Desde a ocupação de Chernobyl e da usina de Zaporizhzhia, várias preocupações de segurança foram levantadas pela AIEA e pelo governo ucraniano, incluindo a falta de descanso adequado aos funcionários e a falta de manutenção regular.[7][8][9][10]Farmácias em vários países europeus relataram a venda de pílulas de iodo nas primeiras duas semanas após a invasão.[11] No entanto, várias autoridades europeias em matéria de segurança nuclear concluíram até à data que não existe perigo imediato de ocorrência de uma catástrofe radioativa significativa.[12][13][14]
Em 6 de março, o presidente francês Emmanuel Macron conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, na qual instou Putin a "garantir a segurança dessas usinas e que elas sejam excluídas do conflito". Após a ligação, o Kremlin divulgou um comunicado dizendo que estava disposto a se envolver em negociações com a AIEA e o governo ucraniano para garantir essa segurança.[15]
A invasão da Ucrânia provocou uma discussão crescente sobre o futuro da energia nuclear na Europa, com vários comentaristas defendendo o aumento da geração de energia nuclear para diminuir a dependência do gás natural importado da Rússia.[16][17][18][19]
A Alemanha, em particular, tem visto debates sobre a eliminação da energia nuclear, que supervisionou o fechamento da maioria das usinas nucleares no país desde 2011, com as três restantes também devendo ser fechadas.[20][21][22] Em 28 de fevereiro, o ministro da economia alemão declarou que o governo alemão consideraria suspender a desativação das usinas nucleares remanescentes no país.[23] No entanto, em 9 de março, a Alemanha divulgou um comunicado rejeitando os pedidos para suspender a eliminação da energia nuclear.[24] A Bélgica também viu debates sobre a extensão da vida útil de seus reatores nucleares existentes.[25]
George Monbiot escreveu no The Guardian que a Europa "recebe coletivamente 41% de suas importações de gás e 27% de suas importações de petróleo da Rússia", argumentando que a Europa "reduziu-se a uma dependência covarde desse governo despótico, por meio de uma falha sombria em nos afastar combustíveis fósseis."[26]
Alguns comentaristas também levantaram questões sobre as exportações russas de tecnologia de energia nuclear. Na Finlândia, o projeto da Usina Nuclear de Hanhikivi foi cancelado devido à invasão.[27][28] Hartmut Winkler, da Universidade de Joanesburgo, afirmou que a empresa estatal russa de energia nuclear Rosatom enfrentou uma perda significativa de negócios internacionais devido à invasão, afirmando que "a era das construções nucleares estrangeiras russas provavelmente terminará em breve".[29]