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Laura de Vison

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Laura de Vison
(Norberto Chucri David)[1]
Laura de Vison
Nascimento 7 de setembro de 1939
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileira
Morte 8 de julho de 2007 (67 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Ocupação Atriz-transformista, professora de história[2]

Laura de Vison, nascida Norberto Chucri David (Rio de Janeiro, 7 de setembro de 1939 — Rio de Janeiro, 8 de julho de 2007), foi uma professora, atriz e transformista brasileira.[3][nota 1]

Como atriz, por sua atuação em Os Bigodes da Aranha,[4] em 1991, foi agraciada com a Medalha de Ouro no Festival du Court-Métrage de Bruxelles, Bélgica. Recebeu ainda o Candango de Ouro, em Brasília, e o Sol de Prata, no Fest Rio, na categoria de melhor ator em Mamãe Parabólica.[5]

Primeiros anos

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Laura nasceu Norberto Chucri David no bairro carioca do Engenho de Dentro, filho de pais libaneses que comercializavam tecidos com a ajuda dos cinco filhos.[1]

Considerada a musa do underground carioca, Laura fez muito sucesso nas décadas de 1970, 80 e 90 como transformista.[1] Seu nome artístico surgiu ainda na década de 60 quando desfilava de biquíni e casaco de pele no Carnaval carioca.[1] O personagem em si surgiu em 1981, quando resolveu parar de estudar teatro tradicional.[2] Laura concluíu que este tipo de encenação era muito parada e, então, teve a ideia de se vestir de mulher para provocar as pessoas.[2]

Na década de 1970, foi presa por homofobia, segundo ela “simplesmente por ser gay”. Ficou dez dias em uma cela que lhe rendeu uma grande experiência de vida.

Até recentemente, Laura fazia shows na cena LGBT carioca e suas aparições eram sempre muito festejadas. Um de seus principais palcos foi o bar Boêmio, no Centro do Rio de Janeiro,[1] onde atuava como stand-up comedian, narrando suas dificuldades, amores perdidos e maiores alegrias.[3] Ali, era aplaudida por turistas, antropólogos, sociólogos, atores, cantores e personalidades internacionais, como o estilista Jean Paul Gaultier.[2] Quando soube que Laura lecionava história e moral e cívica, Gaultier, pasmo, declarou à imprensa: "Interessante essa faceta dupla, isso não seria permitido pela moral francesa".[1]

Após 18 anos, como professor no Colégio Cenecista Capitão Lemos Cunha, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, perdeu o emprego porque respondeu às perguntas dos alunos sobre a transmissão sexual da AIDS e por admitir ser homossexual.[2]

Muito profissional, em O fantasma da ópera chegou a comer o cérebro do fantasma: dois miolos crus, com quase 300 gramas. Laura de Vison geralmente era comparada a drag queen americana Divine, atriz preferida do diretor John Waters (Pink Flamingos, 1972) por suas performances bizarras e incomuns.

Ano Título Papel Ref.
2005 Laura, Laura Ela mesma [6]
2004 Cazuza - O Tempo Não Pára Transformistas da boate [7][8]
2004 Francamente... [9]
2001 Memórias Póstumas
1989 Mamãe Parabólica Madame [10][5][9]
1987 No Rio Vale Tudo
1986 Na Calada da Noite [8]
1985 Brás Cubas [8]
1985 Noite
Ano Título Papel Ref.
1999 Você Decide Laura episódio: Ninguém é perfeito
1994 Incidente em Antares Soprano [7]
1991 Os Bigodes da Aranha
1991 O Fantasma da Ópera (Minissérie)
Ano Título Gênero Ref.
2004 Dei a Elza em Você Cômico [11][7]

Formação e profissão

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Laura estudou na Faculdade Nacional de Filosofia e licenciou-se em filosofia, psicologia e história.[1] Como Norberto, viveu profissionalmente como professora de História em escolas públicas e particulares do Rio de Janeiro.[1] Como tal, usava paletó e gravata, diariamente, mas não era sempre convencional: certa vez, chegou a se travestir de Cleópatra para explicar a História do Egito.[1][2]

A aposentadoria como professora veio em 1996.[2]

Faleceu no dia 9 de julho de 2007 em virtude de insuficiência cardiorrespiratória decorrente de complicações de uma cirurgia para tratamento de problemas de hérnia.[1] O enterro aconteceu no dia posterior, às 14h, no cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro.[1] Seu último trabalho foi a peça teatral Dei a Elza em você, em 2006. No espetáculo, três drag-queens decadentes decidem montar um show com rapazes musculosos.[11]

Antes de morrer, Laura estava pesando 150 quilos[2] e morava em um dúplex no coração do bairro da Glória, onde mantinha sua coleção de quase cem vestidos, os quais iam do tradicional a trajes mais ousados, como babydolls e espartilhos, além de 40 perucas coloridas, 50 sapatos e botas, chapéus e muita pluma.[1]

Notas

  1. Laura se descrevia como artista drag queen-travesti-transformista.[2]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l Da redação (10 de junho de 2007). «Morre o transformista Laura de Vison». Jornal "O Globo". Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  2. a b c d e f g h i Ronald Villar (6 de junho de 1997). «Laura de Vison quer provocar o público de "Babel"». Ilustrada — Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de fevereiro de 2014 
  3. a b Ronald Villardo (9 de junho de 1997). «Laura de Vison choca e diverte». Ilustraa — Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de fevereiro de 2014 
  4. Da redação (1991). Teatro: Os Bigodes da Aranha. [S.l.]: Revista Veja (ed. Abril). pp. Edições 45—51 
  5. a b Antônio L.S. Neto. «Dicionário de Fotógrafos do Cinema Brasileiros» (PDF). Imprensa Oficial. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  6. Christian Peterman (19 de novembro de 2006). «14º Mix Brasil termina hoje com festa e premiação». Folha de S.Paulo — Acontece. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  7. a b c Da redação (10 de julho de 2007). «Leitor lembra carreira do transformista Laura de Vison». Jornal O Globo. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  8. a b c Adm. do sítio (2005). «Cazuza: o tempo não para». Cinemateca Brasileira. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  9. a b Adm. do sítio (2012). «Francamente...». PortaCurtas. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  10. Adm. do CTAV (27 de agosto de 2008). «Cineclube LGBT – Laura de Vison». CTAV — Ministério da Cultura 
  11. a b Da redação (10 de janeiro de 2007). «Peça "Dei a Elza em Você" volta ao Rio de Janeiro». A Capa. Consultado em 2 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 19 de fevereiro de 2014 

Ligações externas

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