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Igreja de Santa Rita de Cássia (Rio de Janeiro)

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Igreja de Santa Rita de Cássia
Igreja de Santa Rita de Cássia (Rio de Janeiro)
Tipo igreja
Geografia
Coordenadas 22° 54' 1.354" S 43° 10' 50.376" O
Mapa
Localização Rio de Janeiro, Saúde - Brasil
Patrimônio Património de Influência Portuguesa (base de dados), bem tombado pelo IPHAN

A Igreja de Santa Rita de Cássia é um templo católico de importância histórica e artística da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, tombado pelo Iphan em 1938.

Fachada da igreja em 1844, antes da reforma do frontispício, em pintura de Eduard Hildebrandt

Sua fundação se deve a Manoel Nascentes Pinto e sua esposa Antonia Maria, proprietários de um quadro a óleo com a efígie da mística italiana. Tendo crescido a devoção popular a Santa Rita, cujo culto doméstico fora aberto ao público, decidiram adquirir uma imagem em talha para ser o orago da futura capela. Essa imagem permaneceu na igreja de Nossa Senhora da Candelária enquanto a capela não ficou pronta.

O terreno da igreja foi comprado em 1718, a pedra fundamental foi lançada em 1719 e em 1721 o casal doou à mitra a capela-mor, sacristia e consistório, além de alfaias doadas pelo casal Pinto.[1] No entanto, exigiram os privilégios de padroado sobre a igreja, o que levou a um litígio com a diocese, só resolvido anos depois com a desistência do pleito por parte do filho de dom Manoel, Ignacio Nascentes Pinto.

Naquele ínterim, a família conservou a igreja consigo, a título de oratório particular. A nave foi concluída em 1728, como está registrado na fachada. A família desistiu da igreja certamente a partir de 1741, mais ou menos na mesma época em que os pretos novos falecidos antes da venda como escravos passaram a ser enterrados ali.[2]

A antiga irmandade de Santa Rita, constituída quando da doação, foi transformada na Irmandade do Santíssimo Sacramento de Santa Rita quando o templo foi elevado à condição de matriz paroquial da área que então era o subúrbio da cidade do Rio de Janeiro. O território da freguesia de Santa Rita compreendia o bairro da Vila Verde (parte norte do Centro), os morros de São Bento e Conceição, e as enseadas do Valongo e Gamboa.

A criação em paróquia observou as seguintes datas: sede de freguesia por provimento de 9 de janeiro de 1749; desmembramento do território de Nossa Senhora da Candelária a 29 de janeiro de 1751, ereção em vigaria a 5 de maio de 1753, apresentação do primeiro pároco perpétuo, João Pereira de Araújo e Azevedo, no dia 29 do mesmo mês.

Entre 1753 e 1759, foram refeitos o frontão, o coruchéu da torre e toda a talha do interior, que passou a mostrar um estilo rococó. Em 1763 a Irmandade do Santíssimo Sacramento adquiriu um terreno com casas nos fundos da igreja para a construção de instalações mais amplas para o consistório e sacristia, além de abrir espaço para a criação de outra irmandade, a de São Miguel e Almas. Em 1870 o frontispício lavrado foi substituído por um arco simples.[1]

Características

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Aspecto atual
Aspecto do interior

Em sua condição presente a igreja tem uma fachada relativamente sóbria, constituída de um retângulo com uma porta em arco pleno e duas janelas no piso superior, coroadas por vergas em arco abatido. Sobre a porta, onde antes havia um rico frontispício decorativo, hoje só existe um medalhão com uma imagem da padroeira. O frontão preserva sua forma rococó, com um óculo e volutas, encimado por uma cruz e ladeado por pináculos. Ao lado do corpo da igreja se ergue um campanário, com uma porta na base, acima uma janela, e sobre estes elementos um relógio e os arcos para os sinos. O coruchéu tem um formato bulboso, com quatro pináculos nos cantos.[1]

Interiormente possui uma nave única, capela-mor alongada e uma sacristia no lado esquerdo. Quatro altares laterais completam o conjunto, ostentando antiga estatuária do século XVII. A nave, com um teto abobadado, possui também dois púlpitos entalhados, tribunas, painéis de azulejos e um coro. A presença de um óculo sobre o arco do cruzeiro e uma claraboia no teto da capela-mor são detalhes incomuns nas igrejas brasileiras do século XVIII. Sua talha é rica e elegante, e é uma das poucas que sobreviveram intactas às reformas posteriores que alteraram a decoração de inúmeros templos barroco-rococós no Brasil. O retábulo-mor ainda preserva traços barrocos, tendo sido em parte reaproveitado o da primeira decoração. O modelo dos seus retábulos inspirou a decoração de outras igrejas cariocas, como a da Glória do Outeiro, da Lapa dos Mercadores e se Santa Cruz dos Militares. O teto da capela-mor mostra uma pintura do início do século XX ilustrando milagres de Santa Rita.[1]

Referências

  1. a b c d Oliveira, Myriam Andrade Ribeiro de & Justiniano, Fátima. Barroco e Rococó nas Igrejas do Rio de Janeiro. Série Roteiros do Patrimônio. Brasília, DF: Iphan/Programa Monumenta, 2008, pp. 23-31
  2. Nara Júnior, João Carlos (2016). Arqueologia da persuasão : o simbolismo rococó da Matriz de Santa Rita. Curitiba, PR: Appris. ISBN 9788547303105. OCLC 1005460178 

Ligações externas

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