Joaquim da Silva Mafra
Joaquim da Silva Mafra | |
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Nascimento | 15 de fevereiro de 1731 Mafra |
Cidadania | Portugal |
Ocupação | canteiro |
Obras destacadas | Igreja dos Clérigos |
Movimento estético | barroco, rococó |
Joaquim da Silva Mafra (Mafra, 15 de Fevereiro de 1737 – Porto) foi um mestre canteiro radicado na cidade do Porto, onde executou o retábulo-mor da Igreja dos Clérigos.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Joaquim da Silva Mafra nasceu no lugar das Casas Velhas, hoje integrado no lugar do Zambujal, na freguesia de Mafra, em 15 de Fevereiro de 1737. É provável que se tenha iniciado no ofício de canteiro, como aprendiz, nas obras de Mafra, que ainda decorriam nos anos da sua infância e juventude.[1]
Em Abril de 1768 encontrava-se a laborar na cidade do Porto, como colaborador do mestre pedreiro e arquitecto Manuel dos Santos Porto, responsável pela concepção do segundo retábulo-mor da Igreja da Irmandade dos Clérigos daquela cidade. Ao contrário do que era habitual no Porto, este segundo retábulo da Igreja dos Clérigos e a respectiva tribuna não foram executados em talha dourada, mas sim num estilo mais próximo do gosto romano, em vários tons de mármore. A pedra foi encomendada pela Irmandade dos Clérigos a pedreiras da região de Lisboa, por ser o mármore uma rocha inexistente na região do Porto e em toda a região norte. Isso poderá explicar a presença no Porto de um mestre canteiro proveniente da região de Lisboa, possivelmente ligado às obras de Mafra e habilitado a trabalhar o mármore, contrariamente aos canteiros do Porto, habituados a trabalhar com granito.[1]
Em 1769, Joaquim da Silva Mafra era uma das três pessoas que residiam no edifício da Irmandade dos Clérigos, sendo dado como “canteiro e servente da casa”. No ano seguinte já aí não residia.[1]
Embora o essencial do retábulo-mor da Igreja dos Clérigos tenha sido executado entre 1767 e 1773, a ornamentação da capela-mor, com mármores lavrados, continuou depois desse período, estendendo-se até, praticamente, 1780, sob a direcção de Joaquim da Silva Mafra.[1]
Joaquim da Silva Mafra aparece depois associado a pequenas obras públicas na cidade do Porto. Em 1786 consertou o Chafariz da Rua Chã, aparecendo referido como mestre pedreiro.[1]
Casou no Porto com D. Abigail Josefa de Meneses, natural de Chaves, tendo sido pai do Brigadeiro Manuel Joaquim de Meneses, Barão do Cabo da Praia.[1]
Referências
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- SOUSA, Daniel A. Oliveira de, “O Mestre Canteiro Joaquim da Silva Mafra” in Jornal “O Carrilhão”, edição de 15 de Fevereiro de 2021, pág. 6.
- LOPES, Beatriz Hierro/QUEIROZ, Francisco, “A Igreja e a Torre dos Clérigos”, Porto, Irmandade dos Clérigos, 2013.
- FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime B., “O Porto na época dos Almadas: arquitectura, obras públicas”, Volume II, Porto, Câmara Municipal, 1990.
- MARTINS ZUQUETE, Afonso Eduardo, “Nobreza de Portugal: bibliografia, biografia, cronologia, filatelia, genealogia, heráldica, história, nobliarquia, numismática”, Volume II, Lisboa, 1960.