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Língua cázara

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A língua cázara também conhecida como cázaro ou cazare, foi uma língua falada pelos cazares, um povo turcomano semi-nómada originário da Ásia Central.[1] Há alguns registos da língua cázara e é considerada extinta. O cázaro era uma língua turcomana; porém, não há consenso entre os académicos acerca de qual ramo das línguas turcomanas é ao que pertence. Uma hipótese acredita que pertence à rama Ogur, enquanto outros acham que pertence à rama Oguz.[2]

Classificação

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Inscrição cazare no alfabeto de Orkhon a rezar OKHQURÜM, "Eu li (isto)".

Não foi determinado se refere-se a uma tribo turcomana específica, ou se tinha uma origem mais política e geográfica mais do que etnolinguística.[3] O reino cázaro era políglota e multicultural, com línguas iranianas, fínicas, úgricas, eslavas e caucásicas setentrionais.[3] De acordo com informação antropológica, foi governado por mongolóides asiáticos (turcomanos,[4] com alguns elementos europeus somáticos).[3][5] As tribos turcomanas provavelmente falavam várias línguas túrquicas.[3] Os estudiosos consideraram a possibilidade do termo cazare denotar um ou até vários línguas; embora, as fontes não podem determinar a área do seu uso.[3]

As crónicas daquele tempo são inconclusivas acerca da filiação linguística deste idioma. Almaçudi classificou os cazares dentro dos tipos de turcomanos, e referiu que eram chamados Sabir em túrquico e Xazar em persa.[3][6]  Al-Biruni, enquanto falva acerca dos Búlgaros do Volga e o sabires, disse que a língua destes últimos era "uma mistura da túrquico e cázaro".[3][5] Mocadaci descreveu a língua cázara como "muito incompreensível".[3][7]

Comparado com a uniformidade do Túrquico Comum, tendo Abu Ixaque mencionou "como os Turcos, todos eles, desde o oguzes toquz, os quirguizes, os quimeques, os oguzes, os carlucos, a sua língua é uma. Eles entendem-se uns aos outros; mesmo se o cázaro pertencesse ou fosse similar às línguas Ogur-Bulgáricas, era diferenciado".[3]

A informação linguística consiste de títulos cazares (Beg, Bolušči, Ishad, Il-teber/El-teber, Qağan, Kündü Qağan, Jâwšîġr, Tarxan, Tudun, Yabgu, Yilig/Yelig), antropónimos (Itaq), e topónimos (Sarkel/Šarkil, Sarığšın/Sarığčın), a maioria de origem turcomana.[3][5] As interpretações não indicam se é Túrquico Comum ou Ogur.[3]

Referências

  1. Tucker, Jonathan (28 de fevereiro de 2015). The Silk Road - Central Asia: A Travel Companion (em inglês). [S.l.]: I.B.Tauris. ISBN 9781780769257. Consultado em 29 de novembro de 2016 
  2. Sinor, Denis (1 de março de 1990). The Cambridge History of Early Inner Asia (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9780521243049. Consultado em 29 de novembro de 2016 
  3. a b c d e f g h i j k GOLDEN, Peter B.; HRIBAN, Cătălin. Studies on the Peoples and Cultures of the Eurasian Steppes. Ed. Acad. Române, 2011.
  4. Golden, Peter B. (14 de janeiro de 2011). Central Asia in World History (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 9780199722037. Consultado em 29 de novembro de 2016 
  5. a b c GOLDEN, Peter B. An introduction to the history of the Turkic peoples. Ethnogenesis and state-formation in Medieval and Early Modern Eurasia and the Middle East, 1992, p. 127-36.
  6. Shboul, Ahmad M. H. (1 de janeiro de 1979). Al-Masʹūdī & his world: a Muslim humanist and his interest in non-Muslims (em inglês). [S.l.]: Ithaca Press. ISBN 9780903729345. Consultado em 29 de novembro de 2016 
  7. Turkic Languages (em inglês). [S.l.]: Harrassowitz Verlag. 1 de janeiro de 2004. Consultado em 29 de novembro de 2016