João de Bagauna
João de Bagauna | |
---|---|
Bandeira da Igreja Apostólica Armênia | |
Nascimento | Bagauna |
Morte | 611 |
Nacionalidade | Armênio |
Ocupação | Religioso |
Título |
|
Religião | Igreja Apostólica Armênia |
João de Bagauna (em armênio/arménio: br; Hovhannes Bagarantsi; m. 611) foi o anticatólico instalado pelos bizantinos em oposição ao católico de todos os armênios da Igreja Apostólica Armênia Moisés II e Abraão I, de 590/1 a 611.
Contexto[editar | editar código-fonte]
Após a divisão da Armênia entre o imperador Maurício (r. 582–602) e o xá Cosroes II (r. 590–628) em 590/1, Maurício convidou o católico de todos os armênios Moisés II e os bispos armênios para um sínodo greco-armênio em Constantinopla; anticalcedônio, Moisés, em sua sede no território persa, em Dúbio, declinou o convite.[1] Maurício então nomeou o anticatólico João (a pedido do bispo pró-calcedônio Teodoro de Teodosiópolis, de acordo com Moisés de Dascurã[2]), provocando um cisma na Igreja Armênia.[3]
Vida[editar | editar código-fonte]
João é originário de Bagauna, do cantão de Cogovita, na província história de Airarate; o historiador armênio do século VII Moisés de Dascurã chama-o de "Estilita".[2] Mudou sua sede de Dúbio para a zona bizantina, em Avã.[4] Construiu uma catedral, dedicada a São João,[5] e um palácio catolicossal do qual restam apenas ruínas. Se foi bem sucedido, não está claro como se apossou dos vasos sagrados da catedral de São Gregório em Dúbio e os transferiu para Teodosiópolis, porém foi expulso de Avã quando as hostilidades entre persas e bizantinos recomeçaram em 602-603.[6] Capturados pelos persas em 610 em Teodosiópolis, foi então exilado para Hamadã, onde morreu em 611. Seu corpo foi trazido de volta a Avã.[7] Sua morte pôs fim ao cisma e permitiu que Abraão I de Albatã sucedesse Moisés II sem nenhum adversário,[8] após intervalo de três anos no qual a Igreja foi chefiada pelo lugar-tenente Vertanes, o Gramático.[9] Embora tenha sido consideravelmente criticado, nem todos os historiadores armênios foram desfavoráveis a ele: João V de Drascanacerta (católico do século X) mostra o anticatólico como de boa-fé,[1] e Sebeos menciona-o sua santidade.[8]
Referências
- ↑ a b Grousset 1947, p. 265.
- ↑ a b João V de Drascanacerta 2004, p. 130.
- ↑ Dédéyan 2007, p. 205.
- ↑ Hovannisian 1997, p. 112.
- ↑ Donabédian 1987, p. 68.
- ↑ Donabédian 1987, p. 500-501.
- ↑ Grousset 1947, p. 272.
- ↑ a b Grousset 1947, p. 266.
- ↑ Grousset 1947, p. 267.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Hovhannes de Bagaran», especificamente desta versão.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- João V de Drascanacerta (2004). Histoire d'Arménie, Introduction, traduction et notes par Patricia Boisson-Chenorhokian. Lovaina: Peeters Publishers. ISBN 978-9042913691
- Dédéyan, Gérard (2007). Histoire du peuple arménien. Tolosa: Éd. Privat. ISBN 978-2-7089-6874-5
- Donabédian, Patrick; Jean-Michel Thierry (1987). Les arts arméniens. Paris: Éditions Mazenod. ISBN 2-85088-017-5
- Grousset, René (1947). Histoire de l’Arménie des origines à 1071. Paris: Payot
- Hovannisian, Richard G. (1997). Histoire d'Arménie, Introduction, traduction et notes par Patricia Boisson-Chenorhokian. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2