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Garzúlio I Corcorúnio

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 Nota: Para outros significados, veja Garzúlio Corcorúnio.
Garzúlio I Corcorúnio
Nacionalidade Reino da Armênia
Etnia Armênia
Ocupação General

Garzúlio I (em latim: Garzulius[1]) ou Garzoil (em armênio/arménio: Գարջոյլ; romaniz.: Garjoyl) foi um nobre armênio (nacarar) do século IV da família Corcorúnio, ativo no reinado de Cosroes III (r. 330–339).

Garzúlio (em latim: Garzulius) é a forma latinizada do armênio Garzoil (Գարջոյլ, Garjoyl), cuja origem é desconhecida.[2][3] Nina Garsoïan propôs que o primeiro elemento de seu nome (gar-) esteja associado ao parta gar-, que derivou do avéstico gari-, "montanha".[4]

A parentela de Garzúlio é desconhecido, exceto que pertencia à família Corcorúnio. Foi mencionado por Moisés de Corene, que se refere a ele pelo título de malcaz, gentilício entre os Corcorúnios, indicando que era líder (naapetes) de seu clã. No reinado de Cosroes III (r. 330–339), após a derrota de Sanatruces e suas hordas nômades pelos exércitos armênios, foi nomeado como comandante da fronteira do norte.[a] O relato informa que a nomeação ocorreu em decorrência da morte de Mirranes, que era chefe da Ibéria (tratada por Moisés de Corene como sujeita à Armênia desde Tiridates III[5]) e vitaxa de Gogarena.[6] De acordo com Cyril Toumanoff, há uma confusão generalizada nas fontes armênias, dentre elas Moisés, entre a dinastia reinante mirrânida de Gogarena e o ramo da mesma dinastia que à época reinava na Ibéria, o que explica a menção; naquele ponto, o rei da Ibéria chamava-se Meribanes III (r. 284–361).[7] É possível que Garzúlio seja o homônimo citado décadas depois, mas também podem ser pessoas distintas, pois parece que os Corcorúnios repetiram os mesmos prenomes de geração em geração.[4]

[a] ^ Essa divisão do exército, como citada por Moisés de Corene, é desconhecida nesse período, indicando uma confusão do cronista. Segundo Nina Garsoïan, essa divisão do exército em porções não é conhecida em outras fontes e aparenta ser uma confusão de Moisés a respeito das quatro "portas", inspiradas nos quatro pontos cardeais, como registrado na Lista Militar (Զորնամակ, Zōrnamak), o documento que indica a quantidade de cavaleiros que cada uma das família nobres devia ceder ao exército real em caso de convocação.[8]

Referências

  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Գարջոյլ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung 
  • Moisés de Corene (1736). Historiae Armeniacae libri III. Londres: Caroli Ackers 
  • Moisés de Corene (1978). Thomson, Robert W., ed. History of the Armenians. Cambrígia, Massachusetts; Londres: Harvard University Press 
  • Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press