Jordi Cuixart
Jordi Cuixart | |
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Nascimento | Jordi Cuixart Navarro 22 de abril de 1975 (49 anos) Santa Perpètua de Mogoda |
Residência | Sabadell, Santa Perpètua de Mogoda |
Cidadania | Espanha |
Cônjuge | Txell Bonet |
Alma mater |
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Ocupação | empresário, ativista |
Distinções |
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Assinatura | |
Jordi Cuixart i Navarro (Santa Perpètua de Mogoda, 22 de abril de 1975) é um empresário e ativista político catalão, presidente de Òmnium Cultural desde 19 de dezembro do 2015.[1] Desde 16 de outubro de 2017 está em prisão preventiva à espera de julgamento. É acusado de um suposto delito de rebelião decido ao seu papel durante a manifestação diante da Conselleria de Economia do Governo da Catalunha a 20 de setembro de 2017, em decorrência da Operação Anubis.[2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu em Santa Perpétua de Mogoda em 1975, filho de uma talhante murciana e de um mecânico de Badalona, sendo o mais novo de três filhos, e onde viveu até os 30 anos. Entrou em contacto com o catalanismo ainda jovem, em parte graças às visitas à livraria que o seu tio tinha em Santa Perpétua e às tertúlias que este organizava a casa.[3] Durante a sua juventude foi monitor e participou em várias ações de ativismo pela língua catalã. Quando adolescente, estudou formação profissional de mecânica na Escola Industrial de Sabadell.[4]
Etapa empresarial
[editar | editar código-fonte]Cuixart começou a trabalhar aos 16 anos varrendo uma oficina, numa fábrica de materiais de embalagem e com o passar do tempo começou a ajudar no processo de desenho de maquinaria com Autocad, e aprendeu inglês e francês de maneira autodidata. Posteriormente seria comercial de outra empresa do setor. Foi objetor de consciência ao serviço militar obrigatório e em 1996 tornou-se sócio da Òmnium Cultural, da Amnistia Internacional e das escolas Bressoles.[5]
Com 26 anos passou a ser gerente de uma empresa do setor, e dois anos mais tarde ao não ser aceite uma proposta sua, decidiu criar a sua própria empresa. Em 2003 fundou a Aranow, empresa de maquinaria para fabricar embalagem flexível, da qual é o presidente. Com esta empresa entrou em contacto com o Centro Metalúrgico e posteriormente foi fundador da FemCAT, uma fundação privada de empresários.[6]
Òmnium Cultural
[editar | editar código-fonte]Em 2010 acedeu à direção da Òmnium Cultural, onde ocupou o cargo de tesoureiro e posteriormente de vice-presidente de Muriel Casals. Um dos objetivos desta equipa era levar a termo novos projetos de coesão social e chegar aos 50.000 sócios.[7] Durante a sua etapa como tesoureiro, a Òmnium renunciou os subsídios da Generalidade da Catalunha.[8]
Em 2015, quando Muriel Casals deixou a presidência para se juntar à candidatura de Juntos pelo Sim, Quim Torra assumiu temporariamente a presidência de forma interina, até que se convocaram eleições. Jordi Cuixart encabeçou então a candidatura única "Òmnium: compromisso com o amanhã", com a qual recebeu um amplo apoio dos sócios da organização, com um total de 5.450 votos de apoio sobre um total de 5.719. Foi nomeado presidente de Òmnium Cultural a 19 de dezembro do 2015. O seu programa como presidente centrou-se em fazer crescer a maioria social soberanista, sempre mantendo um programa onde a língua e a cultura catalãs vertebrassem a coesão social. Desde a Òmnium impulsionou, entre outras, a campanha Lutas Partilhadas, com o qual impulsionava a memória histórica partilhada dos processos de mobilização social que, em diferentes âmbitos e momentos, foram decisivos para tornar o que é hoje Catalunha. Também passou a ser uma das caras visíveis do movimento independentista catalão.[9]
No ano 2017 participou na redação do livro Referendo 2017: a chave que abre a fechadura, onde escreveu o capítulo «Um país de lutas partilhadas».[10]
Prisão preventiva
[editar | editar código-fonte]Em setembro do 2017 Cuixart foi acusado de sedição pela justiça espanhola, no seguimento das concentrações de protesto após a Operação Anubis. Segundo a Acusação, está acusado, bem como Jordi Sànchez, como representantes da Òmnium Cultural e da Assembleia Nacional Catalã, respetivamente, de organizar manifestações para "proteger" os seus governantes e por tentar "parar a Guardia Civil". A acusação destacou especialmente o seu papel durante a concentração adiante da Conselleria de Economia, mencionando que dois carros da Guardia Civil teriam sido destruídos e que os voluntários destas organizações impediram as tarefas policiais.[11]
Por estes motivos, Carmen Lamela Díaz, magistrada responsável, decretou prisão preventiva sem fiança a 16 de outubro do mesmo ano. A acusação argumentava que a prisão preventiva para evitar o risco de fuga, de reiteração delitiva e de obstrução da justiça penal.[12] Esta acusação foi duramente criticada e vários meios publicaram provas que contradiziam partes do texto da decisão judicial.[13][14] Neste contexto Marcel Mauri, vice-presidente da Òmnium, assumiu funções de gestão da organização.
O mesmo Presidente da Generalidade da Catalunha, entre de outras personalidades, bem como associações integrantes da Mesa pela Democracia e a Aliança Livre Europeia consideraram que tanto Cuixart como Jordi Sànchez são presos políticos, e a Amnistia Internacional pediu que fossem colocados em liberdade de forma imediata.[15][16][17]
Desde a sua prisão que se realizaram centenas de atos de apoio por todo o território catalão. Na quinta-feira 19 de outubro organizou-se uma concentração com velas na Avenida Diagonal de Barcelona pedindo a sua libertação, onde assistiram 200.000 pessoas segundo a Guarda Urbana.[18] Poucos dias depois, sábado 21, organizou-se uma nova manifestação, desta vez no Passeig de Gràcia (centro de Barcelona), onde segundo a Guarda Urbana se reuniram mais de 450.000 pessoas pedindo a liberdade dos dois ativistas.[19]
No sábado dia 11 de novembro do 2017 organizou-se uma nova manifestação à qual assistiram 750.000 pessoas, segundo a Guarda Urbana.[20] Esta manifestação teve como tema a liberdade dos presos políticos, e desde então realizaram-se centenas de atos por todo o território catalão pedindo a liberdade de todos os acusados relacionados com o processo independentista catalão em prisão preventiva. A 24 de novembro de 2017, o juiz Pablo Llarena ditou uma ata pela qual — depois de solicitar um relatório à juíza Lamela — acumulava a instrução contra os principais líderes independentistas, incluindo Jordi Sànchez e Jordi Cuixart.[21][22]
Meses depois, em julho de 2018, foi transferido da Prisão de Soto del Real para o Centro Penitenciário de Lledoners. Desde então realizaram-se várias concentrações para dar apoio a Cuixart e ao resto de pessoas em prisão preventiva.[23]
Na prisão começou a praticar ioga e meditação.[24] A 16 de junho de 2018 foi reeleito presidente de Òmnium. Recebeu 28.151 votos dos 28.183 sufrágios emitidos na assembleia da entidade.[25] Em agosto do mesmo ano foi nomeado presidente da Federação Llull, entidade integrada pela Òmnium Cultural, Ação Cultural do País Valenciano e Obra Cultural Balear.
A 1 de fevereiro de 2019 foi novamente transferido à prisão madrilena de Soto del Real num autocarro da Guardia Civil, para se iniciar o Julgamento a 12 de fevereiro. Em várias entrevistas, Cuixart pronunciou-se dizendo que usará o julgamento para acusar o Estado, argumentando "que o Estado decidiu usar a justiça penal para desativar aos seus adversários, neste caso os independentistas".[26]
Referências
- ↑ «Jordi Cuixart és proclamat nou president d'Òmnium». Òmnium Cultural (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Presó sense fiança per a Sànchez i Cuixart». Ara.cat (em catalão). 16 de outubro de 2017. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Jordi Cuixart, el self made man català». ElNacional.cat. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Entrevista a Jordi Cuixart, president d'Òmnium Cultural». Crític (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Jordi Cuixart i Navarro | enciclopèdia.cat». www.enciclopedia.cat. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Jordi Cuixart: "Ens falta un gran conglomerat industrial"». Ara.cat (em catalão). 3 de fevereiro de 2014. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Jordi Cuixart, un empresari fet a si mateix que arriba al capdavant d'Òmnium». Ara.cat (em catalão). 19 de dezembro de 2015. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ BARCELONA, XABI BARRENA / (17 de outubro de 2017). «Jordi Cuixart: lindepe' atípic». elperiodico (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ NacióDigital. «Jordi Muñoz - Una tardor de lluites compartides | NacióDigital». www.naciodigital.cat (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ Llibertat.cat. «Es publica el llibre "Referèndum 2017. La clau que obre el pany"». Llibertat.cat (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Sànchez i Cuixart, acusats per l'estat espanyol en una gran causa per sedició». VilaWeb (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ 324cat (16 de outubro de 2017). «Presó sense fiança per als presidents de l'ANC i Òmnium, Jordi Sànchez i Jordi Cuixart». CCMA (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ Altimira, Oriol Solé. «Abogados catalanes creen que la jueza se ha inventado un tipo delictivo para encarcelar a Sànchez y Cuixart». eldiario.es (em espanhol). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Onada de reaccions contra la presó incondicional de Sànchez i Cuixart: "No esteu sols. Us volem a casa"». Ara.cat (em catalão). 16 de outubro de 2017. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «EU's latest political prisonners». http. Consultado em 12 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2017
- ↑ España, Amnistía Internacional. «Un año del encarcelamiento de los Jordis». www.es.amnesty.org (em espanhol). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ Terol, Alan Ruiz. «"We have political prisoners again," says Catalan president». www.catalannews.com (em inglês). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «200.000 persones, segons la Guàrdia Urbana, omplen d'espelmes la Diagonal contra l'empresonament de Sànchez i Cuixart». VilaWeb (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Barcelona crida per la llibertat dels presos i de les institucions». Ara.cat (em catalão). 21 de outubro de 2017. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Unos 750.000 manifestantes en Barcelona según la Guardia Urbana». eldia.es (em espanhol). 11 de novembro de 2017. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ Rincón, Reyes (5 de dezembro de 2017). «Junqueras, Forn y 'los Jordis' seguirán en prisión provisional sin fianza». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582
- ↑ Rincón, Reyes (24 de novembro de 2017). «El Supremo acumula todas las causas contra el independentismo por rebelión». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582
- ↑ NacióDigital. «Jordi Cuixart: «Ens vam desgastar amb batusses estèrils i vull pensar que hem après la lliçó» | NacióDigital». www.naciodigital.cat (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ «Jordi Cuixart: "Avui al PSOE li fem nosa a la presó"». Ara.cat (em catalão). 30 de setembro de 2018. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ Redacció. «Jordi Cuixart, reelegit president d'Òmnium - 16 juny 2018». El Punt Avui (em catalão). Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ Altimira, Oriol Solé. «La estrategia de Cuixart ante el Supremo: "El juicio será una expresión de lucha por la democracia"». eldiario.es (em espanhol). Consultado em 12 de fevereiro de 2019