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Florideophyceae

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaFlorideophyceae
Florideae
Florideae: a alga vermelha Corallina pinnatifolia.
Florideae: a alga vermelha Corallina pinnatifolia.
Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Plantae
Sub-reino: Biliphyta
Filo: Rhodophyta
Subfilo: Rhodophytina
Clado: Archaeplastida
Classe: Florideophyceae
Cronquist, 1960[1]
Sinónimos
Diversidade das Florideae na obra de Ernst Haeckel Kunstformen der Natur (Formas artísticas da Natureza), publicada em 1904.

Florideophyceae Cronquist, 1960 é uma classe de algas vermelhas (Rhodophyta) pluricelulares do subfilo Rhodophytina, que agrupa cerca de 6 770 espécies, mais de 95% de todas as espécies conhecidas de algas vermelhas. Entre os membros desta classe estão os grupos de rodófitas morfologicamente mais complexos, distribuindo-se por 5 subclasses e 29 ordens. O agrupamento é considerado como classe no sistema de classificação de Hwan Su Yoon et al. (2006),[2] mas existem várias classificações alternativas para o agrupamento taxonómico formado pelas Florideophyceae, sendo nalguns sistemas de classificação considerado ao nível de subclasse (nesse caso com o nome de Florideophycidae).[3] O grupo está presente no registo fóssil do período Câmbrico de há 550 milhões de anos.[4]

Sendo o maior agrupamento do filo Rhodophyta, agrupando cerca de 95 % de todas as espécies de algas vermelhas, apresenta uma elevada diversidade, contendo 5 subclasses e 29 ordens, entre as quais as que apresentam tipos morfológicos mais complexos.

Na sua presente circunscrição taxonómica a classe Florideophyceae é uma das três classes (Florideophyceae, Bangiophyceae e Compsopogonophyceae) do subfilo Rhodophytina que são fundamentalmente pluricelulares, cujas células se distinguem entre classes por diferenças ultraestruturais, especialmente pela associação do aparelho de Golgi com outros organelos celulares.[5] No caso das células das Florideophyceae o aparelho de Golgi está associado tanto ao retículo endoplasmático como à mitocôndria.[2]

Outras características que ocorrem na maioria dos membros deste grupo são:[6]

  • A maioria das espécies apresenta ciclo de vida trigenético[7] que inclui carposporófito, gametófito e tetrasporófito;
  • A presença de conexões entre células adjacentes mediante a formação de uma tampão de proteínas em torno de um poro septal (conhecido por pit connection), estrutura que pode funcionar tanto como reforço estrutural como via de comunicação de célula a célula (estas algas eram consideradas as únicas com estes poros,[8] mas foi demonstrada a sua presença no estágio filamentoso de Bangiaceae[7]);
  • Presença de mecanismos de fusão de células pós-fertilização.

Apesar de durante muito tempo se ter acreditado que estas algas apenas apresentavam crescimento apical, alguns géneros exibem crescimento intercalar.[7]

As florídeas são amplamente conhecidas por serem comuns em muitas costas e as suas paredes celulares conterem compostos de importância económica como o agar e a carragenina.

São conhecidas espécies tanto de água doce como marinhas. Entre os membros da classe, a ordem Ceramiales é o grupo mais abundante, enquanto as Corallinales, que apresentam incrustações de carbonato, são um elemento importante na formação dos recifes de coral.[9]

O grupo é por vezes fundido com as Bangiophyceae deixando a subclasse Florideae em uso,[10] mas a designação «Florideophyceae» ganhou aceitação generalizada.[11] No sistema de classificação de Saunders e Hommersand (2004) esta classe pertence ao subfilo Eurhodophytina, filo Rhodophyta. Esta classe não foi incluída no sistema sintetizado de R.E. Lee (2008). A classe é designada por Florideae no sistema de classificação de Wettstein.[12][13]

A classe Florideophyceae, com cerca de 6 771 espécies, inclui as seguintes subclasses e ordens:[6]

Existem ainda algumas espécies em incertae sedis.

  1. Cronquist, A. (1960). «The divisions and classes of plants». The Botanical Review. 26 (4): 425–482. doi:10.1007/BF02940572 
  2. a b Yoon, Hwan Su, K. M. Müller, R. G. Sheath, F. D. Ott, y D. Bhattacharya. (2006). Defining the major lineages of red algae (Rhodophyta). J. Phycol. 42:482-492
  3. Brodie, J; Zuccarello, GC (2006). «20: Systematics of the species. Rich Algae: Red Algal Classification Phylogeny and Speciation». In: Hodkinson, Trevor R.; Parnell, John A.N. Reconstructing the tree of life : taxonomy and systematics of species rich taxa. Boca Raton, Fla.: Taylor & Francis. pp. 323–336. ISBN 978-0-8493-9579-6 
  4. Parfrey, Laura Wegener; Lahr, Daniel J. G.; Knoll, Andrew H.; Katz, Laura A. (16 de agosto de 2011). «Estimating the timing of early eukaryotic diversification with multigene molecular clocks». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 108 (33): 13624–13629. Bibcode:2011PNAS..10813624P. PMC 3158185Acessível livremente. PMID 21810989. doi:10.1073/pnas.1110633108 
  5. Yang, E. C., Scott, J., West, J. A., Orlova, E., Gauthier, D., Küpper, F. C., ... & Karsten, U. (2010). New taxa of the Porphyridiophyceae (Rhodophyta): Timspurckia oligopyrenoides gen. et sp. nov. and Erythrolobus madagascarensis sp. nov. Phycologia, 49(6), 604-616.
  6. a b Yang, E. C., Boo, S. M., Bhattacharya, D., Saunders, G. W., Knoll, A. H., Fredericq, S., ... & Yoon, H. S. (2016). Divergence time estimates and the evolution of major lineages in the florideophyte red algae. Scientific reports, 6.
  7. a b c Lee, R.E. (2008). Phycology, 4th edition. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-63883-8 
  8. Dawes, C. J.; Scott, F. M.; Bowler, E. (1961). «A Light- and Electron-Microscopic Survey of Algal Cell Walls. I. Phaeophyta and Rhodophyta». American Journal of Botany. 48 (10): 925–934. JSTOR 2439535. doi:10.2307/2439535 
  9. DF Kapraun & DW Freshwater 2012 Estimates of nuclear DNA content in red algal lineages AoB Plants. 2012: pls005.
  10. «Search - The Encyclopedia of Earth». www.eoearth.org. Consultado em 23 de abril de 2018 
  11. Juliet Brodie; Jane Lewis (Ph. D.) (2007). Unravelling the algae: the past, present, and future of algal systematics. [S.l.]: CRC Press. pp. 109–. ISBN 978-0-8493-7989-5. Consultado em 31 de janeiro de 2011 
  12. Handbuch der Systematischen Botanik (1924).
  13. Introduction to the Algae: structure and reproduction, 2nd ed, 1985 (ISBN 0-13-477746-8).
  14. Le Gall L, Saunders GW (junho de 2007). «A nuclear phylogeny of the Florideophyceae (Rhodophyta) inferred from combined EF2, small subunit and large subunit ribosomal DNA: establishing the new red algal subclass Corallinophycidae». Mol. Phylogenet. Evol. 43 (3): 1118–30. PMID 17197199. doi:10.1016/j.ympev.2006.11.012 
  • Clinton J. Dawes,; Scott, Flora M.; Bowler, E. (1961). "A Light- and Electron-Microscopic Survey of Algal Cell Walls. I. Phaeophyta and Rhodophyta". American Journal of Botany 48 (10): 925–934. doi:10.2307/2439535.
  • Huisman, J.M., Sherwood, A.R. & Abbott, I.A. (2003) Morphology, reproduction, and the 18S rRNA gene sequence of Pihiella liagoraciphila gen. et sp. nov. (Rhodophyta), the so-called 'monosporangial discs' associated with members of the Liagoraceae (Rhodophyta), and proposal of the Pihiellales ord. nov. J. Phycol. 39: 978-987.
  • G. W. Saunders & M. H. Hommersand (2004). "Assessing red algal supraordinal diversity and taxonomy in the context of contemporary systematic data". American Journal of Botany 91: 1494–1507.
  • Hwan Su Yoon, K. M. Müller, R. G. Sheath, F. D. Ott & D. Bhattacharya (2006). "Defining the major lineages of red algae (Rhodophyta)". Journal of Phycology 42: 482–492. DOI:10.1111/j.1529-8817.2006.00210.
  • Le Gall, L. & Saunders, G. W. (2007) A nuclear phylogeny of the Florideophyceae (Rhodophyta) inferred from combined EF2, small subunit and large subunit ribosomal DNA: Establishing the new red algal subclass Corallinophycidae. Molecular Phylogenetics and Evolution 43: 1118-1130.
  • West, J. A. et al. (2008) Rhodachlya madagascarensis gen. et sp. nov.: a distinct acrchaetioid represents a new order and family (Rhodachlyales ord. nov., Rhodachlyaceae fam. nov.) of the Florideophyceae (Rhodophyta). Phycologia 47: 203-212.
  • Lee, R.E. (2008), Phycology, 4th edition, Cambridge University Press, ISBN 978-0-521-63883-8

Ligações externas

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