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Lascamento

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O termo lascamento é usado pelos arqueólogos, em relação às indústrias líticas (quer pré-históricas ou não), para designar uma operação de talhe lítico consistente no fracionamento intencional da matéria prima. [1] Alguns autores [2] usam o termo "lascamento" como sinônimo de "debitagem", enquanto outros autores distinguem a "façonnage", a "debitagem" e o "retoque" como lascamentos específicos, ou seja, métodos que caracterizam ações precisas de lascamento.[1] Tais autores diferenciam a façonnage, na qual as lascas são descartadas, enquanto na debitagem, as lascas se tornam o objetivo principal do lascamento.[1]

A façonnage está relacionada com a redução, em etapas sucessivas, de um bloco de matéria-prima visando a obtenção de um instrumento ou de uma matriz cujos bordos serão, em um segundo momento, organizados para obter vários instrumentos".[3]. Na façonnage, as lascas são, portanto, subprodutos da redução da matéria prima até uma forma pré-estabelecida.[1]

A debitagem retira lascas (flocos, lâminas ou lamelas) de um bloco de material chamado núcleo[4]. As lascas são aqui os produtos desejados e o núcleo é um subproduto. Um dos primeiros métodos de debitagem para obter fragmentos de tamanho predeterminado é a técnica Levallois.

O termo "retoque" caracteriza os lascamentos, por percussão ou por pressão, visando criar ou terminar um instrumento lítico. O retoque altera um suporte, seja ele natural ou um produto de debitagem, o qual possuirá características morfológicas negativas das retiradas.[1]

Referências

  1. a b c d e «Cópia arquivada». Consultado em 1 de novembro de 2010. Arquivado do original em 4 de março de 2016 
  2. e.g. p. 65-66 de VILHENA VIALOU, Águeda. Tecno-tipologia das indústrias líticas do Sítio Almeida em seu quadro natural arqueo-etnológico e regional. In: Pré-História: Revista do Cinqüentenário - Instituto de Pré-História da Universidade de São Paulo. São Paulo: USP, 1980.
  3. p. 94 de MELLO, Paulo Jobim de Campos. Análise de Sistemas de Produção e da Variabilidade Tecnofuncional de Instrumentos Retocados. Tese de Doutorado. Porto Alegre, PUCRS, 2005.
  4. Inizan, M-L., Reduron-Ballinger, M., Roche, H. et Tixier, J. (1995) - Préhistoire de la Pierre Taillée - t. 4 : Technologie de la pierre taillée, Meudon, CREP, 199 p.