João Carlos Pereira Leite
João Carlos Pereira Leite (Cuiabá, 12 de Julho de 1861 — Cuiabá, 8 de setembro de 1933) foi um desembargador, jornalista e político brasileiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho do coronel do Exército Brasileiro e ex-presidente de Mato Grosso (1892), Luís Benedito Pereira Leite, e Anna Jacintha de Sampaio Leite, foi casado com Amélia de Cerqueira Caldas, filha de Antônio de Cerqueira Caldas, Barão de Diamantino. Era homônimo do seu tio paterno, o major João Carlos Pereira Leite, senhor da Jacobina.
O casamento de Pereira Leite com Dona Amélia em 12/07/1892, rendeu-lhe os filhos Bárbara Teixeira das Neves (casada pela segunda vez com o capitão Das Neves), Maria Josepha de Arruda (casada com Joaquim Corrêa de Arruda), Anna Jacintha de Mesquita "casada com José de Mesquita0, Maria José de Figueiredo (casada com Joaquim de Figueiredo), Antônio de Cerqueira Pereira leite, e, ao morrer, ainda estavam solteiras as filhas, Rita, Amélia e Laura Pereira Leite, e ainda os filhos menores Benedicto e José Carlos Pereira Leite, além dos bebês que não sobreviveram à infância: Luiz Benedicto, João Carlos, Luiza e Maria da Glória.
Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo em 1889. Retornando á sua terra natal, foi nomeado para exercer o cargo de Procurador Fiscal da Tesouraria da Fazenda. Ingressando em seguida para a magistratura do Estado, exerceu o cargo de Juiz de Direito da Comarcas de Santo Antônio do Rio Abaixo. Porém, com a cisão do Partido Republicano ocorrem conflitos armados em 1899, e devido a sua amizade com os chefes políticos da oposição, Generoso Ponce e João Paes de Barros, acabou exonerado do cargo. Acabou no Estado de Santa Catarina, onde exerceu o cargo de juiz substituto e secretário geral do governador Antônio Pereira da Silva e Oliveira. Acabou retornando à Cuiabá em 1907, onde foi reconduzido ao cargo de juiz, sendo nomeado em Poconé. Em 1908 foi nomeado desembargador do Tribunal de Relação (Tribunal de Justiça), onde se aposentou em 1914.
Exerceu também o magistério, como professor do Liceu Salesiano São Gonçalo, em Cuiabá, lecionando Historia do Brasil e Historia Universal. Acabou representando Mato Grosso no Congresso Nacional de História, em 1914, e, também, representou o Tribunal de Justiça no Congresso Jurídico Brasileiro, em 1908. Coube ao Desembargador Pereira Leite representar Mato Grosso, em outubro de 1914, na inauguração da ligação dos ramais ferroviários de Porto Esperança à Campo Grande e de Campo Grande a Itapura.
Foi procurador-geral do Estado de Mato Grosso (1911-1915), durante a gestão de Joaquim Augusto da Costa Marques. Em 1915 foi eleito deputado federal, onde permaneceu por quatro legislaturas, no Rio de Janeiro, retornado para Cuiabá em 1926, quando se retirou da vida política. Acabou retornando a vida pública ao ser eleito presidente da Liga Eleitoral Católica, organização que tinha no jornal A Cruz, seu maior instrumento de propagação de ideias. Por fim, foi nomeado membro do Conselho Consultivo estadual, porém, não chegou a tomar posse.
Jornalista de destaque, dirigiu os órgãos políticos O Democrata 1896 e, O Povo 1916, dos quais também foi proprietário. Também dirigiu o jornal A Cruz, órgão da Liga Católica Mato-grossense, de que foi um dos fundadores, todos de Cuiabá.
Referencias bibliográficas
[editar | editar código-fonte]- José de Mesquita - Genealogia Mato-grossense
- Luis-Philippe Pereira Leite - Vila Maria dos Meus Maiores
- Estevão de Mendonça - Datas Mato-grossenses
- Nilo Póvoas - Galeria dos Varões Ilustres de Mato Grosso (Obra Póstuma), Vol. II