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Golpilheira

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Portugal Portugal Golpilheira 
  Freguesia  
Capela do Senhor Bom Jesus dos Aflitos em primeiro plano; torre sineira da Igreja de Nossa Senhora de Fátima ao fundo
Capela do Senhor Bom Jesus dos Aflitos em primeiro plano; torre sineira da Igreja de Nossa Senhora de Fátima ao fundo
Capela do Senhor Bom Jesus dos Aflitos em primeiro plano; torre sineira da Igreja de Nossa Senhora de Fátima ao fundo
Símbolos
Bandeira de Golpilheira
Bandeira
Brasão de armas de Golpilheira
Brasão de armas
Gentílico golpilheirense
Localização
Localização no município de Batalha
Localização no município de Batalha
Localização no município de Batalha
Golpilheira está localizado em: Portugal Continental
Golpilheira
Localização de Golpilheira em Portugal
Coordenadas 39° 41′ 37″ N, 8° 49′ 13″ O
Região Centro
Sub-região Região de Leiria
Distrito Leiria
Município Batalha
Código 100404
História
Fundação 31 de dezembro de 1984
Administração
Tipo Junta de freguesia
Presidente José Carlos Ferraz (Movimento Independente Batalha é de Todos)
Características geográficas
Área total 5,06 km²
População total (2021) 1 447 hab.
Densidade 286 hab./km²
Outras informações
Orago Senhor Bom Jesus dos Aflitos
Sítio https://www.jf-golpilheira.pt/

Golpilheira é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Golpilheira do Município da Batalha, freguesia com 5,06 km² de área[1] e 1447 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 286 hab./km².

É a freguesia mais pequena do Município da Batalha, tendo sido criada pela Lei n.º 37/84, de 31 de dezembro de 1984, a partir de lugares desanexados da Freguesia da Batalha.[3]

A freguesia situa-se no fértil vale do rio Lena, afluente do rio Lis, daí que a sua principal atividade económica sempre tenha sido a agricultura.

A população registada nos censos foi:[2]

População da Freguesia de Golpilheira[4]
AnoPop.±%
1991 1 482—    
2001 1 609+8.6%
2011 1 528−5.0%
2021 1 447−5.3%
Distribuição da População por Grupos Etários[5][2]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 287 240 832 250
2011 223 186 229 290
2021 194 171 755 327

O nome "Golpilheira" estará associado ao latim vulpes (raposa), mais especificamente do diminutivo vulpecula (raposinha) ou pela forma derivada vulpecularia, possivelmente pela abundância do animal na zona, outrora. A ocupação visigótica da Hispania romana trouxe também mudanças linguísticas e vários topónimos sofreram uma alteração do som /v/ para /g/. Assim, supõe-se que seja esta a evolução fonética da palavra: vulpecula > gulpecula > gulpecla > golpelha.[6] [7] "Golpelha" ainda hoje é sinónimo de raposa. Já "golpelheira" significa covil de raposas.

Criação da freguesia

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A freguesia da Golpilheira, contida num território relativamente pequeno, anteriormente parte da freguesia da Batalha, foi criada a partir da Lei n.º 37/84 de 31 de Dezembro (Artigo 1.º). Esta lei tinha sido aprovada em 30 de novembro de 1984 pela Assembleia da República e promulgada pelo então Presidente da República, António Ramalho Eanes, a 29 de dezembro (Artigo 6.º).

O documento, publicado em Diário da República, delimita, no Artigo 2.º, a área da freguesia, que, "ao começar no lugar da Quinta de São Sebastião, ou seja, do lado nascente para norte, continua até à Vala do Moinho de São João, proximidades da Quinta da Serrada com o limite do Município de Leiria, devidamente demarcado por estradas, serventias e ribeiro; a partir do Moinho de São João, passa pela estrada camarária até à estrada nacional n.º 1, atravessando-a e seguindo por uma serventia pública até ao rio Lena, continuando por este até um pouco acima do Casal da Ponte de Almagra, onde desagua o ribeiro do Carvalho; segue por este até à sua nascente (proximidades a norte do Casal do Alho), seguindo em recta por serventia de fazendas até ao ribeiro Agudo, que passa a poente do lugar de Bico-Sacho, seguindo por este até à sua nascente, a qual continua com a Quinta de São Sebastião, acima referida".

O Artigo 3.º especificava a constituição da comissão instaladora, que se manteria vigente (de acordo com o Artigo 4.º) até à tomada de posse dos primeiros órgãos locais, que se daria após as eleições autárquicas seguintes, as de 1985 (Artigo 5.º), o primeiro sufrágio no qual a Golpilheira já participou como freguesia. A dita comissão, nomeada pela Assembleia Municipal da Batalha, continha representantes da Câmara Municipal da Batalha, da Assembleia Municipal da Batalha, da Assembleia de Freguesia da Batalha e da Junta de Freguesia da Batalha (um de cada órgão), e cinco cidadãos eleitores. [3]

"Escudo de ouro, em faixa pano de muralha de prata lavrado e perfilado de vermelho, firmado nos flancos, entre uma arca de vime de azul, realçada e guarnecida de prata, em chefe e uma gavela de duas espigas de milho de ouro, folhadas de verde e quatro espigas de trigo do mesmo, com os pés atados de vermelho. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro 'Golpilheira'."[8]

O pano da muralha representa as ruínas da cidade romana de Collippo, símbolo da história da região. A arca de vime refere-se tanto à hospitalidade prestada a peregrinos e viajantes, como à indústria do mobiliário de vime. Já a gavela de milho e de trigo representam a agricultura, actividade económica importante na freguesia. A bandeira é azul-escura, com o mesmo brasão de armas no centro.

No centro da Golpilheira, ao longo da Estrada de Leiria ou Rua Dr. Joaquim Coelho Pereira, encontram-se os seus dois principais locais de culto, a Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos (a "capela velha"), de origens medievais, e a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, edificada nos anos 60 do século passado. Fora do centro da aldeia mas ainda na freguesia, encontra-se a Igreja de São Bento da Cividade.

Festa da Golpilheira

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A principal celebração religiosa da Golpilheira, em honra do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, decorre no centro da aldeia, entre a Igreja de Nossa Senhora de Fátima e a Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos (na rua Padre Dr Joaquim Coelho Pereira). A festa realiza-se em fins de Julho-inícios de Agosto, e dura três dias, de sábado a segunda-feira.

Desde 2010, a organização do evento tem sido assegurada, em grande parte, por voluntários que, no ano da festa, completam 40 anos.

As ruas são decoradas durante o evento. Arcos brancos ornamentados e iluminados são colocados ao longo da rua e no cimo da Rua do Outeirinho, onde também se ergue um alto mastro, com o nome da aldeia iluminado por lâmpadas. Além disso, a aldeia veste-se ainda com cordões de murta, bandeirolas e flores de papel.

O palco onde se realizam os concertos noturnos é montado no largo da Junta de Freguesia, em frente à capela velha. O restaurante funciona todas as noites da festa num edifício próprio junto à estrada, e na rampa de acesso a este espaço encontra-se uma tenda que vende filhós e café d’avó, o "bar da árvore" e o tradicional jogo do prego. Do lado oposto da rua, entre a Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos e o antigo fontanário, há ainda outro bar.

Nos dias da festa, é montada também a barraca da quermesse, onde pequenos objectos são sorteados através de rifas, e uma barraca com vários jogos tradicionais.

1. Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos; 2. Igreja de Nossa Senhora de Fátima; 3. Palco; 4. Mastro; 5. Bares; 6. Restaurante; 7. Quermesse

Durante a festa, ocorrem várias cerimónias religiosas:

  • Na manhã de domingo, realiza-se a recolha de andores, decorados com bolos tradicionais e outros produtos, seguida da missa. A procissão desce então a rua de uma igreja à outra, ao som da banda filarmónica. São transportadas as imagens do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora de Fátima, assim como as bandeiras e o Santo Lenho sob o pálio;
  • À tarde, decorre a Saudação ao Padroeiro, com a bandeira também a descer a rua. O Rancho Folclórico das Lavadeiras do Vale do Lena pode depois actuar;
  • Na segunda-feira, ao fim do dia, celebra-se uma missa por intenção dos festeiros.

No último dia, antes do jantar, realizam-se dois jogos tradicionais que envolvem andar de bicicleta. Na Corrida de Frangos, um aro de metal é suspenso numa corda e o jogador deve tentar agarrá-lo com um pau; o prémio, como o nome sugere, é normalmente um frango. Já na Quebra de Panelas, o objectivo é partir uma panela de barro com o punho cerrado.

Antes da meia-noite, acontece a tradicional Corrida de Cântaros, onde um grupo de pessoas, composto por festeiros e algumas mulheres mais experientes, sobe e desce a rua com um cântaro de barro cheio de água na cabeça. Quem deixa cair o cântaro é eliminado, até que se encontre o vencedor.

Por fim, perto da meia-noite, o céu ilumina-se com fogo de artifício, encerrando-se as festividades após mais umas horas de espectáculo pela banda.

A festa não se realizou em 2020 e 2021 devido à pandemia de Covid-19. Por conseguinte, a festa de 2022 contou com a presença dos festeiros de 1980, 1981 e 1982. [9]

Festa de S. Bento

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Um mês depois da festa da Golpilheira, em finais de Agosto, dá-se a de S. Bento, na Cividade, em honra a Nossa Senhora da Esperança. Durante quatro dias no fim de Agosto, de sexta-feira a segunda-feira, ocorrendo no Domingo a missa solene e no último dia grande parte dos eventos, como a corrida de frangos e a quebra de panelas, a seguir à missa por intenção dos festeiros.

Associações

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Emblema do Centro Recreativo da Golpilheira, a colectividade da freguesia
Emblema do Centro Recreativo da Golpilheira

Centro Recreativo da Golpilheira

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Edifício do CRG
Edifício do CRG

A colectividade da freguesia, o Centro Recreativo da Golpilheira (CRG), conta com mais de 50 anos de história. A 5 de Março de 1969, o Governo Civil de Leiria aprovou os Estatutos fundadores da associação. O documento, composto por 5 capítulos e 49 artigos, entretanto revisto e actualizado, foi assinados pelos sócios representantes da Comissão Organizadora do CRG (Pedro Meneses Monteiro, Armando Monteiro Bagagem, Joaquim Monteiro Bagagem, Luís de Sousa Guerra e Luís Bento de Matos). Em Março de 1975, o terreno onde se situa o CRG foi arrendado por 29 anos, e eventualmente comprado, já depois de, em Maio de 1976, se iniciar a construção do edifício da colectividade. Abriu-se entretanto o bar, e, nos anos 80, construiu-se e começou a utilizar-se o salão de festas. Já no início dos anos 2000, a Assembleia-Geral do CRG criou o Restaurante Etnográfico, erguido em parte de terrenos entretanto comprados, sendo o resto vendido ao Município da Batalha, que edificou o Pavilhão Desportivo, o jardim-de-infância e o Parque Geriátrico e arranjou um jardim e uma praça.

A associação, durante o seu meio século de existência, tem promovido actividades desportivas e culturais. O CRG, actualmente, tem:

  • uma equipa de futsal feminino júnior
  • uma equipa de futsal feminino sénior (vencedora do Campeonato Nacional de Futsal Feminino na época 2013-14)
  • uma equipa de futsal masculino sub-20
  • uma equipa de futebol de veteranos
  • um núcleo de motards, organizador do evento "Anjos sobre Rodas"
  • um rancho folclórico ("As Lavadeiras do Vale do Lena")
  • um jornal, o Jornal da Golpilheira. Este projecto começou em 1996, tendo sido publicado em Setembro desse ano o número zero do então chamado Das Duasuma, referência ao público-alvo da altura, ligado a duas freguesias, a Golpilheira e a Barreira. A ligação mais forte dos golpilheirenses ao projecto levou a que, em Janeiro de 2001, o jornal adoptasse o nome actual e o foco nesta freguesia, mantendo a edição mensal até 2017, passando a bimestral em 2018, com o preço de 2 euros. [10][11][12]

Comunidade Cristã da Golpilheira

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A Comunidade Cristã da Golpilheira, criada a 11 de Outubro de 2015, na altura da remodelação da igreja de Nossa Senhora de Fátima, apresenta-se como "entidade designativa do conjunto dos fiéis cristãos residentes na área da freguesia da Golpilheira", fazendo parte da paróquia da Batalha. Portanto, mesmo sem constituir uma paróquia à parte, esta organização tenta reunir e promover o espírito de comunidade relativo à religião com os golpilheirenses em específico, actuando nas igrejas de Nossa Senhora de Fátima, do Senhor Bom Jesus dos Aflitos e de S. Bento. A Comunidade Cristã é coordenada por um Conselho Administrativo e Pastoral, presidido pelo pároco da Batalha, e com o objectivo de dinamizar e gerir o "trabalho pastoral na CCG, garantindo que nela seja anunciada a Palavra de Deus, celebrada a liturgia e vivido o amor fraterno, bem como praticada a solidariedade social, de modo especial para com os mais necessitados". [13][14] Vista oeste da Golpilheira, a partir dos campos agrícolas do vale do rio Lena. Ao centro da imagem, destaca-se a igreja de Nossa Senhora de Fátima. A Cividade fica para a esquerda (norte)

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 5 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b c Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. a b https://files.dre.pt/1s/1984/12/30104/01260128.pdf Diário da República n.º 301/1984, 4º Suplemento, Série I de 1984-12-31, páginas 126 - 128
  4. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  5. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  6. Ora, está comprovado que os povos germanos, A maneira como os germanos pronunciavam o seu w inicial, isto é, como g, parece ter influído, e em época bastante antiga, na transformação que se operou no v – das palavras : goraz(arc.) golpelha e gastar, de vorace, vulpec(u)la e vastare"<ref>NUNES, José Joaquim (1945). Compêndio de Gramática Histórica da Língua Portuguesa. Lisboa: Livraria Clássica Editora. p. 94. ISBN 9789725611722
  7. «O Topónimo Golpilheira» 
  8. GESAutarquia. «Heráldica - Junta de Freguesia da Golpilheira». Portal da Freguesia V3 - Website. Consultado em 30 de agosto de 2022 
  9. Ver os cartazes da festa da Golpilheira: 2010, 2011, 2012, 2016, 2017, 2018, 2022
  10. Facebook, Issuu, Instagram, Twitter
  11. «História». Jornal da Golpilheira. Consultado em 12 de setembro de 2022 
  12. «JG_249 Maio/Junho de 2018 by Jornal da Golpilheira - Issuu». issuu.com (em inglês). Consultado em 12 de setembro de 2022 
  13. «Comunidade Cristã da Golpilheira». Comunidade Cristã da Golpilheira. Consultado em 29 de setembro de 2022 
  14. «201510 Jornal da Golpilheira Outubro 2015 by Jornal da Golpilheira - Issuu». issuu.com (em inglês). Consultado em 29 de setembro de 2022 
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