Labibe Elias Abduch
Labibe Elias Abduch | |
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Nascimento | 1899 Síria |
Morte | 1 de abril de 1964 (64–65 anos) Rio de Janeiro |
Cidadania | Síria |
Progenitores |
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Ocupação | dona de casa |
Labibe Elias Abduch (Síria, 1899 - Rio de Janeiro, Brasil, 1º de Abril de 1964) era dona de casa, casada com Jorge Nicolau Abduch, com quem teve três filhos.[1] Labibe foi uma das primeiras vítimas da Ditadura Militar.[2] Morreu com 65 anos nas dependências do Hospital Souza Aguiar em decorrência de um tiro[3] levado no primeiro dia do Golpe Militar, durante uma manifestação no bairro da Cinelândia, Rio de Janeiro.[4] Durante a manifestação, Labibe e Ari de Oliveira Mendes Cunha foram mortos e outras dez pessoas ficaram feridas.[5]
É um dos casos investigados pela Comissão da Verdade, que apura mortes e desaparecimentos na Ditadura Militar Brasileira.[4]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Labibe Elias Abduch nasceu na Síria, em 1899, filha de Helena Elias Carneiro e João Carneiro,[3] e foi criada no Brasil, na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul.[carece de fontes] Em 1915, Labibe casou-se com Jorge Nicolau Abduch,[carece de fontes] com quem teve três filhos.[3]
Circunstâncias da Morte
[editar | editar código-fonte]Em 1964, Labibe Abduch estava no Rio de Janeiro quando soube do Golpe Militar, no dia 1º de abril de 1964.[3] No dia, Labibe se dirigiu ao centro da cidade à procura de informações sobre o movimento militar no Rio Grande do Sul, onde um de seus filhos se encontrava.[3]
Labibe andava na Cinelândia quando foi atingida por uma bala, disparada de uma arma de fogo, em frente ao Clube Militar, no centro do Rio de Janeiro.[3]
Segundo a edição de 10 de abril de 1964 da revista O Cruzeiro, ocorria uma manifestação contra o golpe, em frente ao Clube Militar.[6] Na publicação, detalhou-se o ocorrido: “14 horas. É o sangue. A multidão tenta mais uma vez invadir e depredar o Clube Militar. Um carro da PM posta-se diante do Clube. O povo presente vaia os soldados. Mais tarde, choque do Exército […] dispersam os agitadores, que voltam à recarga, pouco depois. Repelidos a bala, deixam em campo, feridos, vários manifestantes: entre eles Labibe [...][6]"
Labibe deu entrada no Hospital Souza Aguiar na tarde do dia 1º de Abril de 64.[3] Labibe, assim como Ari de Oliveira Mendes Cunha,[7] morreu por volta das 22 horas no pronto-socorro do hospital.
O corpo de Labibe deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) no dia seguinte, em 2 de abril de 1964, de onde foi retirado pela família para sepultamento.[8] Os restos mortais de Labibe Elias Abduch foram enterrados no cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro.[3]
Investigação
[editar | editar código-fonte]Segundo a Comissão da Verdade, que apura mortes e desaparecimentos na Ditadura Militar Brasileira, a causa da morte de Labibe Elias Abduch - registrada em sua certidão de óbito - consta que Labibe morreu em decorrência de “ferimento transfixante do tórax, por projétil de arma de fogo, hemorragia interna”,[3] averiguada pelo legista Nelson Caparelli.[8]
Em 7 de Agosto de 1997, A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos (CEMDP) desconsiderou o pedido, feito pela família de Labibe, de inserção do caso na lista de mortes em decorrência da Ditadura Militar.[3] O argumento da Comissão foi de que não havia comprovação de participação,ou acusação de participação em atividades políticas.[3]
Em 1 de junho de 2004, foi promulgada a Lei nº 10.875/2004, que aumentou a extensão da responsabilidade do Estado em episódios como o de Labibe.[3] Assim, a determinação passou a considerar o governo como responsável de “quem tenha falecido em virtude de repressão policial sofrida em manifestação pública ou em conflitos armados com agentes do poder público”.[3]
Dessa forma, Labibe passou a fazer parte de lista de 434 vítimas da repressão no período.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Jornal GGN». Consultado em 8 de novembro de 2019
- ↑ a b «Mídia Cidadã». Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ a b c d e f g h i j k l m «Memórias da Ditadura». Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ a b «Memórias da Ditadura». Consultado em 8 de novembro de 2019
- ↑ «Pedro e os lobos: os anos de chumbo na trajetória de um guerrilheiro urbano». Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ a b «Jornal GGN». Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ «Memórias da Ditadura». Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ a b «Luta, Substantivo Feminino». Consultado em 20 de novembro de 2019