João Carneiro da Silva Rego
João Carneiro da Silva Rego (1795 - 1849)[1] foi um político brasileiro do período Imperial, indicado vice-Presidente da Província da Bahia durante a Sabinada e governador de fato durante o período.
Era bacharel em direito,[1] senhor de terras e escravos, tendo sido eleito deputado para a Assembleia Provincial,[2] no ano de 1835 - com inexpressiva votação e político de pouca participação e iniciativa.[3]
Em 1837, sendo proclamada em Salvador a independência da Província, com o nome de República Bahiense, é adotado o sistema republicano de governo; Silva Rego foi eleito Vice do Presidente Inocêncio da Rocha Galvão, célebre participante da Revolta dos Periquitos de 1824, mas como este encontrava-se nos Estados Unidos, o Vice-Presidente Silva Rego foi levado a interinamente ocupar a governadoria[2] e encaminhou à Câmara de Vereadores da capital uma proposta que faria com que tal emancipação durasse somente até a maioridade do Imperador-criança, D. Pedro II.[4]
Durante o movimento demonstrou pouca ou nenhuma combatividade.[3] Lançou, efetivamente, proclamações ambíguas, no começo afirmando a total secessão da cidade, mais tarde como situação interina até a maioridade do Imperador-criança. Também assinou um decreto autorizando fossem arrombados os cofres públicos.[5]
Consta, ainda, que no interior do movimento houve uma tentativa de golpe, no qual se procuraria derrubá-lo para que, no seu lugar, ficasse o Francisco Sabino, e que este teria sido sustado pelo negro major Santa Eufrásia, que então ganhara notoriedade.[6]
Mais tarde, fracassado o movimento secessionista, seu filho homônimo declarou que somente assinou a Ata que proclamara a República porque no Paço Municipal se encontravam muitas "pessoas de beca" e que a assinara sem ter lido o conteúdo.[7]
Durante seu julgamento alegou que não promovera a insurreição de escravos, sendo ele senhor de muitos deles - mas foi condenado também por este crime.[8]
Em maio de 1838 ele e seu filho estavam presos na corveta 7 de Abril, quando solicitaram fossem transferidos para uma cadeia em terra. [9]
Referências
- ↑ LOPES, Juliana Serzedello Crespim, Identidades Políticas e Raciais na Sabinada (Bahia, 1837-1838), USP, São Paulo, 2008, pág. 36
- ↑ a b LOPES, op. cit., pág. 13
- ↑ a b LOPES, op. cit., pág. 55
- ↑ Hendrik Kraay (13 de novembro de 2009). «A república suicida». Revista de História da Biblioteca Nacional. Consultado em 6 de abril de 2011. Arquivado do original em 19 de maio de 2011
- ↑ LOPES, op. cit., nota 157, pág. 85.
- ↑ LOPES, op. cit., pág. 119
- ↑ LOPES, op. cit., pág. 36
- ↑ LOPES, op. cit., pág. 133.
- ↑ Cláudia Moraes Trindade (junho. 2008). «A reforma prisional na Bahia oitocentista». Revista de História, n.158 São Paulo. Consultado em 1 de abril de 2011