em 2005, pelo Círculo de Setúbal, e nas de 2009, pelo Círculo de Lisboa[1].
Foi candidato à Presidência da República em 2001, com o apoio do BE.
Condecorações
[editar | editar código-fonte]A 30 de Janeiro de 2006 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade.[2]
Obras publicadas (seleção)
[editar | editar código-fonte]- As primeiras eleições legislativas sob o Estado Novo: as eleições de 16 de Dezembro de 1934 (1985)
- O Estado Novo nos Anos 30 (1986)
- O salazarismo e a Aliança Luso-Britânica: estudos sobre a política externa do Estado Novo nos anos 30 a 40 (1988)
- Salazar e o Salazarismo (co-autor) (1989)
- Portugal Entre a Paz e a Guerra (1939/45) (1990)
- Portugal e o Estado Novo (1930/60) (co-autor) (1992)
- O Estado Novo (1926/74) (co-autor) (1994)
- Dicionário de História do Estado Novo (dir.) (1995)
- Portugal e a Guerra Civil de Espanha (coord.) (1996)
- Armindo Monteiro e Oliveira Salazar: correspondência política, 1926-1955 (coord.) (1996)
- Salazarismo e Fomento Económico (2000)
- Portugal Século XX: Pensamento e Acção Política (2004)
- Lisboa Revolucionária (2007)
- História da Primeira República Portuguesa (coord.) (2009)
- Salazar e o Poder: A Arte de Saber Durar (2012)[3]
- Salazar e os Fascismos (2019).
Resultados eleitorais
[editar | editar código-fonte]Eleições presidenciais
[editar | editar código-fonte]Data | Partidos apoiantes | 1ª Volta | 2ª Volta | Status | Ref | ||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Cl. | Votos | % | +/- | Cl. | Votos | % | +/- | ||||
2001 | BE | 4.º | 129 840 | 3,00 / 100,00 |
Não eleito | [4] |
Eleições legislativas
[editar | editar código-fonte]Data | Partido | Circulo eleitoral | Posição | Cl. | Votos | % | +/- | Status | Notas | Ref | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1999 | BE | Lisboa | 3.º (em 49) | 5.º | 55 113 | 4,89 / 100,00 |
Não eleito | Assumiu o mandato rotativamente. | [5] | ||
2002 | Setúbal | 1.º (em 17) | 5.º | 18 228 | 4,62 / 100,00 |
Não eleito | [6] | ||||
2005 | 1.º (em 17) | 4.º | 43 851 | 10,24 / 100,00 |
![]() |
Eleito | [7] | ||||
2009 | 1.º (em 17) | 4.º | 58 827 | 14,02 / 100,00 |
![]() |
Eleito | Renunciou ao mandato em 2010. | [8] |
Eleições autárquicas
[editar | editar código-fonte]Câmara Municipal
[editar | editar código-fonte]Data | Partido | Concelho | Posição | Cl. | Votos | % | Status | Notas | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1976 | MRPP | Lisboa | 1.º (em 17) | 6.º | 4 087 | 0,92 / 100,00 |
Não eleito |
Referências
- ↑ «Fernando Rosas». Assembleia da República. Consultado em 23 de junho de 2010
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Fernando Rosas". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 20 de maio de 2014
- ↑ «Rosas, Fernando, 1946-». PORBASE. Consultado em 23 de junho de 2010
- ↑ «Diário da República» (PDF). 9 de fevereiro de 2001. Consultado em 12 de março de 2024
- ↑ [https://www.eleicoes.mai.gov.pt/legislativas1999/D110000/110000_AR.html «Elei��es para a Assembleia da Rep�blica - 1999 (LISBOA)»]. www.eleicoes.mai.gov.pt. Consultado em 12 de março de 2024 replacement character character in
|titulo=
at position 5 (ajuda) - ↑ «Legislativas 2002». www.eleicoes.mai.gov.pt. Consultado em 12 de março de 2024
- ↑ «Eleições Legislativas 2024». legislativas2024.mai.gov.pt. Consultado em 11 de março de 2024
- ↑ «Legislativas 2009 - Resultados por Distrito». www.eleicoes.mai.gov.pt. Consultado em 12 de março de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Fernando Rosas é o primeiro Professor Emérito da NOVA FCSH
- A última lição do historiador que escancarou o salazarismo – artigo de Mauel Carvalho - jornal Público, 28 de Abril de 2016
- Nascidos em 1946
- Naturais de Lisboa
- Alumni da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
- Professores da Universidade Nova de Lisboa
- Historiadores de Portugal
- Políticos do Partido Comunista Português
- Políticos de Portugal que mudaram de partido
- Membros do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses
- Políticos do Bloco de Esquerda (Portugal)
- Deputados da Assembleia da República Portuguesa
- Candidatos presidenciais de Portugal
- Comentadores de Portugal
- Comendadores da Ordem da Liberdade