Saltar para o conteúdo

Francesco Barberini (1597–1679)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para o cardeal criado em 1690 pelo Papa Alexandre VIII, Deão do Sagrado Colégio dos Cardeais, veja Francesco Barberini (1662–1738).
Francesco Barberini, Sênior
Cardeal da Santa Igreja Romana
Deão do Sagrado Colégio dos Cardeais
Vice-Chanceler Apostólico
Francesco Barberini (1597–1679)
Pintura de Ottavio Leoni, 1624
Atividade eclesiástica
Diocese Diocese de Roma
Nomeação 11 de outubro de 1666
Predecessor Carlos Fernando de Médici
Sucessor Cesare Facchinetti
Mandato 1666 - 1679
Ordenação e nomeação
Ordenação episcopal 5 de novembro de 1645
por Dom Girolamo Cardeal Colonna
Cardinalato
Criação 2 de outubro de 1623
por Papa Urbano VIII
Ordem Cardeal-diácono (1623-1644)
Cardeal-presbítero (1644-1679)
Cardeal-bispo (1645-1679)
Título Santo Onofre (1623-1624)
Santa Ágata do Subúrbio (1624-1632)
São Lourenço em Dâmaso (1632-1679)
Sabina (1645-1652)
Porto e Santa Rufina (1652-1666)
Ostia-Velletri (1666-1679)
Brasão
Dados pessoais
Nascimento Florença
23 de setembro de 1597
Morte Roma
10 de dezembro de 1679 (82 anos)
Progenitores Mãe: Costanza Magalotti
Pai: Carlo Barberini
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Francesco Barberini, dito o Sênior[1] (Florença, 23 de setembro de 1597 - Roma, 10 de dezembro de 1679), foi um cardeal italiano, Deão do Sagrado Colégio dos Cardeais. Era membro da tradicional família Barberini.

Nascido da tradicional família Barberini, era filho de Carlo Barberini e Costanza Magalotti, assim, era irmão de Taddeo Barberini, que foi comandante do exército pontifício e príncipe de Palestrina e do cardeal Antonio Barberini. Era sobrinho do Papa Urbano VIII e dos cardeais Antonio Marcello Barberini e Lorenzo Magalotti, primo do cardeal Francesco Maria Macchiavelli, tio do cardeal Carlo Barberini e tio-avô do cardeal seu homônimo Francesco Barberini, iuniore.[2]

Estudou na Universidade de Pisa, onde recebe o título de Doutor utroque iure em Direito Canônico e Civil, em 1623. Em seguida, foi chamado a Roma por seu tio Papa, quando é feito Governador de Fermo.[2]

Foi criado cardeal no consistório de 2 de outubro de 1623 pelo Papa Urbano VIII, recebendo o barrete cardinalício e o título de Cardeal-diácono pro illa vice de Santo Onofre em 20 de novembro, sendo o único cardeal criado naquele consistório.[2][3] Foi então legado em Avinhão, até 1633, para negociar com o cardeal Armand-Jean du Plessis de Richelieu a questão da Valtellina e alcançar um acordo na disputa secular entre França e Espanha, sem contudo conseguir êxito. Legado também na Espanha, para negociar com o conde-duque de Olivares, um pacto entre a França e a Espanha foi conseguido, mas com a consideração mínima para o esforço diplomático do papa.[2]

Também foi nomeado bibliotecário da Santa Sé, cargo exercido de 1626 até 1633. Em 1624, passou a ser titular da diaconia de Santa Ágata do Subúrbio. Em 1623, é nomeado arcipreste da Basílica de São Pedro, onde ficaria até 1627, quando foi nomeado arcipreste da Arquibasílica de São João de Latrão, onde ficaria até 1628. No ano seguinte, assume a Basílica de Santa Maria Maior.[2][3]

Em 1632, opta pelo título da diaconia pro illa vice de São Lourenço em Dâmaso e é feito vice-chanceler da Chancelaria Apostólica. Apoiou as Guerras de Castro, realizado de fato pelos seus irmãos, que terminou em um fracasso desastroso. Em 1644, passa a ordem dos cardeais-presbíteros e participa do Conclave de 1644, que elegeu o Papa Inocêncio X.[2][3]

Passa a ordem dos cardeais-bispos, recebendo a Sé Suburbicária de Sabina, mantendo in commendam o título de São Lourenço em Dâmaso. Assim, foi consagrado bispo pelo cardeal Girolamo Colonna em 5 de novembro de 1645.[2][3]

Envolvido nas investigações promovidas pelo novo Papa Inocêncio X sobre os descaminhos perpetrados pelo Barberinis, em 1646 ele foi forçado a fugir para a França com seu irmão Taddeo em 15 de janeiro, depois de um consistório violento, o sua irmão, o cardeal Antonio havia deixado Roma em 28 de setembro de 1645, todos eles estavam sob a proteção do cardeal Jules Mazarin. Em 1648, a família Barberini obtém o perdão papal e pode retornar a Roma e ter restituída a sua fortuna.[2]

Ele também foi um forte apoiador das atividades do teatro de Palazzo Barberini que estabeleceu as normas para o melodrama romano e influenciou o veneziano.[2]

Em 23 de dezembro de 1652, passa a Sé Suburbicária de Porto e Santa Rufina, tornando-se também vice-decano do Sacro Colégio dos Cardeais. Dessa forma, participa do Conclave de 1655, que elegeu o Papa Alexandre VII.[2][3]

Em 11 de outubro de 1666, passa a ser o deão do Sacro Colégio dos Cardeais, passando a ser o titular da Sé Suburbicária de Ostia-Velletri. Dessa forma, preside o Conclave de 1667, que elegeu o Papa Clemente IX, o Conclave de 1669-1670, que elegeu o Papa Clemente X e o Conclave de 1676, que elegeu o Papa Inocêncio XI.[2][3]

Francesco Barberini teve, por um tempo, como sendo seu secretário pessoal o poeta brasileiro Martinho de Mesquita, cujo seus escritos foram bastante apreciados pelos seus contemporâneos.[4][5][6]

Faleceu em 10 de dezembro de 1679. Em 13 de dezembro, seu corpo foi levado para a basílica patriarcal do Vaticano e enterrado no dia seguinte no sepulcro de seus cânones.[2][3]

Referências

  1. Dito o Sênior em contraposição a Francesco Barberini, seu homônimo sobrinho-neto, chamado de O Menor, também cardeal.
  2. a b c d e f g h i j k l The Cardinals of the Holy Roman Church
  3. a b c d e f g Catholic Hierarchy
  4. COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. (2001). Enciclopédia de Literatura Brasileira. 2. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional e Academia Brasileira de Letras. ISBN 8526007238 
  5. Joaquim Manoel de Macedo (1876). Anno Biográfico Brasileiro (PDF). II. Rio de Janeiro: TYPOGRAPHIA E LITHOGRAPHIA do IMPERIAL INSTITUTO ARTÍSTICO. p. 217 
  6. João Manuel Pereira da Silva. Os varões illustres do Brazil durante os tempos coloniaes (PDF). Paris: Livraria de A. Frank, Livraria de Guillaume. p. 313 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Francesco Barberini


Precedido por
Maffeo Barberini
Cardeal
Cardeal-diácono de Santo Onofre

16231624
Sucedido por
Antonio Marcello Barberini, O.F.M.Cap.
Precedido por
Ottavio Ridolfi
Cardeal
Cardeal-diácono de Santa Ágata do Subúrbio

16241632
Sucedido por
Antonio Barberini, O.S.Io.Hieros.
Precedido por
Ludovico Ludovisi
Cardeal
Cardeal-padre de São Lourenço em Dâmaso

16321679
cardeal-diácono pro illa vice de 1632 a 1644
título in commendam de 1645 a 1679
Sucedido por
Lorenzo Raggi
Precedido por:
Carlos de Médici
Cardeal
Cardeal-bispo de Sabina

16451652
Sucedido por:
Bernardino Spada
Cardeal
Cardeal-bispo de Porto e Santa Rufina

16521666
Sucedido por:
Marzio Ginetti


Precedido por:
Carlos de Médici
Brasão arquiepiscopal
Cardeal-bispo de Óstia-Velletri

Sucedido por:
Cesare Facchinetti
Deão do Sacro Colégio dos Cardeais
16661679