Henrique Möller ou Heinrich Möller (provavelmente nascido em Hamburgo, 1708 - Lisboa, Portugal, 18 de agosto de 1780) foi um rico negociante da Feitoria Hanseática da Bolsa de Lisboa e o patriarca da família Möller em Portugal.[1][2]
Entre seus descendentes em Portugal, muitos destacaram-se no exercício de relevantes funções e por sua influência na sociedade lusitana.
Tomás Peter ou Tomás Pedro Möller: morreu solteiro e sem descendência.
Georg Peter ou Jorge Pedro Möller (Lisboa, 5/3/1774-23/3/1827): foi um rico comerciante, morando no Palácio Mitra (Junqueira) e mudando-se para o Palácio dos Condes da Ponte. Realizava festas "de grande gosto e estilo"[1] as com os mais seletos convidados, principalmente aos domingos. Teve 13 filhos com sua sobrinha, Dorotéia, filha de Ana Isabel.
Dentre seus netos, destacam-se:
Marechal Daniel Pedro Müller, neto de MöllerMarechalDaniel Pedro Müller, filho de Ana Isabel e João Guilherme Christiano Müller, assessor de Dom Pedro I e Governador de Armas da Província de Santa Catarina. Segundo o filho do Visconde de Taunay, Affonso, Daniel Pedro Müller é o "Patriarcha da Estatística no Brasil", devendo ter seu retrato a "figurar sempre nas repartições onde se cultiva a sciencia [estatística]".[6]
Guilhermina Müller, filha de Ana Isabel e João Guilherme Christiano Müller, casou-se com Adolfo Frederico Lindenberg. Comerciante, nasceu em 1768, na cidade de Lübeck, estabelecendo-se em Lisboa por finais do século XVIII. Em Portugal, desempenhou as funções de cônsul-geral das Cidades Hanseáticas; presidente da Congregação Evangélica Alemã; secretário, tesoureiro e presidente da Irmandade de São Bartolomeu e foi um dos fundadores do Cemitério Alemão. Adolfo foi tutor dos filhos do barão de Wiederhold, tendo sido membro da Real Academia das Ciências e um notável bibliófilo, a herdar parte da biblioteca de seu sogro, João Guilherme Christiano Muller, general de Portugal, Johann Caspar Lindenberg, sogro de Guilhermina, foi burgomestre e senador de Lübeck.[7]
Henrique Möller, filho de Jorge Pedro Möller, nasceu em Lisboa, no dia 30/03/1811. Foi negociante e contabilista do Banco Mercantil do Porto, sendo marido de Henriqueta Sophie Lindenberg e pai de Adolfo Frederico Lindenberg Möller.
Adolfo Frederico Möller (Lisboa, 31/10/1842-20/6/1920): neto de Jorge Pedro Möller, bisneto de Henrique Möller e João Guilherme Christiano Müller, foi um naturalista. Mudou-se para a Alemanha em 1857, onde se formou em Silvicultura, regressando a Portugal em 1860, para a Administração-Geral das Matas do Reino. Foi Inspector do Jardim Botânico de Coimbra. Publicou vários trabalhos em Portugal e na Alemanha, tendo feito um levantamento na Ilha de São Tomé, trazendo mais de mil espécies animais e vegetais, além de uma larga coleção mineralógica e etnográfica. Deixou seu nome em várias espécies animais e vegetais. Além disso, Adolfo foi sócio da Sociedade Farmacêutica Lusitana, da Sociedade de Geografia e da Sociedade Promotora da Indústria Fabril.[1] Segundo o Livro de Outro da Nobreza, casou com Matilde Coelho.[8]
Adolfo Henrique de Lemos Möller, Diretor-Geral das Contribuições e Impostos, em Portugal;
Cristiano Frederico Möller, Capitão de Infantaria na Inglaterra;
Damon Basílio Müller de Sousa, genro do 2° Visconde de S. Tiago de Cayola.
As armas da família Möller têm cor prata e meia roda azul. Seu timbre é tradicionalmente caracterizado por Netuno nascente, usando coroa e tridente de ouro, à destra.[1][9]
Na obra do Conde de Castro e Sola, Cerâmica Brasonada,[10] encontra-se a reprodução de um serviço de lavatório com o brasão dos Möller. Parte de tal conjunto encontrava-se na coleção do comerciante e colecionador Heinrich Katzenstein.[1]
↑VERRI, Gilda Maria Whitaker (2006). Tinta sobre papel: livros e leituras em Pernambuco no século XVIII (1759-1807). Recife: Ed. Universitária da UFPE. p. 498. ISBN85-7315-348-2
↑Morato, Francisco Manoel Trigozo d'Aragão (1815). Memórias da Academia Real das Sciencias de Lisboa, Volume 1, Tom. IV, Part. II (Lisboa [s.n.]).
↑Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. XVIII, p. 115: Müller. 2ª Edição.
↑TAUNAY, Afonso de Escragnolle (1939). Historia do café no Brasil, Volume 3. Brasil: Departamento Nacional do Café. p. 89-98
↑Trindade, Bernardo. «HISTOIRE DE L'ADMIRABLE DON QUICHOTTE DE LA MANCHE». https://www.livrariacampostrindade.com/pt/products/books/don-quichotte-de-la-manche/. Adolfo Frederico Lindenberg, comerciante nascido em Lübeck em 1768 e que se estabeleceu em Lisboa por finais do século XVIII, onde também desempenhou as funções de cônsul-geral das Cidades Hanseáticas; presidente da Congregação Evangélica Alemã; secretário, tesoureiro e presidente da Irmandade de São Bartolomeu e foi um dos fundadores do Cemitério Alemão. O seu pai, Johann Caspar Lindenberg, foi burgomestre e senador de Lübeck. Adolfo Frederico foi tutor dos filhos do barão de Wiederhold, tendo sido igualmente membro da Real Academia das Ciências e um distinto bibliófilo, herdando parte da biblioteca de seu sogro, João Guilherme Christiano Muller, general de Portugal, pastor luterano e director da Real Academia das Ciências.
↑KATZENSTEIN, Heinrich (1948). Notas genealógicas acerca de algumas das mais antigas famílias de origem germânica fixadas na Estremadura portuguesa. Boletim da Junta da Província da Estremadura, série II
↑Conde de Castro e Sola, Amadeu (1928–1930). Cerâmica Brasonada. I. Estampa LXXXVIII. Lisboa: Of. Graf. do Museu Comercial. 148 páginas