Língua piceno meridional
Piceno meridional (Sabéllico antigo) | ||
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Falado(a) em: | Piceno | |
Região: | Marcas, Itália | |
Total de falantes: | extinta 4º século a.C.. | |
Família: | Indo-europeia Itálica osco-úmbricas|Osco-úmbrica Piceno meridional (Sabéllico antigo) | |
Escrita: | Picenas | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
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ISO 639-2: | --- | |
ISO 639-3: | spx
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O Piceno é uma língua Itálica já extinta da subfamília das osco-úmbricas. Essa classificação como Osco-úmbrica dada por SIL International é controversa, pois a língua já foi considerada como paralela às Osco-úmbricas e também à língua umbra como Sabéllicas, ou ainda num nível mais alto como paralela às sabélicas dentro das línguas itálicas. Parece não ter relação com a ainda não decifrada língua piceno setentrional. Os textos do Piceno meridional eram antigamente inescrutáveis, embora algumas palavras fossem claramente Indo-europeias. A descoberta em 1983 de que dois aparentemente redundantes sinais de pontuação eram realmente letras simplificada levou a um incremento e melhoria no entendimento da escrita e por fim à primeira tradução em 1985. Ainda há, porém, muitas dificuldades.
Corpus
[editar | editar código-fonte]O corpus das inscrições Picenas meridionais consiste em 23 inscrições em pedra ou bronze que datam desde o século VI aC até o século IV aC. As datas são estimadas de acordo com as características das letras e, em alguns casos, o contexto arqueológico. Como a história dos Picenos não começa até a sua subjugação pelo Império Romano no século III, as inscrições abrem uma janela anterior para a sua cultura até o Reino de Roma. A maioria são estelas ou cipós de arenito ou calcário em condições inteiras ou fragmentadas esculpidas para contextos funerários e algumas são estátuas monumentais.
Em uma lápide típica há representação do rosto ou da figura da pessoa que morreu com a inscrição em uma espiral em torno ou abaixo da imagem para seler em sentido horário ou ele lendo no sentido horário, vertical ou bustrofédon.[1] Pedras assim forma encontradas em Ascoli Piceno, Chieti, Teramo, Fano, Loro Piceno, Cures, Abruzos entre os rios Tronto e o Aterno-Pescara, também em Casteldieri e Crecchio ao sul de Aterno-Pescara.[2] A esses são adicionadas inscrições sobre uma pulseira de bronze no centro de Abruzos e dois capacetes do século IV aC em Bolonha no vale do rio Pó e Bari na costa sudeste.[3]
O inventário completo é como segue:[4]
- Cipo deCastignano (Pirâmide de arenito séc. VI a.C)
- Três estelas de Penna Sant'Andrea em Teramo (um Obelisco de calcário completo e dois fragmentados – 1ª metade do séc. V a.C.)
- Tampa de Píxide de Campovalano (sécs VII ou VII a.C.)
- Bracelete espiral de Chietino em Valle del Pescara (séc V a.C.)
- Cipo de Cures (calcário)
- Estela de Loro Piceno (arenito)
- Estela de Mogliano (arenito)
- Estela de Acquaviva
- Estela de Belmonte (arenito)
- Cipo deFalerone
- Estela de Servigliano (arenito)
- Fragmento de arenito com inscrições Belmonte
- Cipo deSant'Omero (arenito)
- two stelai of Bellante (arenito)
- Estela de Crecchio (arenito)
- Dois cipos de Casteldieri (calcário, inteiro e fragmentado)
- Estátua de Capestrano (calcário, representação tamanho real do rei Nevio Pompuledio, 2ª metade séc. VI, 1ª metade séc. VI a.C)
- Capacete de de Bologna (bronze)
- Capacete Apulia
Alfabeto
[editar | editar código-fonte]O alfabeto Piceno Meridional, conhecido a partir do século VI aC, é mais parecido com o alfabeto etrusco meridional ao usar q parar /k/ e k para /g/. É assim:
- a b g d e v h i í k l m n o p q r s t u ú f *
. é um o reduzido e : é um 8 reduzido usado para /f/.[5]
Fonologia
[editar | editar código-fonte]Consoantes:[6]
Plosivas tênues | /p/, /t/, /k/ | representada por | p, t, k q |
representada por | /b/, /d/, /ɡ/ | representada por | b, d, k |
Fricativas | /f/, /s/, /h/ | representada por | :, s, h |
Líquidas | /l/, /r/ | representada por | l, r |
Oclusivas nasais | /m/, /n/ | representada por | m, n |
Semivogal | /w/, /i/ | representada por | v u ú, i |
Nos casos em que existe uma escolha de grafema, o contexto determina qual deles se aplica. Para as semivogais, v e u foram usados para início de palavra / w / e u para intervocálica / w / ou em outros contextos especiais. A lista acima omite contextos especiais
Amostra de texto
[editar | editar código-fonte]A inscrição Sp TE 2 em uma lápide de Bellante foi estudada por um linguista de “estudos indo-europeus”, Calvert Watkins, como exemplo da poesia itálica mais antiga e possivelmente um reflexo de uma forma poética Proto-Indo-Europeia.[1] Na inscrição dada abaixo, os dois pontos são usados para separar as palavras; Na inscrição original, são usados três pontos verticais ("o interpontos triplo").
- postin : viam : videtas : tetis : tokam : alies : esmen : vepses : vepeten
- "Along Na estrada, você vê a "toga" de Titus Alius? enterrado? Neste túmulo."[7]
A tradução dos itens questionados não está clara. para toga Fortson sugere "cobertura."
Veja-se a aliteração: viam e videtas; tetis e tokam; alies e esmen; vepses e vepeten. A possibilidade de esta e das outras inscrições serem partes de estrofes de versos foi considerada a partir do momento da sua descoberta. Watkins chamou-os de "a história do Picene do Sul", que ele define como três linhas de sete sílabas, comparando-as a uma história do Rig Veda contendo três linhas de oito sílabas cada uma.[8] Além disso, cada linha termina "em um trissílabo." As linhas dessa inscrição são:
- postin viam videtas
- tetis tokam alies
- esmen vepses vepeten
A primeira linha seria silabificada e lida:
- po-stin vi-am vi-de-tas
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b Watkins 1996, p. 131
- ↑ Salmon, Edward Togo (1988). «The Iron Age: the Peoples of Italy». In: Boardman, John; Hammond, NGL; Lewis, DM; et al. The Cambridge Ancient History. Volume IV: Persia, Greece and the Western Mediterranean c.525–479 BC. Cambridge; New York: Cambridge University Press. p. 697
- ↑ Stuart-Smith 2004, p. 65
- ↑ Calvelli, Alberto. «Lingua e Scrittura». I Piceni (em italiano). antiqui
- ↑ Stuart-Smith 2004, p. 66
- ↑ Stuart-Smith 2004, p. 69
- ↑ Fortson, Benjamin W (2010). Indo-European Language and Culture: An Introduction. Col: Blackwell textbooks in linguistics, 19 2nd ed. Chichester, U.K.; Malden, MA: Wiley-Blackwell. p. 301
- ↑ Watkins 1996, p. 132
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Stuart-Smith, Jane (2004). Phonetics and philology: sound change in Italic. Oxford: Oxford University Press
- Watkins, Calvert (1996). How to Kill a Dragon: Aspects of Indo-European Poetics. New York; Oxford: Oxford University Press