Forte dos Mosteiros
O Forte dos Mosteiros localizava-se no lugar dos Mosteiros, freguesia de Mosteiros, concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores.
Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.
História
[editar | editar código-fonte]No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontram-se referidos "Dous Redutos no logar dos Mosteyros." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[1][2]
Ao final do século XVIII, a Relação dos Castelos e mais Fortes da Ilha de S. Miguel do seu estado do da sua Artelharia, Palamentas, Muniçoens e do q.' mais precizam, pelo major engenheiro João Leite de Chaves e Melo Borba Gato, informava:
- "Forte dos Mosteiros - Na costa do Norte p.a defença do ultimo Porto q.' nella há conservase em bom estado, tem 7 canhoneiras, e 4 peças montadas, e as carretas mui velhas, palam.ta algu'as astes quebradas, muniçoens nada."[3]
SOUSA (1995), em 1822, ao descrever o porto de Mosteiros refere: "(...) tem um bom porto, defendido por um pequeno castelo; (...).".[4]
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 refere-o como "Forte da Conceição" e informa que se encontrava arruinado.[5]
Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.
Características
[editar | editar código-fonte]Constituiu-se em um forte de pequenas dimensões, em cujos muros se abriam sete canhoneiras. Não foram localizados detalhes complementares sobre as suas edificações de serviço (Casa do Comando, Quartel de Tropa, Paiol de Pólvora) ou sua evolução.
Referências
- ↑ "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 179. Consultado em 8 dez 2011.
- ↑ REZENDES (2010) relaciona duas estruturas com a finalidade de defesa da praia e porto dos Mosteiros, ambos atualmente desaparecidos: o Forte de Conceição e o Forte de Santo Amaro (Op. cit., p. 10).
- ↑ BORBA GATO, 2000.
- ↑ Op. cit., p. 79.
- ↑ BASTOS, 1997:268.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde ja desprezar." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 267-271.
- CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.
- SOUSA, João Soares de Albergaria de. Corografia Açórica: Descrição Física, Política e Histórica dos Açores. Ponta Delgada (Açores): Jornal de Cultura, 1995. 142p. ISBN 972-755-013-4
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Fortificação/Ilha de São Miguel». in Instituto Histórico da Ilha Terceira
- «REZENDES, Sérgio. "A fortificação da Idade Moderna nos Açores: o caso específico das Ilhas de São Miguel, Terceira e São Jorge".» (PDF). in VI Seminário Regional de Cidades Fortificadas e I Encontro Técnico de Gestores de Fortificações, 31 de março a 2 de abril de 2010.