Libelle (gênero literário)
O libelle (em português: libelo político) foi um gênero literário de panfleto político difamatório, proeminente na França durante o Antigo Regime. Os libelles tratavam de escândalos envolvendo personagens políticos, sobretudo sobre a vida íntima destes.[1] De caráter difamatório, os autores (chamados de libellistes) afirmavam escrever baseados em evidências, principalmente cartas, e muitos deles se colocavam como historiadores ou "editores de memórias".[2] De acordo com o historiador Robert Darnton, tiveram um papel fundamental na erosão da imagem da nobreza francesa, sobretudo na década de 1780.[3]
Impacto
[editar | editar código-fonte]O autor Robert Darnton destaca que os libelles tiveram um papel essencial enquanto obras com características de dimensão histórica, pois traziam ao público amplo narrativas sobre a história recente da França naquele período. Por serem clandestinos e difamatórios por natureza, os libelles circulavam fora do rígido sistema real de censura editorial, servindo de ferramenta para trazer relatos sobre os acontecimentos políticos da monarquia francesa.[4]
Referências
- ↑ Darnton 1998, p. 92.
- ↑ Darnton 1998, p. 93.
- ↑ Darnton 1998, p. 95.
- ↑ Darnton 1998, p. 94.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Darnton, Robert (1998). Os best-sellers da França pré-revolucionária. Traduzido por Feist, Hildegard. São Paulo: Companhia das Letras. 455 páginas. ISBN 85-7164-811-5
- Darnton, Robert; Roche, Daniel (1996). Revolução Impressa: A Imprensa na França, 1775-1800. Traduzido por Jordan, Marcos Maffei. São Paulo: EdUSP. 416 páginas. ISBN 85-314-0080-5
- Jouhad, Christian (2003). «Les libelles en France au xviie siècle : action et publication». Cahiers d’histoire. Revue d’histoire critique (em francês): 33-45. Consultado em 20 de fevereiro de 2020. Cópia arquivada em 13 de maio de 2018