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João Mendes de Vasconcelos, senhor de Penela

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João (ou Joane) Mendes de Vasconcelos (1358 - 20.09.1440),[1] senhor de metade da vila de Penela e 2.º senhor do julgado de Soalhães, foi um fidalgo português dos séculos XIV e XV. Partidário da rainha D. Leonor Teles durante a crise de 1383 - 1385, acabou por servir o Mestre de Avis depois da sua aclamação como D. João I.

João Mendes de Vasconcelos
Senhor de Penela e Soalhães
João Mendes de Vasconcelos, senhor de Penela
Armas dos Vasconcelos, no Livro do Armeiro-Mor
Nascimento 1358
Morte 1440 (82 anos)
Cônjuge D. Leonor Pereira
Pai Gonçalo Mendes de Vasconcelos, Alcaide-mor de Coimbra
Mãe D. Teresa Vasques Ribeiro, 3.ª senhora do Morgado de Soalhães
Ocupação Fidalgo, Militar

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era filho primogênito de Gonçalo Mendes de Vasconcelos, alcaide-mor de Coimbra e de sua mulher D. Teresa Vasques Ribeiro, 3.ª senhora do Morgado de Soalhães.

Sucedeu a seu pai no senhorio do julgado de Soalhães e de metade da terra de Penela e foi ainda, por eleição do concelho e dos homens bons do julgado, confirmada por carta régia de 09.05.1408, senhor da terra de Mós. [2] E sucedeu a sua mãe no morgado de Soalhães, do qual foi o 4.º administrador.[3]

Apesar de os seus dois irmãos mais novos, Mem Rodrigues e Rui Mendes de Vasconcelos, terem seguido o partido do Mestre de Avis e integrado a célebre Ala dos Namorados, na batalha de Aljubarrota, João Mendes começou por apoiar o partido de sua parenta, a rainha D. Leonor Teles, tendo levantado por ela o castelo de Estremoz, do qual era alcaide. Mas a população revoltou-se e forçou-o a deixar o Castelo. Contudo, depois deste desaire, viria mais tarde a apoiar D. João I e a casar com uma irmã do condestável D. Nuno Álvares Pereira.[4]

Desentendeu-se com seu irmão Mem Rodrigues de Vasconcelos, Mestre da Ordem de Santiago, na partilha dos bens paternos, pelo que, posta demanda, proferiu o infante D. Duarte, a quem os irmãos haviam recorrido, uma sentença mandando dividir a herança paterna em partes iguais, sujeita porém ao pagamento das respectivas dívidas. Sobre esta sentença se baseou uma carta régia de 08.04.1420, pela qual João Mendes ficou com Soalhães e metade de Penela.

Apesar de neste diploma régio João Mendes ser referido em segundo lugar, após seu irmão, não restam dúvidas sobre ter ele sido o primogênito, pois em outra sentença, datada de 13.07.1434, D. Duarte refere explicitamente ser ele o "filho primeiro lídimo" de Gonçalo Mendes de Vasconcelos.,[5] como tal tendo sucedido ao pai no senhorio da honra de Soalhães.

Foi sepultado no convento velho de S. Domingos de Coimbra,[6] onde igualmente jaz sua mulher.

Casamento e descendência[editar | editar código-fonte]

Do seu casamento com D. Leonor Pereira, filha de D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior do Hospital, e irmã do condestável D. Nuno Álvares Pereira, teve a seguinte geração:[7]

Fora do casamento teve o seguinte filho bastardo:[8][9]

Referências

  1. a b Soveral, Manuel Abranches de. «Cristóvão Mendes de Carvalho, História de um alto magistrado quinhentista e de sua família». "Fragmenta Historica" - Revista do Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa: 33. Consultado em 26 de agosto de 2021 
  2. Freire, Anselmo Braamcamp (1921). Brasões da Sala de Sintra, Livro Primeiro. Robarts - University of Toronto. [S.l.]: Coimbra : Imprensa da Universidade. p. 350 
  3. Anselmo Braamcamp Freire, op. cit., p. 350
  4. Anselmo Braamcamp Freire, op. cit., p. 352
  5. Anselmo Braamcamp Freire, op. cit., p. 354, nota (3).
  6. Infopédia. «Convento de S. Domingos (Coimbra) - Infopédia». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 26 de agosto de 2021 
  7. Anselmo Braamcamp Freire, op. cit., pp. 352 - 353
  8. Manuel Abranches de Soveral, art. cit., pp. 32 - 34
  9. «Biblioteca Nacional Digital Felgueiras Gaio Nobiliário de Famílias de Portugal Tomo XXVIII». purl.pt. p. 112. Consultado em 29 de agosto de 2021