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Joost van der Westhuizen

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Joost van der Westhuizen

Em 2014
Informação pessoal
Nome completo Joost Heystek van der Westhuizen
Data de nascimento 20 de fevereiro de 1971
Naturalidade Pretória, África do Sul
Data da morte 6 de fevereiro de 2017 (45 anos)
Local da morte Johannesburgo, África do Sul
Carreira no Rugby
Situação actual
1993-2003  África do Sul 89 (38)

Joost Heystek van der Westhuizen (Pretória, 20 de fevereiro de 1971 - Johannesburgo, 6 de fevereiro de 2017) foi um jogador sul-africano de rugby union que jogava como scrum-half. É considerado um dos melhores jogadores de rugby da história em sua posição.[1]

O scrum-half havia estreado pela seleção em 1993 e a defendeu por dez anos, até 2003, disputando três Copas do Mundo de Rugby Union, sendo o capitão na edição de 1999.[1] Quando parou, era o jogador com mais partidas pela África do Sul, 89,[2] marca depois superada por Percy Montgomery, John Smit e Victor Matfield. Também era o recordista de tries, 38, depois superado por Bryan Habana.[3]

Domesticamente, defendia a equipe do Transvaal do Norte, posteriormente convertida no clube Blue Bulls, ganhando o campeonato nacional em 1998 e 2002.

Copa do Mundo de 1995

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Integrou a seleção sul-africana campeã da Copa do Mundo de Rugby de 1995,[1] onde a África do Sul era a sede e, depois de anos de boicote por conta do apartheid, também uma estreante do evento.[4] Este título foi extremamente importante para o país, pois aconteceu pouco depois do fim do Apartheid e contra uma lenda do rugby, os All Blacks (Nova Zelândia, que chegou à final com grandes goleadas, como os 145 a 17 no Japão, além da liderança em pontos, tries, conversões e drop goals [5]), cuja geração do momento é considerada uma das melhores dentre todos os esportes.[6] Por sua vez, a seleção sul-africana de rugby, esporte preferido dos brancos locais, era associada ao antigo regime de discriminação social e, com isso, desprezada (juntamente com este esporte) pelos negros.[3][7][8]

Recém-eleito, o presidente Nelson Mandela defendeu o apoio ao selecionado, cujo sucesso ajudou a oferecer um sentimento de união a um país marcado pela segregação, encontrando um meio-termo entre as aspirações da maioria negra oprimida e os temores da minoria branca, com sua hegemonia secular no poder interrompida;[3] E Van der Westhuizen teve papel fundamental no título sobre os favoritos neozelandeses, ficando marcado como único homem a conseguir neutralizar as corridas do principal astro adversário: Jonah Lomu, para muitos o maior jogador de rugby da história e que despertara temores no próprio Mandela.[2]

Após parar de jogar, tornou-se comentarista.[1] Em 2007, entrou para o Hall da Fama do rugby sul-africano.[2]

Controvérsia

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A imagem pública de Van der Westhuizen foi abalada após um escândalo envolvendo sexo e drogas gerado pela divulgação de um vídeo onde ele aparecia.[9] Van der Westhuizen inicialmente negou ter participado, mas depois confirmou em sua autobiografia. O escândalo arruinou-lhe o casamento com a cantora Amor Vittone.[10]

Em 2009, teve uma suspeita de infarto [1] e a partir de 2011 passou a lutar contra a doença do neurônio motor, enfermidade sem cura que ataca as células que controlam as atividades musculares, desde a fala, até o movimento de todos os membros, semelhantemente à Esclerose lateral amiotrófica.[2]

Criou a Van der Westhuizen J9 Foundation para auxiliar outros portadores da mesma doença.[12] Em outubro de 2014, ele reapareceu no gramado do Ellis Park caminhando com auxílio de um aparelho que lhe permitia dar pequenos passos. Foi no intervalo do jogo entre África do Sul e Nova Zelândia, pela última rodada do Rugby Championship, causando grande comoção e sendo ovacionado por todo o estádio. Os All Blacks, que estavam invictos havia dois anos, perderam por 27-25.[2]

Joost morreu em 6 de fevereiro de 2017, aos 45 anos.[13]

Referências

  1. a b c d e «Joost van der Westhuizen». ESPN Scrum. Consultado em 2 de novembro de 2014 
  2. a b c d e WINCKLER, Bruno (9 de outubro de 2014). «Uma lenda do rúgbi e sua luta contra uma doença rara». Carta Capital. Consultado em 2 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 14 de outubro de 2014 
  3. a b c MEDAGLIA, Thiago (fevereiro de 2010). Uma alma invencível. Revista ESPN n. 4. Editora Spring, p. 94
  4. BRANDÃO, Caio (14 de setembro de 2012). «História dos Pumas – Parte IV: As primeiras Copas». Futebol Portenho. Consultado em 31 de março de 2013 
  5. ABREU, Dado (novembro de 2011). All Blacks dos anos 90. Revista ESPN n. 25. Editora Spring, p. 58
  6. ABREU, Dado; LEAL, Ubiratan; MENDES JÚNIOR, Leonardo; SÍMON, Luís Augusto; TOSTÃO (novembro de 2011). 50 maiores equipes da história. Revista ESPN n. 25. Editora Spring, pp. 48-59
  7. ZANINI, Fábio. White power. Viagem & Turismo n. 169-A. Editora Abril, p. 23
  8. SÍMON, Luís Augusto (novembro de 2009). Um novo país. Revista ESPN n. 1. Editora Spring, p. 91
  9. «Sex, lies and the video» (em inglês). News24. 22 de fevereiro de 2009. Consultado em 7 de fevereiro de 2017 
  10. Malin, Ian (6 de fevereiro de 2017). «Joost van der Westhuizen obituary» (em inglês). The Guardian. Consultado em 7 de fevereiro de 2017 
  11. «Van der Westhuizen: 'Every day could be my last'». ESPN Scrum. 20 de agosto de 2013. Consultado em 2 de novembro de 2014 
  12. «Springboks great wheelchair bound». ESPN Scrum. 26 de maio de 2014. Consultado em 2 de novembro de 2014 
  13. «Morreu Joost van der Westhuizen, lenda do râguebi mundial». maisfutebol.pt. 6 de fevereiro de 2017. Consultado em 6 de fevereiro de 2017