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José Cardona

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José Cardona
Informações pessoais
Nome completo José Enrique Gutiérrez Cardona
Data de nascimento 27 de fevereiro de 1939
Local de nascimento La Lima, Honduras
Data da morte 30 de janeiro de 2013 (73 anos)
Local da morte Évora, Honduras Honduras
Apelido La Coneja
Informações profissionais
Posição Atacante
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1954-1957
1957-1958
1958-1963
1963-1969
1969-1970
Honduras Hibueras
Portugal Lusitano de Évora
Espanha Elche CF
Espanha Atlético Madrid
HondurasReal España
000- 000(-)
0021 0(4)
0089 0(24)
00109 0(44)
Seleção nacional
1959-1970 Honduras Honduras 003 000(1)

José Enrique Gutiérrez Cardona (nascido a 27 de fevereiro de 1939 - falecido 30 de janeiro de 2013), conhecido no meio futebolístico como Cardona ou Coneja Cardona, foi um jogador de futebol hondurenho.[1]

Carreira profissional[editar | editar código-fonte]

José Cardona nasceu na cidade de La Lima, no noroeste das Honduras. Começou a jogar futebol no Hibueras local com o qual em 1957 foi Campeão das Honduras e melhor marcador. Um ano depois, foi transferido para o Lusitano de Évora, à época treinado pelo brasileiro Otto Bumbel, o qual já tinha sido selecionador da Honduras no início dos anos 50. Conhecedor do talento inato de "La Coneja", não hesitou em trazê-lo para a Europa juntamente com o seu compatriota médio centro Justo Willfredo Garcia. Quando chegou a Évora os seus companheiros do Lusitano acharam-no demasiado franzino e não o levaram muito a sério. Mas assim que tocou na bola viram o seu grande potencial. O Lusitano classificou-se nessa época no 7.º lugar com destaque para uma incrível goleada por 4-0 ao campeão de Portugal, Benfica, na qual Cardona marcou um dos golos e segundo os relatos da época destroçou totalmente a defesa benfiquista.[2]

Naturalmente não aguentou muito tempo em Portugal e na temporada seguinte de 1958/59 transfere-se para o Valencia CF mas uma vez que o clube "Che" tinha atingido o limite de jogadores estrangeiros, Cardona foi emprestado ao também levantino Elche, que um ano depois subiu à Primeira Liga de Espanha pela primeira vez na história. Estreou-se no dia 13 de setembro de 1959 contra o Oviedo, tendo permanecido por 5 temporadas e disputando 89 jogos, com 24 golos na primeira divisão.

Ainda voltando à época1959/60, Cardona foi o melhor marcador da segunda divisão espanhola com 22 golos (o mesmo número de golos apontados pelo melhor marcador da primeira divisão Alfredo Di Stéfano na mesma temporada).

Na época 1964/65 transferiu-se para a capital e para o Atlético de Madrid, que nessa temporada se classificou em segundo lugar no campeonato e venceu a Taça do Generalísimo (hoje Taça do Rei). Na final Cardona marcou inclusivamente o golo da vitória na final contra o Real Zaragoza. Na seguinte temporada, sagrou-se campeão de Espanha com o Atlético.

Ao serviço do Valencia CF, Cardona marcou o primeiro golo num jogo noturno realizado no Estádio Azteca, na Cidade do México, contra o Necaxa, a 5 de junho de 1966. O resultado foi de 3-1 a favor do Valencia.

Tornou-se ainda em 1966/67 o primeiro jogador hondurenho a jogar na Taça dos Campeões Europeus/Champions League. [3]

Seleção[editar | editar código-fonte]

Cardona foi internacional pelas Honduras, não se tendo classificado nunca para uma fase final do Campeonato do Mundo. Ficaram famosos os jogos em que representou o seu país na qualificação para o Campeonato do Mundo da FIFA de 1970.[4]

No dia 8 de junho de 1969, frente a El Salvador, na primeira mão da eliminatórias da CONCACAF para o México 70, Cardona após aproveitar uma bola na área, dá no último minuto a vitória à Honduras. Nesse momento, muito longe dali, uma jovem de nome Amelia Bolaños, de 18 anos, pega na pistola do pai e comete suicídio com um tiro no peito. Este caso é aproveitado por fanáticos para incendiar a eliminatória que resultaria numa guerra entre as Honduras e El Salvador. Na segunda mão, em El Salvador o jogadores hondurenhos foram constantemente acossados pela multidão em fúria, ficando aliviados por terem perdido uma vez que temiam pela própria vida. No jogo de desempate do play-off jogado na Cidade do México, no Estádio Azteca, El Salvador acabou por vencer a eliminatória e qualificar-se para o Mundial. Pouco depois do jogo os países romperam relações diplomáticas. Duas semanas depois estavam em estado de guerra, naquela que viriam a ficar conhecida como a Guerra do Futebol.[5] [6]

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

Retirou-se do futebol profissional no final da temporada 1968–69, quando já tinha disputado um total de 141 jogos na La Liga, com 44 golos apontados. Veio a falecer, aos 73 anos, em San Pedro Sula, Honduras, de ataque cardíaco.

Prémios e distinções[editar | editar código-fonte]

Clube[editar | editar código-fonte]

Elche

Atlético de Madrid

Referências

  1. Staff (30 de janeiro de 2013). «Muere una leyenda; José Enrique la "Coneja" Cardona» (em espanhol). El Tiempo (Honduras). Consultado em 31 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2013 
  2. A Bola - Jornal de todos os desportos, Ed. de 28 de outubro de 1957
  3. https://www.diez.hn/fotogalerias/atletico-de-madrid-117-anos-historia-jose-enrique-coneja-cardona-KLDZ1375348#image-6
  4. «Perfil de José Cardona» (em inglês). em torneios FIFA 
  5. https://www.bbc.com/news/world-latin-america-48673853
  6. VILLALOBOS SALAS, Cristóbal, Futebol e Fasciscmo, Altamares Ediciones C.B., ISBN 978-972-44-2468-2