Saltar para o conteúdo

Hidarnes I

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Hidarnes.
Hidarnes I
Sátrapa da Armênia
Reinado século VI a.C.
Antecessor(a) Tigranes (?)
Sucessor(a) Hidarnes II
Sátrapa da Média
Predecessor(a) Desconhecido
Sucessor(a) Hidarnes II
Nascimento século VI a.C.
Descendência
Dinastia hidárnida
Pai Bagabigna

Hidarnes I (em grego: Ιδάρνης; romaniz.: Hydárnēs; em persa antigo: 𐎻𐎡𐎭𐎼𐎴; romaniz.: Vidṛna), foi um oficial militar do Império Aquemênida, ativo no século VI a.C. durante o reinado do xainxá Dario I (r. 522–486 a.C.). Compunha o grupo chamado de Sete Persas que derrubou o usurpador Esmérdis e manteve-se ativo nas campanhas de Dario para reafirmar sua posição como rei.

Hidarnes (Hydárnēs) é a transliteração grega do persa antigo Vidṛna, que por sua vez se relaciona ao elamita Mitarna, Miturna, ao babilônico Úmidārnaʾ e Ú(ʾ)dārna-ʾ, ao lício Widrñna- e talvez ao aramaico Wdrn. Em grego, o nome ainda foi registrado como Idérnēs e Idárnēs, e em latim como Idarnes. No que diz respeito à etimologia desse antropônimo, ainda há debates a respeito de seu significado. L. Isebaert, por exemplo, propôs que significaria "aquele que está perfurando o culpado".[1]

De acordo com a Inscrição de Beistum de Dario I (r. 522–486 a.C.), Hidarnes era filho do nobre Bagabigna.[2] Alega-se que tivesse origem bactriana.[3] Era amigo íntimo de Aspatines, que o convenceu a se juntar à conspiração dos Sete Persas (Intafrenes, Otanes, Gobrias, Megabizo, Ardumanis [Aspatines] e Dario) que pretendia derrubar o usurpador Esmérdis (r. 522 a.C.).[2] No reinado de Dario, serviu como vassalo fiel e comandante do exército. Quando eclodiram revoltas contra a autoridade do xainxá, Hidarnes foi designado para lidar com a revolta instigada por Fraortes na Média,[1] enquanto Dario lidava com a revolta de Vaiasdata em Pérsis. Jona Lendering sugeriu que Dario já estava ciente da possibilidade de Vaiasdata se rebelar e enviou Hidarnes à Média em outubro, o que lhe deu tempo de controlar os passos montanhosos e impediu que os revoltosos entrassem em contato.[4]

Hidarnes conseguiu vencer os rebeldes da Média na Batalha de Maru (30 quilômetros ao sul de Iazde) de 12 de janeiro (27 de Anamaca) de 521 a.C., que terminou com 3 827 mortos e 4 329 capturados, mas seu sucesso parece ter sido menor do que alegado na inscrição de Beistum, pois Hidarnes decidiu aguardar a chegada de Dario em Campanda (60 quilômetros a sudoeste de Iazde), de onde suas forças conjuntas continuaram a campanha. Em 1 de setembro, por sua vez, Hidarnes foi enviado à Babilônia, onde reprimiu a revolta de Arca em 27 de novembro e empalou o conspirador e os nobres que o apoiaram.[5]

Por seus resultados, foi recompensado como a posição de sátrapa da Armênia, que tornar-se-ia uma província semi-hereditária de seus descendentes;[1] Orontes I (m. 344 a.C.), o ancestral da dinastia orôntida, era descendente de Hidarnes.[6] De acordo com alguns tabletes de Persépolis, Hidarnes também serviu como sátrapa da Média sob Dario.[7] Hidarnes deixou ao menos dois filhos: Hidarnes II, que o sucedeu como sátrapa; e Sisâmnes, que serviu como comandante sob o xainxá Xerxes I (r. 486–465 a.C.).[2]

Referências

  1. a b c Schmitt 2004, p. 588-590.
  2. a b c Shahbazi 1994, p. 41–50.
  3. Toumanoff 1963, p. 287.
  4. Lendering 1996.
  5. Briant 2002, p. 117 e 123.
  6. Boyce & Grenet 1991, p. 310–311.
  7. Briant 2002, p. 136.
  • Boyce, Mary; Grenet, Frantz (1991). Beck, Roger, ed. A History of Zoroastrianism, Zoroastrianism under Macedonian and Roman Rule. Leida: Brill. ISBN 978-9004293915 
  • Briant, Pierre (2002). From Cyrus to Alexander: A History of the Persian Empire. Ann Arbor, Michigan: Eisenbrauns. ISBN 978-1575060316 
  • Schmitt, Rüdiger (2004). «Hydarnes». In: Yarshater, Ehsan. Encyclopædia Iranica Vol. XII, Fasc. 6. Nova Iorque: Encyclopædia Iranica Foundation 
  • Shahbazi, Shapur (1994). «Darius I the Great». In: Yarshater, Ehsan. Encyclopædia Iranica Vol. VII. Nova Iorque: Encyclopædia Iranica Foundation 
  • Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press