Juma Xipaia
Juma Xipaia | |
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Nascimento | Juma Xipaia de Carvalho 1991 Tukamã |
Cidadania | Brasil |
Alma mater | |
Ocupação | ativista |
Juma Xipaia de Carvalho[1] (Rio Iriri, 1991) é uma ambientalista e liderança indígena do povo Xipaya. É a primeira mulher a se tornar cacique no Médio Xingu, liderando a aldeia Tukamã.[2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu em 1991 na aldeia Tukamã, uma pequena comunidade Xipaia à beira do Rio Iriri, a cerca de 400 quilômetros a oeste de Altamira. Ainda adolescente já se envolveu no ativismo, atráves da resistência à construção de Belo Monte: juntando-se ao crescente movimento Xingu Forever, que lutava pelos direitos dos indígenas impactados pela usina.
Em 2015, aos 24 anos, foi a primeira mulher a se tornar cacique no Médio Xingu, liderando a aldeia Tukamã. Ela defende a igualdade de gênero, a autonomia dos povos indígenas e desempenha um papel importante contra a cooptação e corrupção de lideranças e povos indígenas. Juma dedica mais de 14 anos ao Movimento Indígena.[3][4]
Diante das ameaças recebidas, o cacique Raoni pediu a todos que amam a Amazônia para proteger Juma Xipaia, pois ela é uma corajosa defensora da floresta. Juma já sofreu seis atentados contra sua vida e teve que deixar o Brasil uma vez devido a ameaças. Passou um ano na Suíça e, durante o exílio, foi a primeira pessoa Xipaya a falar na sede da ONU. Agora, ela está de volta à Amazônia e fundou o Instituto Juma, que luta pela preservação ambiental e dos direitos indigenas.
Discursou na COP26, junto a maior delegação indigena da história da conferência.[5] No terceiro governo Lula, e no Ministério dos Povos Indígenas, liderado pela ministra Sonia Guajajara, Juma foi anunciada como secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas.[6][7]
Além disso, ela também é estudante de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA).[2]
Em 11 de março de 2011, cerca de 250 pescadores do estado do Pará, dos municípios de de Porto Moz, Senador José Porfírio, Vitória do Xingu e Altamira, posicionaram-se contra a construção da barragem da Hidroelétrica de Belo Monte. A ação, organizadas pelos pescadores e pescadoras, foi intitulada A Grande Pescaria: em defesa do Rio Xingu contra Belo Monte[8]. Pressentindo a ameaça contra o seu ecossistema, um grupo de seis mulheres pescadoras e indígenas, dentre elas, Juma Xipaia, tiveram uma ideia para dar visibilidade às pescadoras e pescadores, como protetoras e protetores do rio, e ao rio como fonte de vidas. Ficou-se decidido, então, sobre a ausência dos pescadores de "todos os processos de implantação de Belo Monte".[8]
Em 14 de novembro de 2023, foi empossada na cadeira 49 da Academia Brasileira de Cultura (ABC), cujo patrono é o ativista Marçal de Souza Tupã-Y, tornando-se juntamente com a então Ministra dos Povos Indígenas - Sonia Guajajara, as primeiras mulheres indígenas a ocuparem as cadeiras vitalícias da entidade.[9]
Barbosa, A. L. S. . (2021). Pescaria Subversiva: um ato de comunicar a r-e-xistência dos povos e comunidades tradicionais do rio Xingu . REVISTA POIÉSIS, 22(37), 151-164.
Referências
- ↑ «Câmara dos Deputados - Comissões». www.camara.leg.br. Consultado em 19 de julho de 2023
- ↑ a b «Sobre – Instituto Juma». Consultado em 19 de abril de 2023
- ↑ Bartaburu, Xavier (21 de julho de 2020). «Juma Xipaya, indígena e ativista: "Não quero ser a próxima Dorothy Stang"». Notícias ambientais. Consultado em 19 de abril de 2023
- ↑ «Juma Xipaia e luta pelos direitos dos indígenas impactados por Belo Monte». Elástica – Todos do mesmo lado. Consultado em 19 de abril de 2023
- ↑ Nádia Pontes (11 de novembro de 2021). «Txai Suruí, Juma Xipaia, Alessandra Munduruku: quem são as indígenas que se destacaram na COP26». Brasil de Fato (após Deutsche Welle). Consultado em 19 de abril de 2023
- ↑ «Cacique do Pará que denunciou invasão de garimpeiros assume secretaria no Ministério dos Povos Indígenas». G1. Consultado em 19 de abril de 2023
- ↑ «Juma Xipaia — Ministério dos Povos Indígenas». www.gov.br. Consultado em 19 de abril de 2023
- ↑ a b Barbosa, Ana Laide Soares (1 de janeiro de 2021). «Pescaria Subversiva: um ato de comunicar a r-e-xistência dos povos e comunidades tradicionais do rio Xingu». REVISTA POIÉSIS (37): 151–164. ISSN 2177-8566. doi:10.22409/poiesis.v22i37.47257. Consultado em 30 de agosto de 2023
- ↑ «Guajajara e secretária do MPI passam a ser membras da Academia Brasileira de Cultura». Agência Gov. Consultado em 28 de agosto de 2024