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Léo Dexheimer

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Léo Barcellos Dexheimer (Porto Alegre, 1935) é um professor, publicitário e artista plástico brasileiro.

Iniciou seus estudos artísticos trabalhando com litografia sob a orientação de Marcelo Grassmann, em seguida cursando gravura em metal com Iberê Camargo no Clube de Gravura de Porto Alegre. Formou-se em pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1960.[1]

Durante seus estudos universitários foi um dos fundadores do Grupo Bode Preto, que propunha um distanciamento do formalismo acadêmico. De acordo com o historiador Carlos Scarinci, o grupo abriu um importante espaço para a livre pesquisa estética dentro daquela instituição que era então fortemente conservadora. Nesta época também colaborou com ilustrações para a revista literária de vanguarda Quixote.[2]

Em 1961 publicou em conjunto com Waldeni Elias o álbum de xilogravuras São Miguel das Missões. De 1963 a 1965, e novamente de 1988 a 1991, lecionou desenho e artes gráficas na Universidade de Brasília. A partir de 1966 passou a atuar em publicidade e produção gráfica, trabalhou na diagramação de jornais em Porto Alegre, e lecionou pintura, desenho e gravura em escolas de Novo Hamburgo e Cachoeira do Sul.[1] Na década de 1970 trabalhou em pintura com materiais pouco usuais[3] e foi um dos responsáveis pela pintura decorativa do forro do Theatro São Pedro.[4] Em anos recentes se dedicou principalmente à gravura em metal e litogravura.[3]

Os pesquisadores Oliveira & Ferreira o chamaram de artista renomado,[5] para os pesquisadores Stori & Sanchez ele é um dos artistas "que colaboraram para a afirmação da xilogravura como um elemento expressivo nas artes visuais do Rio Grande do Sul e brasileira",[6] e segundo o curador Renato Rosa, que organizou uma retrospectiva no Museu de Arte do Rio Grande do Sul em 2017,[7] seu lugar na arte contemporânea do estado está garantido,[3] acrescentandoː

"A arte de Léo Dexheimer distribuiu-se ao longo dos últimos sessenta anos entre o desenho e a pintura, somando-se à sua trajetória, técnicas gráficas como a xilogravura, gravura em metal e a litogravura. Artista pioneiro no estado no emprego sutil da encáustica, da serigrafia e do air brushing; [...] A arte de Léo Dexheimer, ao mesmo tempo que é um somatório de alta precisão técnica e experimental, mostra-se como uma arte de silêncios que conduz à reflexão; uma arte camerística, pouco sinfônica e sem proposições de arroubos".[3]

Também aproximou-se do ativismo político-cultural, atuando nas assembleias e passeatas dos ativistas ligados ao Teatro de Equipe e participando do Comitê dos Artistas e Intelectuais Pró-Legalidade, em 1961, criando cartazes e faixas de apoio à resistência. Essa forma de atuação era também uma das bandeiras do grupo Bode Preto.[8]

Tem obras em coleções privadas, na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul,[3] no Museu de Arte de Santa Maria[9] e no acervo da Universidade de Brasília.[5]

Algumas exposições

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Participou de muitos salões e exposições coletivas e individuais em diversas cidades do Brasil e exterior,[3] entre elasː

  • Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre (1958, Porto Alegre — recebeu o Primeiro Prêmio)[3]
  • 23º Salão Paranaense de Belas Artes (1966, Curitiba)[10]
  • 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas (1968, Rio)[10]
  • Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul (1983)[10]
  • Gravura no Rio Grande do Sul: atualidade (1986, Solar Grandjean de Montigny, Rio)̈[11]
  • Grabados & Grabadores (1992, Casa de Cultura de América Latina, Brasília)[5]
  • Investigações. A Gravura Brasileira (2000)[10]
  • Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas (2002)[10]
  • Léo Dexheimer: Anotações à margem de uma obra (2017, MARGS, Porto Alegre, retrospectiva)[3]

Referências

  1. a b "Leo Dexheimer". Iŋː Enciclopédia Itaú Cultural,2023
  2. Biasoli, Vitor. Grupo Quixote: história e produção poética. EDIPUCRS, 1994, pp. 58-59
  3. a b c d e f g h "Léo Dexheimer: Anotações à margem de uma obra". Museu de Arte do Rio Grande do Sul, out/2017
  4. "Patrimônio: quatro mil pessoas já participaram do Caminhos da Matriz". Sul 21, 09/10/2011
  5. a b c Oliveira, Emerson Dionisio Gomes de & Ferreira, Anelise Weingartner. "A construção de um acervo: princípios e estratégias de classificação". Iŋː Patrimônio e Memória, 2012; 9 (1)ː 96-112
  6. Stori, Norberto & Sanchez, Petra Sanchez. "A arte da xilogravura no Rio Grande do Sul e sua afirmação como linguagem artística no período da década de 1940 a 1970". Inː Simpósio 4ː Compartilhamentos na gravura: redes e conexões — Anais do 24º Encontro Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas. Santa Maria, 2015
  7. Chaves, Ricardo. "Exposição Léo Dexheimer: Anotações à Margem de uma Obra está em cartaz no Margs". Zero Hora, 26/10/2017
  8. Paim, Lorena. "Todas as tonalidade políticas se uniram em torno de uma causa". Sul 21, 23/07/2011
  9. "Museu de Arte de Santa Maria é reinaugurado e apresenta exposição de gravuras até final de abril". Prefeitura de Santa Maria, 05/04/2017
  10. a b c d e "Exposições Leo Dexheimer". Itaú Cultural
  11. "A Gravura no Rio Grande do Sul: Atualidade". PUC-Rio, 2023