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Golpe de 11 de Março de 1975

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Paraquedistas e civis, nas imediações da base do RAL1, durante os acontecimentos do 11 de março.

O Golpe ou Intentona de 11 de Março de 1975 foi uma tentativa de golpe de estado dirigida por António de Spínola. Precedido pela manifestação da "maioria silenciosa". Golpe rumorejado sucessivamente, terá sido finalmente desencadeado pela crença de Spínola de que a extrema-esquerda estava prestes a levar a cabo uma série de assassinatos, na suposta "Operação Matança da Páscoa". Resultou no exílio de Spínola[1], e instiga o tumultuoso Verão Quente.

Ao longo de 1974, após a revolução de Abril, as forças políticas de direita então democrática são lideradas por António de Spínola. Este, desistindo em julho da federalização de Portugal colonial[2][3], procurava ainda assim que Portugal liderasse uma organização supranacional que incluiria as antigas colónias, e que se garantisse preservação dos interesses e entidades nacionais nestas.[4]

Esta posição vê-se oposta pelos apologistas do retirar incondicional de forças, da descolonização total e imediata, incluindo aderentes aos dogmas marxistas que cada vez mais protagonizam o PREC, principalmente membros do MFA que viriam a ser chamados "militares vermelhos", concedendo o seu apoio aos partidos totalitaristas marxistas que estavam a consolidar controlo dos territórios recém-independentes africanos. De tal forma que Spínola, após a frustração da manifestação da "maioria silenciosa", se afasta do poder e do MFA em setembro de 74.

Os membros da NATO, em especial os EUA, acompanham os desenvolvimentos em Portugal com manifesta preocupação.

Em sequência à pública insatisfação de caudilhos conservadores como Spínola, Kaúlza e Galvão de Melo, e à criação de grupos como o ELP, surgem rumores de planeados golpes de estado entre as inteligências de vários estados que acompanham os desenvolvimentos portugueses, sendo o governo do MFA sucessivamente avisado. Identifica-se a Base Aérea de Tancos como mais provável centro de operações golpista.

Em março de 75, Spínola, já conspirando, é informado da suposta "Operação Matança de Páscoa", alegadamente apoiada pelo Bloco Soviético, que visaria eliminar chefias das principais forças opostas aos simpatizantes deste bloco. Sem demoras, dirige-se incógnito a Tancos.

A 11 de março, liderados por Spínola, aeronaves e pára-quedistas atacam a base do RAL 1 e tentam tomar o controlo total da base aérea de Monte Real, estando planeado o ataque prosseguir em seguida para outras posições estratégicas do governo e sociedade civil. Várias unidades nas quais Spinola contava não aderem ao golpe. Os defensores rechaçam os atacantes em várias frentes, e chegam ao RAL 1 reforços do MFA e populares por ele armados, que tomam o lado dos defensores. Gera-se um impasse desfavorável à ofensiva, que resulta eventualmente na rendição do grosso dos golpistas, e fuga de alguns, incluindo Spínola, via Espanha franquista.

Verifica-se imediata e crescente desinstabilidade política, com os mais extremos opositores do radicalizado Spínola a capitalizarem da sua queda e exílio. A rejeição popular de um golpe spinolista, contra o demais MFA que havia liderado a Revolução de Abril, leva a uma antagonização da direita política, incluindo militares presumivelmente associados a Spínola, chegando a haver breve discussão do fuzilamento dos revoltosos de 11 de Março, contraposta com sucesso pelos moderados. O MFA divulga a necessidade de "saneamento" das forças armadas. Políticas de nacionalização da Banca e expropriação de recursos e sectores produtivos são sumariamente aprovadas, e industriais potencialmente problemáticos presos.

Os moderados fazem, no entanto, preservar os planos para eleições democráticas. As eleições constituintes resultantes definem que a criação da constituição fica sobretudo a cargo do PS e PPD.

A hostilidade para com a direita política manifesta-se em actos de violência como manifestações destrutivas, supressão partidária e mesmo detenções ilegais e tortura. Do exílio, Spínola estabelece o MDLP. Organizações radicais, de lados opostos do espectro político, fustigam crescentemente a sociedade civil.

Os EUA, que haviam sido acusados pela extrema-esquerda de planear um golpe em Portugal ainda antes da intentona de Spínola, são antagonizados por estas forças políticas, empoderadas pela queda auto-inflingida de Spínola e das suas ideias políticas. A Espanha franquista começa a defender entre membros da NATO a necessidade de intervenção militar em Portugal para prevenir um socialismo autocrático alinhado com o bloco da União Soviética, ideia apoiada por certos elementos estado-unidenses.

Nas instituições políticas, as forças que ficam defrontam-se. Registra-se crescente caos governativo. A descolonização é posta em marcha a todo o vapor.

Seguir-se-á o Verão Quente.

Cronograma Detalhado

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  • 28 de Setembro de 1974 - É frustrada uma manifestação, designada por maioria silenciosa, contra as forças comunistas instaladas no país. Os trabalhadores do então Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa denunciam “os apoios dados" aos partidos de extrema-direita MAP e PL, incluindo material usado na manifestação. Segue-se a ilegalização dos partidos.[5]
  • 30 de Setembro de 1974 - O General António de Spínola demite-se do cargo de Presidente da República.[6]
  • Finais de Janeiro - Espelhando o descontentamento de muitos oficiais das forças armadas, os oficiais da Escola Prática de Cavalaria de Santarém aprovaram uma moção de desconfiança relativamente à Comissão Coordenadora do Programa do MFA, criticando as políticas de sindicalismo que estavam a deteriorar a hierarquia militar formal.[7]
  • 30 de Janeiro - A embaixada estado-unidense foi contactada com o intuito de solicitar a ajuda dos EUA num golpe de Estado de direita, por um "indivíduo envolvido" no golpe que era "responsável e competente". Este facto foi de imediato relatado por Carlucci para Washington, ainda que não se soubesse então "quem o apoiava e quais as suas hipóteses de sucesso".[8] Nos EUA, o executivo de Ford discute a abordagem para com Portugal, entre moderados como Frank Carlucci e intervencionistas como Kissinger. A NATO envia um contigente naval para a foz do Tejo, na operação nomeada "Locked Gate" (Portão Fechado). Não muito longe do palácio de Belém, o porta-aviões Saratoga fundeia no Tejo.[9][10]
  • 17 a 22 de Fevereiro de 1975:
    • Circulam rumores em Belém de que estava em preparação um golpe da direita, com ataque aéreo ao quartel do RALIS/RAL1, planeado para 1 de Março desse ano[1][11]. Algumas fontes indicam que seria "com largo apoio financeiro, com a cumplicidade oficiosa das autoridades espanholas e com grupos de elementos da ex-LP e da ex-DGS", sendo indicado que o mais provável grupo executante seria o ELP, com a possível liderança como o "triunvirato Spínola-Kaúlza-Galvão de Melo". Declara-se que vários dos potenciais golpistas estariam sob vigilância.
    • Os spinolistas planeariam aproveitar a periodicidade semanal das reuniões do Conselho dos 20 para sequestrar os seus elementos pró-comunistas, que deveriam ser aprisionados no palácio de Belém e forçados a renunciar às suas funções. O golpe palaciano seria acompanhado pelo controlo das principais unidades militares da Região Militar de Lisboa, capitalizando do clima generalizado de descontentamento entre os oficiais superiores. O objectivo seria o restabelecimento da hierarquia nas Forças Armadas, a atribuição do governo a elementos civis e o contolo do Programa do MFA. Inicialmente programado para 20 de Fevereiro, este golpe palaciano seria adiado para o dia 17 de Março.[8]
  • 3 de Março de 1975 - O diário A Capital transcreveu um artigo da revista “marxista-leninista” alemã ocidental, Extra, segundo o qual "a CIA" planeava um "golpe em Portugal ainda antes do fim de Março" com o objectivo de promover a "guerra civil" e "a eliminação ou o rapto de Otelo Saraiva de Carvalho". A RFA estaria "a colaborar com a CIA e Frank Carlucci". Os visados desmentem prontamente.
  • 6 de Março de 1976 - A revista francesa Témoignage Chrétien declarava que Spínola tinha recebido luz verde do Embaixador dos EUA para preparar um golpe de Estado. Em contraste, Frank Carlucci envia para Washington uma avaliação num tom moderadamente optimista e, mesmo considerando que "uma tentativa de golpe da direita" era "uma possibilidade real", acrescentava que ele não tinha "muitas hipóteses de sucesso", e que "mesmo se ele for bem sucedido em derrubar a actual liderança do MFA, a direita terá dificuldades em governar o País no longo prazo".[12]
  • 7 de Março de 1975 - Reunião de Spínola com militares, ex-militares e outros civis. Os de experiência militar organizam-se em corpos numa estrutura de "comandos" e criam-se pseudónimos de código. Os civis, incluindo oficiais da PSP, são organizados numa estrutura que "estava pronta a colaborar no que fosse preciso", designadamente na eventualidade de uma resposta a um eventual "esquema de violência terrorista".[13] O major Hoschedorn da RFA informa o major Pedro Cardoso, do Estado Maior, que se prepara um golpe em Tancos.[1]
  • 8 de Março de 1975 - Posições dos spinolistas no MFA vêem-se consolidadas pelas eleições para a Assembleia do MFA de Freire Damião e Soares Monge em detrimento de Melo Antunes, Franco Charais e Otelo Saraiva de Carvalho.[12][14]
  • 10 de Março de 1975 - Jorge Campinos declara em visita à RFA que "os socialistas portugueses, de acordo com o actual presidente Costa Gomes, pensam ser possível a substituição do Primeiro Ministro Vasco Gonçalves ainda antes da eleições. Para, com Costa Gomes ou até Spínola como presidente, poderem ter, depois das eleições, uma participação ainda mais activa nas decisões políticas".[15] Spínola parte da sua quinta em Massamá, onde estariam destacados GNR,[16] disfarçado com barbas postiças, na companhia da esposa, a caminho da Base Aérea de Tancos, comandada pelo Coronel Moura dos Santos, reunindo-se com o Regimento de Paraquedistas, comandado pelo coronel Rafael Durão.[6]
  • 11 de Março de 1975 - Dá-se o golpe.[17][18][19]
    • 9h00: a principal força que iria desencadear o golpe estava pronta na pista de Tancos.[17]
    • 11h00: O aliciamento de agentes para o golpe encontra entraves.[1]
    • 11h45: dois aviões T-6, pilotados pelo major Neto Portugal[21] e segundo-sargento Moreira, e quatro helicópteros, incluindo 2 Alouette III helicanhão de ataque, sob comando do General Spínola, sobrevoam e atacam o quartel do RAL1, perto do Aeroporto de Lisboa, com rajadas de metralhadora, foguetes ar-terra anti-pessoal SNEB e granadas de helicanhão.[17][20] Começam a registrar-se feridos. Os defensores procedem à ocupação quase imediata de três torreões de 10 andares, situados em frente ao quartel, o que permite detectar e rechaçar os 40 paraquedistas, comandados pelo capitão Sebastião Martins, que têm a missão de tomar o quartel. Estava planeada a consolidação do ataque por um CCP, unidade de 120 paraquedistas, transportados por 3 Nord-Atlas até Aeroporto de Portela, para seguirem para a RAL1 na Encarnação, mas o impasse do ataque inicial viria a frustrar este desenvolvimento. Outro alvo planeado seria o Forte do Alto do Duque, então quartel-general do COPCON, entre outros.[1][20]
    • 12h00: No Quartel do Carmo, oficiais da GNR "levados ao engano", comandados pelo major Freire Damião e outros ex-GNR, prendem o Comandante Geral da GNR Pinto Ferreira e outros militares fiéis ao MFA.[16] Civis começam a acorrer ao RAL1 e a serem armados pelas forças armadas defensoras.[22]
    • 13h00: Civis armados, comandados por dois militares e transportados por dois helicópteros, atacam o emissor do RCP em Porto Alto, interrompendo a sua emissão.[15][20]
    • 13h22: Na base de Monte Real, o comandante da base finalmente dá autorização a duas parelhas de F-86 para a sua missão de intimidação. Sobrevoam a base do RAL1, a Avenida da Liberdade e o Forte do Alto do Duque. Neste último, recebem fogo dos defensores, sem danos reportados.[1][20]
    • 13h30: Membros da GNR, em 5 moto-blindados Shorland, tentam ocupar de igual modo a antena da RTP em Monsanto, mas foram prevenidos por forças do COPCON. O major Rosa Garoupa contacta telefonicamente o major Casanova Ferreira, comandante da PSP, solicitando-lhe que ocupasse as instalações da Rádio Renascença, o que também não se concretizou, apesar da adesão deste ao golpe.
    • 14h35: O Tenente-Coronel Quintanilha, que se havia ausentado da base de Monte Real para Tancos ao ser frustrada a descolagem imediata dos F-86, regressa com aviões Aviocar que transportavam 25 paraquedistas, que não chegam a aterrar. Quintanilha ameaça que os paraquedistas ocupariam a base caso se verificasse hostilidade aos propósitos das suas ordens superiores. Sargentos da base tentam então prendê-lo, mas este retira-se de helicóptero.[1][20]
    • 14h40: Ricardo Durão desloca-se com Salgueiro Maia a Tancos para dialogar com António de Spínola. Este último revela a sua crença que as unidades nas quais contava haviam mormente aderido ao golpe, vindo a ser desiludido.[1]
    • 14h45: A Emissora Nacional transmite o primeiro comunicado do gabinete do Primeiro-Ministro: "A aliança entre o Povo e as Forças Armadas demonstrará, agora como sempre, que a revolução do PREC é irreversível."[15] Saem dois pelotões do Batalhão de Infantaria n.º 1 da GNR com a missão de controlarem, respectivamente, as OGFE em Santa Clara e instalações da GNR na Graça, falhando ante a oposição dos serviços de segurança das instalações.[19][20]
    • 15h00: Soldados da base de Tancos, que haviam sido detidos pelos atacantes, conseguem evadir os seus captores e arrombam algumas das suas viaturas, das quais retiram armamento. Spínola e seus apoiantes dirigem-se a meios de fuga.[6] De Tancos, com os seus pilotos ainda alheios aos últimos desenvolvimentos, aeronaves T-6 em missão de apoiar o golpe continuam a descolar.
    • 16h00: Falece o soldado Joaquim Carvalho Luís devido aos ferimentos causados pelos atacantes. Constam outros 14 feridos.[20][23] Do lado atacante, um dos helicópteros foi alvejado, resultando daí um piloto, Alferes Miliciano Chinita de Mira, e um paraquedista feridos.[1][19]
    • 16h20: O General Spínola escapa num grupo de 4 helicópteros Alouette IlI para a Base Aérea de Talavera La Real, em Espanha, em conjunto com a sua família e outros, como Mira Godinho[24], Rebordão de Brito[25], etcétera.[17][20][26] Outros, como Alpoim Calvão, escapam de carro rumo à fronteira, para serem recebidos pelo regime franquista, que contacta o governo brasileiro, no sentido de lhes procurar lá exílio político.[1][24]
    • 17h00: Rendem-se os revoltosos em Tancos. Membros da GNR spinolistas, General Damião, Xavier de Brito, Rosa Garoupa e o tenente José Alberto Barros conseguem fugir e pedir axilo na embaixada da RFA.[19][27]
    • 17h30: O General Pinto Ferreira aparece à janela do Carmo, já livre.
    • 19h00: A agência France Presse informa que Spínola, acompanhado da esposa e de 15 oficiais, chega à base aérea de Talavera La Real, em Badajoz.[15]
    • 20h00: Mensagem do Presidente da República Francisco da Costa Gomes em que dá a lista dos implicados naquela que intitula de "aventura reaccionária". Destitui Casanova Ferreira do comando da PSP.[28]
    • Reunião Extraordinária do MFA: cerca de 200 membros do MFA reúnem-se com o Presidente da República, general Costa Gomes, a Junta de Salvação Nacional e os membros militares do Governo na que viria a ser chamada "Assembleia Selvagem", de duração de cerca de 8 horas e meia. Alguns soldados do RAL1 pretendiam participar ainda armados. Nesta, os apelantes a fuzilamento sumário dos culposos do golpe, em particular os soldados do RAL1 cujo porta-voz era o major Diniz de Almeida, são refreados pelos moderados como o capitão Cabral e Silva e major Costa Neves, que lembraram aos radicais presentes que nem a ditadura havia executado os responsáveis do fracassado Golpe das Caldas. Defendiam também a execução planeada da eleição Constituinte, ainda que parte da assembleia a quisesse adiar. Desta reunião, em que os gonçalvistas tomaram a dianteira nas questões politico-económicas; decide-se sobre a nacionalização da Banca e dos Seguros, que poria fim ao debatido "Plano Melo Antunes" dos moderados, que havia sido aprovado a 4 de Março. Planeia-se uma reforma agrária assente na expropriação de grandes propriedades, e a cria-se o Conselho da Revolução, que substituiria a Junta de Salvação Nacional criada por Spínola na tutela militar do poder político, e que tinha as funções adicionais de "vigilância do cumprimento do programa do MFA e das leis constitucionais" no processo de transição para a democracia.[12][24][29][30][31][32]
  • 12 de Março de 1975.
    • Inicia-se uma vaga de ocupações de empresas e propriedades contra os seus proprietários.[15] São presos certos industriais, como os líderes das famílias de Mello e Espírito Santo.[6][33][34]
    • Algumas sedes do CDS, como as do Porto[35][36] e de Esposende[37], são assaltadas e vandalizadas por manifestantes de extrema-esquerda. É suspenso o MFP-PP, de ideário spinolista.
    • Otelo declara que foi feito um pedido de prisão dos fugitivos ao governo espanhol. Quando um entrevistador lhe pergunta conspirativamente se um "certo senhor ligado ao imperialismo internacional" que tem "agravado as crises portuguesas" e realizado "ataques frontais ao MFA", com veladas referências ao que teria "feito pelos países onde andou", deveria ser deixado actuar livre e "impunemente", Otelo concorda e declara que o governo deveria aconselhar Frank Carlucci a "abandonar o país, até para segurança pessoal", que não a poderia "garantir".[38][39]. Mais tarde, o governo viria a desculpar-se pelas afirmações de Otelo,[40] mas este confirmaria a sua sinceridade em conversa com o próprio embaixador. De seguida, relembrado pelo estado-unidense do seu dever de garantir a segurança pública, destacaria homens para a residência de Carlucci.[41]
    • A embaixada alemã, e os golpistas da GNR que nela se encontram, mantém-se ameaçadoramente cercada por centenas de manifestantes, que ocasionalmente gritavam "Nazis" e "Fascistas". Pelas 16h30, ao sair da Embaixada, Fritz Caspari é forçosamente travado por uma “multidão em fúria”, que lhe revista o carro. Os militares do COPCON presentes não só não impedem o desacato diplomático, como mantém os passageiros do carro sob mira das suas pistolas-metralhadoras. Sobre o comportamento das tropas do COPCON, o governo viria em tom de desculpa confessar ao embaixador a sua incapacidade de garantir "a obediência das tropas".[42] Os golpistas que haviam pedido axílio na embaixada da RFA entregam-se finalmente às autoridades portuguesas. São transportados, por segurança, em carros-blindados, por uma passagem criada por um cordão de comandos e fuzileiros, por forma a fintarem os cerca de 500 manifestantes à porta da embaixada. Às suas famílias, é oferecida proteção na Alemanha Ocidental.[27]
    • Guardas militares do RAL1 atingem mortalmente um civil que não obedece a ordem de paragem.[15]
  • 13 de Março de 1975 - Zeca Afonso e Sérgio Godinho cantam para os militares do RAL1.[43][44] Uma nova esquadra naval da NATO marca presença na costa portuguesa.[18]
  • 14 de Março de 1975 - O General Spínola faz rumo ao exílio no Brasil, por via de Madrid, depois Buenos Aires, em conjunto com vários dos revoltosos.[45] É instituido legalmente o Conselho da Revolução, que rapidamente aprova a nacionalização da banca, “a lei mais revolucionária que jamais foi promulgada neste país”, segundo o Presidente que se viu no encargo de a promulgar.[7] O sindicato de bancários de Lisboa, cujos membros socialistas tinham vindo a defender essa linha política,[8] e que às 11h do dia do golpe, tinha com celeridade encerrado os bancos denunciando a "tentativa desesperada" "fascista",[7] aplaude a medida numa manifestação na Baixa lisboeta.[46][47] São feitas excepções a certos bancos estrangeiros com filial sediada no país, um francês, um britânico e um brasileiro, às caixas económicas, e às de crédito agrícola mútuo.[48]
  • 17 de Março de 1975 - São suspensos o PDC[49], o MRPP, e a AOC, "pelo emprego da violência ou pelo incitamento e provocação ao seu uso" e pelo "comportamento antidemocrático" no PREC.[50][51] Não obstante, o MRPP continuaria a sua actividade de "perturbação da ordem pública".
  • 21 de Março de 1975 - Por decisão do Conselho da Revolução, António de Spínola e outros 18 oficiais são expulsos das Forças Armadas.[52] Vítor Crespo exige com sucesso que ele mesmo, Melo Antunes e Vítor Alves, moderados afastados pelos gonçalvistas poucos dias antes, sejam re-incluídos no governo.[12]
  • 22 de Março de 1975 - Face ao empoderamento das facções à extrema-esquerda, Henry Kissinger defende duas vias; o apoio aos moderados ou uma "política de ostracização" para Portugal, contrária à posição de Carlucci.[12]
  • 23 de Março de 1975 - O Exército Para a Libertação de Portugal (ELP) é denunciado pelo brigadeiro Eurico Corvacho (comandante da Região Militar Norte e representante do COPCON no Norte de Portugal, que havia "previsto" um golpe pelo ELP previamente ao 11 de Março[12]) numa conferência de imprensa difundida em directo pela RTP, afirmando que "este tinha sido descoberto e que era uma organização fascista que visava espalhar o sangue e o luto no seio do povo português". As autoridades militares anunciam a detenção de doze indivíduos ligados ao ELP, cuja prisão ocorrera, de facto, em finais de Fevereiro. Os serviços de informação tornam pública a notícia oportunamente, tentando fazer crer que ela vinha na sequência do fracassado golpe spinolista.[53] A mando da Região Militar Norte, viriam a ser presos também alguns outros militares, e "elementos do meio financeiro e industrial, detidos com base em acusações de trabalhadores" "acusados da prática de crimes contra a segurança externa e interina do Estado, mais concretamente, de pertencerem ou colaborarem com o ELP".[54]
  • 29 de Março de 1975 - O ELP (que frequentemente terá intitulado Spínola de "traidor")[55][56] em notícia divulgada pela imprensa, nega qualquer intervenção na Intentona de 11 de Março, mas afirma-se pronto a actuar em todo o território português contra o clima comunista que se tinha instalado no país.[53]
  • (data incerta de) Março de 1975 - O então líder do governo franquista, Carlos Arias Navarro, procura apoio dos EUA no caso de decidir por uma invasão a Portugal, para combater a "crescente ameaça comunista".[57][58] Já o próprio Franco ter-se-á oposto, pois "qualquer intervenção estrangeira seria prejudicial para os moderados, porque uniria os portugueses contra quem os atacasse", algo que expressou ao presidente Ford, então acompanhado de Kissinger.[59][60][61]
  • 31 de Março de 1975 - Desde a independência imersa em violência política para com ex-militares afro-portugueses (muitos sob ex-comando de Spínola[62]) e outros dissidentes, Bissau relata novas de uma alegada conspiração, entretanto abortada, que visava a eliminação de dirigentes máximos do PAIGC.[18]
  • 25 de Abril de 1975 - Realizam-se as eleições para a Assembleia Constituinte, com resultante vitória dos Partido Socialista e Partido Popular Democrático.
  • 5 de Maio de 1975 - Do exílio, Spínola forma o Movimento Democrático de Libertação de Portugal. Incorporará, a par de vários golpistas do 11 de março, vários ex-partidários de partidos banidos, em especial do spinolista MFP-PP, mas também do PDC, como o seu criador Sanches Osório.[63] Vir-se-iam a gabar da sua superioridade estratégica em relação ao ELP, ao terem "mais e melhores contactos com posições oficiais no governo".[64]
  • 15 de Maio de 1975 - No esforço de "saneamento" das forças armadas promovido pelo MFA[20] e a extrema-esquerda portuguesa, e face à crescente instabilidade socio-política, alguns oficiais vistos como "leais ao regime fascista" e a Spínola vêm sendo perseguidos. Radicalizados pelo ataque de 11 de março, soldados do RAL1 são frequentemente agentes deste "saneamento". O fuzileiro José Jaime Coelho da Silva e sua mulher Natércia são raptados e torturados dois dias, incluindo violência sexual sobre a prisioneira, interrogados relativamente a um eventual golpe de estado em Portugal e movimentos contra-revolucionários na Guiné-Bissau, ficando o soldado de seguida vários meses preso.
  • 17 de Maio de 1975 - Marcelino da Mata é raptado pelo MRPP de Saldanha Sanches, entregue aos soldados do RAL1 que o mantêm temporariamente preso e torturado, interrogado quanto ao ELP e actividades conspiratórias contra o novo regime da Guiné-Bissau.[65][66][67] Ao ser libertado em Outubro após tratamento médico, foge para Espanha, onde ficará até ao 25 de Novembro.
  • 28 de Maio de 1975 - Alinhado com as preocupações de Navarro, o embaixador americano em Espanha, Wells Stabler, declara que “com a sua longa fronteira com Portugal, seria difícil Espanha proteger-se de uma acção subversiva portuguesa”, justificando uma possível invasão.
  • Segue-se o Verão Quente, onde os radicais de extrema-esquerda e extrema-direita inflingem violência e terror pela sociedade. Findará com o 25 de Novembro.
  • 11 de Janeiro de 1976 - Spínola contacta o governo, ponderando vir a dissolver o MDLP. Alpoim Calvão reúne-se com representantes do governo para iniciar negociações.[64]
  • 19 de Janeiro de 1976 - Ciente dos excessos do "saneamento", o Conselho da Revolução nomeia uma comissão de averiguação de violências e outros abusos sobre presos sujeitos às autoridades militares, publicada em Julho desse ano.[54]
  • Ao longo do primeiro trimestre de 1976, golpistas presos são soltos, vindo gradualmente a ser reintegrados nas forças armadas.[68]

Representações na cultura

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Zeca Afonso compôs a canção "O Dia da Unidade", editada em 1976, que memoriza a unidade entre militares e povo, que terá encontrado após visitar a base depois do ataque, e evoca a memória do soldado Joaquim Carvalho Luís.[69]

A intentona, na perspectiva de Salgueiro Maia, foi ficcionalizada no filme "Salgueiro Maia - O Implicado".

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  1. Não está claro se é o António Alberto Ferreira que comandava unidades do RC3 no 25 de Abril, capitão vindo a ser promovido a major algures entre 74 e 83, ano que recebe a Ordem da Liberdade como major (e sendo assim erro das fontes ao tratarem-no por Coronel, como já era quando autorou uma obra auto-biográfica em 2004 e fez várias participações cívicas de memorialização), ou se será outro Alberto Ferreira também oficial de cavalaria. O RC7, que havia estado oposto à revolução em 25 de Abril de 74, virá a ser extinto em 31 de Março de 1975 (Diogo Henrique Gonçalves Senra, em "A participação do Regimento de Cavalaria N.º 6 na Guerra Colonial Portuguesa", p. 49).