Gaspar Santana Saldanha
Gaspar Santana Saldanha | |
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Nascimento | 14 de março de 1888 Sant'Ana do Livramento |
Morte | 2 de agosto de 1962 (74 anos) Rio de Janeiro |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | político |
Gaspar Santana Saldanha (Santana do Livramento, 14 de março de 1888 ou 1881 — Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1962) foi um advogado e político brasileiro.[1][2] Há informações controvérsias quanto ao seu ano de nascimento. De acordo com o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Gaspar Saldanha teria nascido em 1888.[2] Já na tese de mestrado apresentada por Eduardo Rouston Junior, tendo como tema a participação federalista na Assembléia dos Representantes, o ano do nascimento apontado pelo autor é 1881.[1] Foi casado com Jeni Jobim Saldanha, tendo como fruto desse casamento 5 filhos.[2]
Formou-se na Faculdade de Porto Alegre, em 1913, no curso de Direito.[1] Enquanto ainda era graduando, fez parte de um movimento antimilitarista da Campanha Civilista, no qual a candidatura de Rui Barbosa à presidência foi promovida.[2] Vindo de uma família de maragatos, Gaspar Saldanha manteve a tradição de participar de disputas militares, sendo conhecido, a princípio, por fazer oposição aos chimangos (também conhecidos pela variação ximangos).[3]
Carreira Política
[editar | editar código-fonte]No início de sua carreira política, era ligado ao Partido Federalista e foi eleito deputado por três vezes à Assembleia dos Representantes (1917/20; 1921/24; 1925/28).[1] Exerceu o mandato de deputado federal constituinte pelo Rio Grande do Sul em 1934.[2] Durante boa parte de sua atividade como político, Gaspar Saldanha entrou em conflitos com Getúlio Vargas. Vargas, sendo do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), e Saldanha do Partido Federalista (PF), possuíam diferentes visões relacionadas principalmente à economia, como o intervencionismo estatal e a política tributária.[1] Entre as suas contribuições como opositor ao partido de Vargas, Saldanha sinalizou a falta de participação política da Assembleia dos Representantes, bem como o autoritarismo do governo.[2]
Entre 1922 e 1923, Saldanha apoiava a candidatura do candidato do partido federalista, Joaquim Francisco de Assis Brasil, para o governo do Rio Grande do Sul. No entanto, o candidato perdeu as eleições para o seu opositor republicano, Antônio Augusto Borges de Medeiros.[2] A eleição de Borges de Medeiros culminou na Revolução Gaúcha de 1923.[2] Saldanha, juntamente com João Francisco de Assis, foi um dos líderes do movimento,[3] que resultou na proibição de uma possível reeleição de Borges de Medeiros, o chamado Pacto de Pedras Atlas.[2] Envolveu-se na campanha da Aliança Liberal e na revolução de 1930.[2] O período posterior a revolução de 30 foi marcado pela reconciliação de Gaspar Saldanha com Vargas, que na época adotara um discurso de conciliação entre chimangos e maragatos.[1][4]
Foi eleito como suplente de deputado à Assembleia Nacional Constituinte em maio de 1933 e empossado em 1934 pelo Partido Republicano Liberal (PRL). Nesse período de seu percurso como político, uma das suas principais proposições foi a sugestão de eleições indiretas para a presidência da República. Cumpriu seu mandato até maio de 1935. Após esse período, trabalhou até o ano em que se aposentou, 1958, no Cartório 5º Ofício de Registro de Imóveis do Distrito Federal.[2]
Referências
- ↑ a b c d e f Rouston Junior, Eduardo. «"Não só do pão do corpo precisa e vive o homem, mas também do pão do espírito": a atuação federalista na Assembléia dos Representantes (1913-1924)». bdtd.ibict.br. Consultado em 28 de setembro de 2018
- ↑ a b c d e f g h i j k «Gaspar Santana Saldanha - CPDOC». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 28 de setembro de 2018
- ↑ a b «Militante, técnico, cronista e polemista: quem foi João Saldanha». Nexo Jornal. Consultado em 28 de setembro de 2018
- ↑ Dutra Fonseca, Pedro Cézar. «Vargas no contexto da Primeira República». Consultado em 28 de setembro de 2018