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Fundação das Pioneiras Sociais

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Fundação das Pioneiras Sociais
Localização
Jurisdição territorial  Brasil
Sede Rio de Janeiro, Distrito Federal (1956–1960)
Brasília, Distrito Federal (1960–1991)
Histórico
Criação 29 de agosto de 1956
Extinção 22 de outubro de 1991 (35 anos)

A Fundação das Pioneiras Sociais foi uma instituição assistencial brasileira criada pela ex-primeira-dama do Brasil Sarah Kubitschek, com o decreto nº 39.865, de 29 de agosto de 1956, assinado pelo presidente Juscelino Kubitschek.

Voluntárias Sociais

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Em 1951, Sarah se tornou a primeira-dama do Estado de Minas Gerais, após a posse do marido em solenidade no Palácio da Liberdade. Com isso, foi convidada pela primeira-dama do país, Darcy Vargas, juntamente com todas as primeiras-damas dos Estados para assumirem suas funções a frente da presidência das Comissões Estaduais da Legião Brasileira de Assistência. Mesmo com o comando estadual da LBA, não a impediu de avançar em novos rumos na promoção de ações sociais. Começou a mobilizar as senhoras da alta sociedade mineira com o propósito de arrecadar doações para distribuir para famílias que passavam por necessidades. O grupo de mulheres se encontrava no Palácio da Liberdade e dedicava boa parte do tempo ajudando crianças, mães e mulheres grávidas, tendo criado em outubro de 1951 as chamadas Voluntárias Sociais.[1]

Presidente Juscelino Kubitschek inaugura o Hospital de Recuperação da Fundação das Pioneiras Sociais (Arquivo Nacional)

Sarah Kubitschek, então primeira-dama do Brasil, inovou com a Fundação das Pioneiras Sociais, oferecendo apoio à crianças, mães e mulheres grávidas, estendendo-se as famílias mais pobres.[2] A Fundação ganhou independência quando seu marido assumiu a Presidência da República, passando a adquirir recursos maiores, sendo originário do Governo Federal e de alguns setores como: comércio, indústria e particulares.[1]

Principais ações

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A Fundação das Pioneiras Sociais foi criada oficialmente em 22 de março de 1956, com ações principais voltadas às assistências médica e educacional da população pobre. Estão entre suas principais realizações: a criação de ambulatórios, escolas, hospitais volantes, lactários, centros de recuperação motora, recreação infantil e cursos de artes domésticas.[3]

Em 29 de agosto de 1956, um decreto presidencial declarou as Pioneiras Sociais como uma instituição de utilidade pública, passando, assim, a ser caracterizada como personalidade jurídica e sem fins lucrativos.[4]

Centro de Pesquisa Luiza Gomes de Lemos

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No mesmo ano da criação da Fundação das Pioneiras Sociais (1956) a Sra. Luisa Gomes de Lemos, mãe de D. Sarah Kubitschek, falece vítima de um câncer ginecológico. Com isso,  JK solicita um planejamento para a construção de um hospital de cancerologia na cidade do Rio de Janeiro.

O médico Arthur Campos da Paz, a quem JK solicitou o planejamento, aconselha a criação de um centro de pesquisas dedicado à prevenção do câncer feminino. Em 1957  é inaugurado o Centro de Pesquisa Luiza Gomes de Lemos, nova unidade da Fundação das Pioneiras Sociais.

Focado na detecção precoce do câncer ginecológico e da mama, o atendimento na unidade era ambulatorial. Um esforço era feito para que mulheres que nunca haviam feito o exame preventivo fossem ao centro de pesquisa realizá-los.[5]

Em 1968 foi fundada a Escola de Citopatologia que à época tinha formação voltada exclusivamente para a leitura de lâminas citológicas, principalmente para o colo do útero. Esse foi o primeiro curso de formação de citotécnicos no Brasil.[6]

Em 2013 o INCA - Instituto Nacional de Câncer - divulgou o informativo ‘vigilância do câncer’ revelando que o número de casos de câncer de colo de útero apresenta declínio depois de uma longa estabilidade.

O câncer de colo do útero é o terceiro tipo de tumor que mais acomete mulheres no Brasil.

No anos de 1980 com o Movimento da Reforma Sanitária, o Brasil intensificou o controle do câncer de colo de útero.

O resultado desse controle - iniciado pela Fundação Social das Pioneiras Sociais - aparece no informativo, ‘vigilância do câncer’ divulgado em 2013 pelo INCA, revelando que o número de casos de câncer de colo de útero apresenta declínio no Brasil depois de uma longa estabilidade.

Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek

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Em 1960, a instituição inaugurou sua grande obra, até então, o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek, já na nova capital federal, Brasília. Trata-se de centro especialmente dedicado a prestar serviços à comunidade no campo da recuperação motora.[7] A inspiração de Sarah para tal obra decorre, fundamentalmente, de sua experiência enquanto mãe e os problemas de coluna de sua filha Márcia e os cuidados específicos que ensejavam.


A Fundação das Pioneiras Sociais implantou, em 21 de abril de 1960, o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek, com projeto original do arquiteto Glauco Campello em um prédio simples de dois andares como uma unidade de apoio, sem a intenção de vir a der um hospital de referência. Atualmente o prédio, que ficou conhecido como Sarinha, é parte do Hospital Sarah, na Asa Sul.

Em 1968 o médico Aloysio Campos da Paz Júnior é convidado para dirigir o Centro de Reabilitação SARAH Kubitschek. Aloysio havia concluído treinamento em Oxford, na Inglaterra, quando assumiu o projeto. No Sarah ele desenvolveria as ideias que surgiram do seu treinamento. Daí adveio o embrião do Conselho Comunitário, braço de  apoio político ao futuro projeto.

Em 1969 o centro é ampliado e adaptado para funcionar como hospital cirúrgico, atendendendo Brasília e a população dos outros estados.

No metade dos anos de 1970 é "desenhado" todo o esboço do que viria a ser tornar, de fato, o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek: em 1976 é aprovado o projeto pela Secretaria de Planejamento da Presidência da República e o Ministério da Saúde que prevê um futuro hospital: além do atendimento ambulatorial o Centro de Reabilitação atuará na formação dos recursos humanos e no desenvolvimento de técnicas e equipamentos. Também há previsão de uma rede nacional de hospitais coordenada pelo Centro.

Aloysio incumbiu ao arquiteto João Filgueiras Lima o projeto de um hospital de referência na medicina do aparelho locomotor.

Em 1977 é iniciada a formação de profissionais que viverão os ideais do Sarah.  É extinta a dupla militância, na qual o profissional trabalha na rede pública e também na particular. Assim, o conflito de interesses não existe nas relações de trabalho da rede Sarah. O trabalho passa a ser em tempo integral e depois com dedicação exclusiva ao hospital.

Em 1980 a nova estrutura do Sarah, com projeto assinado pelo arquiteto João Filgueiras, estava pronta.

O Centro de Reabilitação Sarah Kubistcheck,  (Hospital Sarah) é inaugurado pelo presidente João Figueiredo, no dia 12 de setembro de 1980.[8][9]

Referências

  1. a b http://www1.inca.gov.br/rbc/n_58/v03/pdf/03_artigo_fundacao_pioneiras_sociais_contribuicao_inovadora_controle_cancer_colo_utero_brasil_1956_1970.pdf
  2. «Pioneiras Sociais». www.historiadocancer.coc.fiocruz.br. Consultado em 7 de agosto de 2019 
  3. «Pioneiras Sociais». historiadocancer.coc.fiocruz.br. Consultado em 17 de agosto de 2020 
  4. «Portal da Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 4 de janeiro de 2020 
  5. «Pioneiras Sociais». historiadocancer.coc.fiocruz.br. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  6. «Técnico em Citopatologia». www.epsjv.fiocruz.br. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  7. Amador, João (18 de março de 2019). «Figuras de Brasília: Sarah Kubitschek». JBr. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  8. «Nossa História» 
  9. . «Brasília sexagenária: referência internacional, Rede Sarah começou no DF». www.correiobraziliense.com.br. Consultado em 19 de agosto de 2020 

Ligações externas

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