Letramento crítico
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O Letramento Crítico (LC) é compreendido como o uso social de leitura e escrita que propõe o questionamento de estruturas hegemônicas e relações de poder dominantes na sociedade. É possível dizer que o LC se debruça sobre o processo de construção de autonomia dos indivíduos leitores/escritores e almeja, sobretudo, a emancipação sócio-política dos sujeitos através das atividades de leitura e escrita.
Letramento Crítico, segundo Lankshear e McLaren (1993),[1] são as formas com as quais concepções e práticas sociais de leitura e escrita reais e possíveis capacitam sujeitos a engajar-se em e entender políticas da vida cotidiana na procura por uma ordem social mais verdadeiramente democrática. Conforme Baptista,[2] a perspectiva do LC sugere a avaliação dos discursos socialmente produzidos, a contextualização dos sentidos e a mobilização dos indivíduos para realizarem escolhas.
Letramentos e Letramento Crítico
[editar | editar código-fonte]Dentro do campo de letramentos, especialmente a partir da década de 90, outros estudos da área têm despontado, como, por exemplo: letramento digital, letramento de sobrevivência, letramento de reexistência, letramento científico, letramento escolar, etc. Dentre os novos estudos sobre letramento(s), surge a concepção de Letramento Crítico. Esse conceito coaduna, dentro da área de estudos linguísticos, com a vertente mais recente da Linguística Aplicada, denominada Linguística Aplicada Crítica (LAC). A LAC busca, segundo Moita Lopes e Fabrício,[3] estudar as relações existentes entre a linguagem e a vida social, se propondo a abrir mão de convicções epistemológicas na busca pelo enfrentamento de diversos acasos que compõem a vida social, tendo como prioridade discutir problemas sociais sob o ponto de vista de sujeitos sociais que são, de alguma forma, marginalizados, tais como: indígenas, comunidade LGBTQIAP+, mulheres, negros, refugiados, etc.
Logo, sabendo que os letramentos se associam à vida social, à interação entre pessoas, às disputas hegemônicas e às questões ideológicas,[4] dentro da noção de letramentos diversos habita, consequentemente, uma preocupação com práticas de letramentos que visem à diversidade cultural, à mudança social, à igualdade econômica e à emancipação política.[5] Nesse sentido, o Letramento Crítico (LC) irrompe com o intuito de empoderar os indivíduos, equipando-os com um aparato analítico-crítico para ajudá-los a refletir sobre práticas e experiências com a linguagem, as suas próprias e as dos outros, em instituições das quais fazem parte e na sociedade em que vivem como um todo.[5]
Tilio [5] ressalta a preocupação existente com práticas de letramentos que visem à diversidade cultural, à mudança social, à igualdade econômica e à emancipação política. Além disso, Zoghbi [6] destaca a importância de se contemplar as perspectivas de classes desfavorecidas, questionando as naturalizações impostas por entidades sócio-historicamente dominantes.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ LANKSHEAR, C. &McLAREN, P. (Eds.). Critical Literacy: politics, praxis, and the postmodern. NY: State University of New York, 1993.
- ↑ BAPTISTA, Lívia Marcia Tiba Rábis. Traçando caminhos: letramento, letramento crítico e ensino de espanhol. In: BARROS, Cristiano Silva de e COSTA, Elzimar Goettenauer de Marins (Coordenação). Espanhol: ensino médio - Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. 292 p.: il. (Coleção Explorando o Ensino ; v. 16)
- ↑ MOITA LOPES, Luiz Paulo da; FABRÍCIO, Branca Falabella. Por uma ‘proximidade crítica’ nos estudos em Linguística Aplicada. Calidoscópio, [s. l.], v. 17, n. 4, p. 711-723, 2019.
- ↑ STREET, Brian V. Letramentos sociais: Abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. Tradução: Marcos Bagno. São Paulo: Parábola Editorial, 2014. 240 p.
- ↑ a b c TILIO, Rogério. Ensino crítico de língua: afinal, o que é ensinar criticamente?. In: JESUS, Dánie Marcelo de; ZOLIN-VESZ, Fernando; CARBONIERI, Divanize (org.). Perspectivas críticas no ensino de línguas: novos sentidos para a escola. Campinas: Pontes Editores, 2017. cap. 1, p. 19-32.
- ↑ ZOGHBI, Denise Maria Oliveira. Interface entre Linguística Aplicada Crítica e Análise do Discurso Crítica. In: ZOGHBI, Denise Maria Oliveira; BORGES, Rosa (org.). Diálogos com a Linguística: saberes em relação. Salvador: Quarteto, 2020. cap. 1, p. 11-28.