Lili Boulanger
Lili Boulanger | |
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Lili Boulanger, cerca de 1918 | |
Nascimento | 21 de agosto de 1893 Paris, França |
Morte | 15 de março de 1918 (24 anos) Mézy-sur-Seine, França |
Sepultamento | Cemitério de Montmartre |
Nacionalidade | francesa |
Cidadania | França |
Progenitores |
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Irmão(ã)(s) | Nadia Boulanger |
Alma mater | Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris |
Ocupação | compositora e professora de música |
Distinções | Prix de Rome |
Movimento estético | impressionismo na música |
Instrumento | piano, Órgão, violoncelo, harpa, guitarra |
Causa da morte | doença de Crohn |
Marie-Juliette Olga Lili Boulanger mais conhecida como Lili Boulanger, (Paris, 21 de agosto de 1893 – Mézy-sur-Seine, 15 de março de 1918) foi uma compositora Francesa, irmã mais nova da compositora e professora Nadia Boulanger. Foi a primeira mulher a ganhar o Prix de Rome para compositores[1].
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascida em Paris, em 1893, Lili era considerada uma criança prodígio e seu talento teria despontado já aos dois anos de idade, quando Gabriel Fauré, um amigo da família e tutor das irmãs Boulanger, descobriu que ela tinha um ouvido absoluto. Seus pais, ambos também músicos, encorajaram as filhas a ter educação musical. Sua mãe era Raissa Myshetskaya, casou-se com um professor do Conservatório de Paris, Ernest Boulanger, ganhador do Prix de Rome em 1835. Ele tinha 77 anos quando Lili nasceu e se tornou muito ligado a ela. Seu avô era Frédéric Boulanger, notável violoncelista e a avó, Juliette, era cantora.[2]
Lili costumava acompanhar sua irmã Nadia às aulas no Conservatório de Paris antes de ter 5 anos de idade. Pouco depois ela começa a ter aulas de órgão e teoria musical com Louis Vierne. Lili se tornou proficiente em piano, violino, violoncelo e harpa. Alguns de seus professores foram Marcel Tournier e Alphonse Hasselmans.[3]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em 1912, Lili competiu no Prix de Rome, mas enquanto performava perante a banca, ela sofre um desmaio. Ela voltou em 1913, aos 19 anos, e ganhou por sua cantata Faust et Hélène, tornando-se a primeira mulher a ganhar o prêmio. A letra foi escrita por Eugene Adenis, baseado na obra Fausto de Goethe.[4] A cantata foi performada várias vezes.[4] O prêmio acabou lhe rendendo um contrato com a gravadora Ricordi.[2]
Sua irmã Nadia desistiu de ingressar no conservatório e resolveu focar seus esforços na irmã, Lili.[3] Todos os seus professores se impressionavam com seu talento e frequentemente traziam músicas para que ela as lesse. Lili sofreu muito com a morte do pai, em 1900 e várias de suas composições na época traziam temas como perda e luto.[2][3]
Seu trabalho é notável pela harmonia e instrumentação, além da habilidade com a letra e a melodia. É possível ver em seus trabalhos influências de Claude Debussy e Gabriel Fauré, além de Arthur Honegger.[2][3] Durante a Primeira Guerra Mundial, Nadia e Lili organizaram esforços para auxiliar os soldados franceses.
Doença e morte
[editar | editar código-fonte]Lili adorava viajar, mas sua vida e seu trabalho foram prejudicados por doenças crônicas. Começou com pneumonia aos 2 anos, que enfraqueceu seu sistema imunológico, levando a uma tuberculose, que por fim a matou aos 24 anos de idade, em Mézy-sur-Seine, em 15 de março de 1918.[3][5] Uma outra causa possível de sua morte seria a Doença de Crohn, identificada apenas em 1932.[3]
Seu corpo foi levado para Paris e sepultado no Cemitério de Montmartre.[2][3] Ela compôs vários trabalhos enquanto visitava a Itália. Com sua morte, a ópera La princesse Maleine ficou incompleta.[6]
Legado
[editar | editar código-fonte]Em março de 1939, sua irmã Nadia, com ajuda de amigos norte-americanos, criou o The Lili Boulanger Memorial Fund, que tinha dois objetivos: perpetuar a música e a memória de Lili Boulanger e fornecer auxílio financeiro para músicos. O fundo é curado pela University of Massachusetts Boston. Alguns dos ganhadores do prêmio: Alexei Haieff (1942), Noël Lee (1953), Wojciech Kilar (1960), Robert D. Levin (1966, 1971) e Andy Akiho (2015).[7]
Em abril de 1965, a Associação Amigos de Lili Boulanger, na França, que se tornou a Nadia and Lili Boulanger International Centre (CNLB) em 2009.[8]
O asteroide 1181 Lilith foi nomeado em sua homenagem.[3]
Obras
[editar | editar código-fonte]- Faust et Hélène, cantata para mezzo-soprano, tenor, barítono e orquestra (1913)
- D'un matin de printemps, orquestra (1917-18)
- D'un soir triste, orquestra (1917-18)
- Psaume 24, tenor, coro, órgão e orquestra (1916)
- Psaume 129
- Psaume 130 (Du fond de l'abîme) - alto, tenor, coro, órgão e orquestra (1910-17)
- Vieille Prière Bouddhique
- Pie Jesu
Referências
- ↑ Caron, Sylvain (12 de março de 2020). «1913. Lili Boulanger, première femme Prix de Rome». publicado por « Musique en France aux XIXe et XXe siècles : discours et idéologies ». Nouvelle Histoire de la Musique en France (1870- 1950)
- ↑ a b c d e Lizzie Davis (ed.). «This great French composer died exactly 100 years ago… but you probably haven't heard of her». Classic FM. Consultado em 25 de setembro de 2018
- ↑ a b c d e f g h Ivan Hewett (ed.). «Lili Boulanger: the fragile, forgotten genius of classical music». The Telegraph. Consultado em 25 de setembro de 2018
- ↑ a b Rosentiel, Leonie (1978). The Life and Work of Lili Boulanger. Vancouver: Fairleigh Dickinson University Press. 258 páginas. ISBN 9780838617960
- ↑ «Composer of the Week». Radionz. Consultado em 25 de setembro de 2018
- ↑ Penny Lomax (ed.). «Lili Boulanger». ABC. Consultado em 25 de setembro de 2018
- ↑ «List of past winners». University of Massachusetts Boston. Consultado em 25 de setembro de 2018
- ↑ «Página oficial». The Centre international Nadia et Lili Boulanger. Consultado em 25 de setembro de 2018