Hermes Ludovisi
O Hermes Ludovisi é uma famosa escultura do deus grego Hermes. Foi talhada em mármore itálico e é tida como uma cópia romana do século I de um bronze original de meados do século V a.C., que tradicionalmente é atribuído ao jovem Fídias,[1][2] e às vezes a Míron.[3]
Foi encontrada em Âncio e adquirida pelo cardeal Ludovico Ludovisi. Hoje permanece em exibição no Palácio Altemps do Museu Nacional Romano, em Roma, na Itália. A estátua tem 1,83 metro de altura e representa o deus nu, na clássica postura do contrapposto, com uma perna fletida em descanso e a outra suportando o peso do corpo. Tem um chapéu (pétaso) na cabeça, sobre o braço esquerdo cai um manto (himation), e na mão esquerda, baixada ao lado do corpo, segurava originalmente um caduceu.[2] C. Jenkins pensa que seja a mais antiga representação de Hermes como um jovem nu e imberbe, quando no período arcaico anterior era usual mostrá-lo como um homem maduro, barbado e vestido.[3] Originalmente pode ter representado Hermes em sua qualidade de psicopompo (guia das almas no mundo pós-morte),[4] mas seu braço direito, estendido para a frente, é um restauro de Alessandro Algardi que conformou a estátua na qualidade de deus da eloquência, daí ser também conhecida pelo apelido Hermes Orador (Hermes logios, em grego).[5][6]
A posição original do braço direito, erguido para cima em direção à cabeça, pode ser vista em uma cópia romana em excelentes condições preservada no Museu do Louvre, esculpida por Cleômenes com a cabeça retratando o general Marco Cláudio Marcelo. Entre os romanos era um hábito comum usar uma obra famosa como base para um retrato de imperadores e outras personalidades eminentes. Considerando a existência de várias cópias e derivações do Hermes Ludovisi, a estátua original deve ter sido um modelo muito apreciado.[6][2][7]
Referências
- ↑ Boardman, John. "Three Greek Gem Masters". In: The Burlington Magazine, 1969; 111 (799).
- ↑ a b c Girerd-Didier, J.-R. "Comparaison de deux statues antiques (A Hermès Ludovisi / B Statue funéraire de Marcellus)" Arquivado em 16 de outubro de 2013, no Wayback Machine.. In: Fil d'ariane, (12):69-74.
- ↑ a b Jenkins, C. K. "The Reinstatement of Myron-II". In: The Burlington Magazine for Connoisseurs, 1927; 50 (289):189-196
- ↑ Velasco, F. Díez de. Los caminos de la muerte.Religión, rito e imagenes del paso al más allá en la Grecia antigua. Editorial Trotta, 1995.
- ↑ Hyde, Waiter Woodburn. Olympic victor monuments and Greek athletic art. Carnegie Institution of Washington, 1921, p. 84.
- ↑ a b Arslan, Ermano. "Una Replica a Genova dell'Hermes tipo Ludovisi" Arquivado em 17 de outubro de 2013, no Wayback Machine.. In: Bollettino d'Arte, 1966; LI (I-III):133-151.
- ↑ Pérez, Santiago Moreno. "Distribución urbana y funcionalidad de las representaciones escultóricas pétreas de Pollentia". In: Mayurqa, 2009; 33:12-13.