Lucas Fortuna
Lucas Fortuna | |
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Nome completo | Lucas Cardoso Fortuna |
Nascimento | 11 de março de 1984 Goiânia, Goiás |
Morte | 18 de novembro de 2012 (28 anos) Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco |
Residência | Santo Antônio, Goiás |
Nacionalidade | Brasileira |
Ocupação | Jornalista, ativista político e árbitro de vôlei |
Lucas Cardoso Fortuna (Goiânia, 11 de março de 1984[1] – Cabo de Santo Agostinho, 18 de novembro de 2012) foi um jornalista, árbitro esportivo e militante político brasileiro.[2] Fortuna era homossexual e fundou o Grupo Colcha de Retalhos, que militava a favor dos direitos dos LGBTs na Universidade Federal de Goiás.[3] Presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santo Antônio, na região metropolitana de Goiânia, Fortuna foi encontrado morto com evidências de espancamento e tortura no município de Cabo de Santo Agostinho, no Pernambuco.[2][4] Sua morte repercutiu em todo o país através das redes sociais.[3]
Assassinato
[editar | editar código-fonte]Lucas Cardoso Fortuna morava em Santo Antônio, onde era presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), e militava no movimento LGBT de Goiânia.[5] Além disso, foi fundador do Grupo Colcha de Retalhos, que lutava em defesa da causa LGBT dentro da Universidade Federal de Goiás (UFG),[5] onde se formou em jornalismo[6] em 2010.[1] Como militante da causa LGBT, organizou diversas paradas do orgulho LGBT na capital goiana e lutou pela aprovação do Projeto de Lei 122 pelo Congresso Nacional.[5]
Em novembro de 2012, Fortuna viajou até o estado do Pernambuco a serviço da Federação Goiana de Voleibol (FGV) para ser árbitro de um campeonato[4][3] paralímpico da modalidade esportiva no município de Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife.[7] Segundo informações da Pousada Caravelas de Pinzón, onde ele estava hospedado com o grupo da FGV, Fortuna iria retornar para Goiânia no dia 19 de novembro, mas conseguiu adiar a passagem aérea de volta para prolongar sua estadia em Pernambuco.[4] Em 17 de novembro, após confirmar o adiamento, saiu do hotel e sua ausência só foi notada na manhã do dia seguinte.[4] O corpo de Fortuna foi então encontrado boiando entre as praias de Calhetas e Gaibu.[7] O corpo estava só de cuecas, o que logo suscitou a hipótese de que se tratava de um crime com motivações homofóbicas.[3]
Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a causa mortis de Fortuna foi afogamento.[4][3] O documento atesta ainda, que a vítima foi espancada, pois apresentava diversas marcas de violência pelo corpo.[4][3] Fortuna foi esfaqueado duas vezes: na altura da orelha e no pescoço.[4] A Polícia Civil designou a Delegacia de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) do Cabo de Santo Agostinho para investigar o assassinato.[4] Inicialmente, a polícia estudava a possibilidade de motivação homofóbica para o crime, mas essa foi descartada e logo foi constatado se tratar de um latrocínio.[4]
Em 6 de dezembro de 2012, a Polícia Civil apresentou laudo informando que Fortuna foi vítima de latrocínio.[3] Segundo as investigações, Felipe Maurício da Silva Livino e Leonardo Manoel da Silva roubaram e mataram Fortuna nas proximidades da pousada em que o jornalista estava hospedado na praia de Gaibu.[3] Em 18 de novembro, a vítima saiu da pousada acompanhado por dois desconhecidos em direção às pedras da praia de Calhetas, onde um deles manteve relações sexuais com Fortuna.[3] Em seguida, a dupla assaltou o jornalista.[3] Insatisfeitos com o produto do roubo, um celular e 20 reais, os criminosos espancaram Fortuna e jogaram-no no mar, onde ele veio a falecer por afogamento.[3]
Após o crime, os assassinos trocaram de roupa e tentaram entrar no quarto da pousada, usando a chave que roubaram da vítima.[3] A entrada no estabelecimento, no entanto, não foi permitida pela recepcionista.[3] Um dos assassinos foi preso três dias após o crime em Escada, após praticar roubos na região.[3] O segundo foi capturado em 5 de dezembro de 2012 em posse do celular de Fortuna.[3] Gleide Ângelo, a delegada responsável pelo caso, descartou a motivação homofóbica do crime. Segundo ela, "os rapazes não são homofóbicos. Eles queriam roubar, roubavam qualquer um, aí roubaram Lucas".[8]
Referências
- ↑ a b Perfil de Lucas no Facebook. Página acessada em 21 de novembro de 2012.
- ↑ a b "Setorial Nacional LGBT lança nota de pesar pelo assassinato de militante gay". PT na Câmara. 19 de novembro de 2012. Página acessada em 19 de novembro de 2012.
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o "Jornalista Lucas Fortuna foi vítima de latrocínio, conclui a polícia" Arquivado em 18 de janeiro de 2015, no Wayback Machine.. Diário de Pernambuco. 6 de dezembro de 2012.
- ↑ a b c d e f g h i . "Jornalista goiano morto". 19 de novembro de 2012. Página acessada em 20 de novembro de 2012.
- ↑ a b c "Lucas Fortuna, assassinado". Ciranda. 18 de novembro de 2012. Página acessada em 20 de novembro de 2012.
- ↑ Carvalho, Diogo. "Quem era Lucas Cardoso Fortuna?" Arquivado em 28 de novembro de 2012, no Wayback Machine.. LGBTudo. 19 de novembro de 2012. Página acessada em 20 de novembro de 2012.
- ↑ a b Coutinho, Katherine. "Laudo preliminar identifica facadas em jornalista goiano morto em PE". G1. 19 de novembro de 2012. Página acessada em 20 de novembro de 2012.
- ↑ "Jornalista goiano morto no Litoral Sul de Pernambuco foi vítima de latrocínio". G1 Pernambuco. 6 de dezembro de 2012.